Poucas vezes na vida eu assisti tanta bagunça, desorganização e irresponsabilidades juntas numa só campanha de vacinação como essa que está acontecendo na campanha contra a febre suína no Maranhão.
Anunciada na TV Mirante na última sexta-feira com toda a pompa possível pelo próprio Ricardo Murad como se fosse uma grande realização do governo biônico de Roseana Sarney, a campanha de vacinação tinha uma agenda definida de imunização que começou com os profissionais de saúde, mulheres grávidas, portadores de doenças crônicas, crianças de colo, etc e tal.
O que se viu até agora foi uma absurda repetição de erros como imunização em massa no primeiro momento sem respeitar as categorias definidas.
Só para dar dois exemplos: um posto de saúde localizado no bairro do Anil no domingo passado se transformou numa baderna só, como vacinas trocadas, que não eram a contra a gripe suína; e no terminal de integração da Cohama, em São Luís, foram vacinados jovens de 20 anos que pela programação só deveriam ser vacinados em abril ou maio.
No Hospital do IPEM, o domingo estava reservado para vacinar os portadores de doenças crônicas. Lá cerca de 160 doentes renais crônicos fazem hemodiálise e a grande maioria não se vacinou porque foi anunciado que a campanha teria continuidade na segunda-feira e isto não aconteceu porque a vacina acabou.
A situação no Hospital do IPEM se agravou mais ainda porque um paciente está internado lá com a suspeita de ter contraído a gripe suína.
Ricardão anunciou na TV na última sexta-feira que 169 postos de vacinação seriam instalados na capital maranhense.
Mas na segunda-feira os portadores de doenças crônicas, como diabetes, hiperensão, cardiopatas e doentes renais crônicos foram surpreendidos com uma decisão unilateral da Secretária Estadual de Saúde, que diminuiu para sete os locais de vacinação destes doentes.
Ontem correu o boato que as vacinas contra a gripe suína acabaram em São Luís.
O desgoverno de Roseana e Ricardo conseguiu realizar uma façanha inédita; ridicularizar uma campanha de vacinação em massa, ação básica de saúde em que o Brasil é referência mundial.
Isto tem duas explicações naturais: mostra o total descompromisso deste governo com a saúde do povo maranhense; e confirma que o “negócio” dos Sarney’s e dos Murad’s na saúde é fazer obra, construindo ou reformando hospitais públicos a torto e a direito, superlotando mais ainda os dois Socorrões da capital, piorando sensivelmente a qualidade do atendimento de saúde público no Maranhão.
Esta história de diminuir o atendimento no Hospital do Ipem, reformar o Pam Diamante e fechar o Hospital da Criança, tudo ao mesmo tempo é proposital. De uma só tacada se alcança dois obhetivos: garante serviços e lucros para as empreiteiras amigas de Murad e dificulta o atendimento nas unidades municipais de São Luís, tentando transferir responsabilidade para a administração de João Castelo pelo caos no atendimento da saúde pública na capital maranhense.
Por isso que Ricardo Murad quer mudar o regimento da Assembléia Legislativa, introduzindo a licença remunerada para os deputados estaduais tratarem de assuntos particulares.
Os deputados que são secretários de Roseana devem se descompatibilizar dos cargos que ocupam no início de abril para assumirem suas cadeiras de parlamentares.
Tudo que Ricardo não quer agora é voltar aos holofotes da Assembléia para ser alvo das críticas dos poucos deputados oposicionistas que sobraram no plenário.
Com a medida, Ricardão fica livre para comandar junto com José Sarney a campanha de Roseana à reeleição.
quarta-feira, 24 de março de 2010
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