Fui obrigado a ficar mais cinco dias de molho devido à instabilidade da minha saúde. Coisas da vida.
Neste curto período muitas coisas aconteceram: o quadro sucessório no país e no Maranhão foi se delineando e o Brasil avançou para as quartas de final da copa do mundo de futebol.
Vamos analisar isto tudo em três partes: política brasileira, política maranhense e copa do mundo.
Nesta primeira postagem algumas considerações sobre a sucessão de Lula.
Sinceramente gostei da indicação do nome do deputado federal Índio da Costa (DEM-RJ) para candidato a vice-presidente na chapa de José Serra.
Político jovem com experiência de mandatos anteriores como vereador do Rio de Janeiro e no primeiro mandato de deputado federal, Costa é especialista em Administração Pública e foi um dos parlamentares que mais lutou pela aprovação da lei da Ficha Limpa em 2010.
Até agora não existe nenhuma denúncia contra ele, a não ser o fato dele pertencer a um partido conservador, o DEM, ex-PFL, ex-PDS e ex-Arena, que foi o partido da ditadura militar de 1967 a 1977.
A fina flor do pensamento reacionário do Brasil está mais concentrado no DEM, mas o PMDB não fica atrás com Sarney, Renan, Jáder, Temer e outros espertalhões e oportunistas da política nacional.
É como me disse um amigo que sempre votou no PT e em Lula e agora vai votar em Serra: “Se o PSDB leva o DEM nas costas, o PT não fica devendo nada com o PMDB de Sarney e outros não menos calhordas na canga”
Acho que a estratégia de marketing de Serra nos anúncios institucionais na TV é correta. Comparar realizações e feitos do tucano com Dilma é covardia. A biografia política e a experiência de administrador público do candidato do PSDB são infinitivamente mais ricas que a da petista.
Dilma está na frente nas pesquisas por conta exclusiva da popularidade de Lula, que está conseguindo transferir seu prestígio para sua candidata.
Caberá ao tucano que agora já definiu o vice, partir para uma postura mais crítica sobre os pontos fracos do governo Lula.
Marina Silva patina no terceiro lugar e parece que não está conseguindo transformar o Partido Verde em alternativa real de poder aos tradicionais PT e PSDB que dominam a política brasileira desde 1994.
O PV brasileiro não é nem sombra do PV alemão por exemplo. Aceitar em seus quadros nomes como o de Sarney Filho e deixar a legenda no Maranhão se transformar em sublegenda do sarneysismo é um grave erro.
Marina tinha reais chances de obter um bom resultado nas eleições para presidente no Maranhão. Ninguém pode esquecer que em 2002 o vitorioso no estado foi Lula, seguido de Garotinho, do PSB, e Ciro Gomes, do PPS. José Serra, do PSDB, chegou em 4.° lugar com apenas 12% dos votos no 1.° turno das eleições de 2002.
O que Serra precisa é traçar uma tática que atraia Dilma para os debates. Se o tucano participar do maior número possível de debates em todas as redes de TV, em rádios, nas universidades e associações de classe, Dilma vai acabar sendo caracterizada como candidata que tem medo de debater e enfrentar seu oponente, afinal de contas a candidata é ela e não pode ser substituída por Lula nestes eventos.
Vocês já imaginaram se nestes 90 dias de campanha que ainda restam Serra comparecer a cem debates e Dilma faltar a todos eles. Seria péssimo para o PT e mostraria a fraqueza de sua candidata.
Com a fragilidade da campanha de Marina e suas indefinições políticas, como no caso do Maranhão, muitos ex-petistas e ex-eleitores de Lula podem migrar para a candidatura de Serra.
De qualquer forma acho que a eleição presidencial caminha a passos firmes para o 2.° turno.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
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Off Topic
ResponderExcluirO amor de Lula por Pernambuco e pelo Brasil
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Querem saber a medida do amor de Lula pelos brasileiros e pelos pernambucanos em particular? É só medir o tempo que a Hemobrás levou para sair do papel.Desde 2004 estão anunciando a Hemobras (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, no Polo Farmacoquímico de Pernambuco. O terreno para sua construção foi doado pelo Estado de Pernambuco ao governo federal , que em 2009 anunciou o início das obras. Porem, em outubro deste mesmo ano, o deputado André de Paula denunciou que as mesmas estavam simplesmente abandonadas. Não passou da placa.
Agora no site da Hemobras (04/06/2010) justo nas vésperas de campanha eleitoral, lê-se que "dentro de 15 dias, serão retomadas as obras da fábrica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia", e para comprovar, puseram uma foto de alguns peões carpindo o terreno. Ou seja, na prática a Hemobras não saiu do papel, muito embora concursos públicos já tenham sido efetuados para preencher futuras vagas. Vale dizer que é o mesmo que começar a construção de uma casa pelo telhado.
O Brasil despende hoje cerca de R$ 800 milhões por ano na importação de hemoderivados, medicamentos fornecidos a pessoas hemofílicas ou portadores de imudeficiência genética ou adquirida. Ou seja, esta estatal é de essencial importância para os brasileiros, e não saiu do papel. Esse é o tantão de amor que Lula e seu ministro da Saúde sentem pelos brasileiros em geral e pernambucanos em particular.
Mara Montezuma Assaf