As imagens espetaculares veiculadas pelas redes de televisão de todo o Brasil nas últimas 72 horas não deixam nenhum tipo de dúvida.
As imagens divulgadas pela Polícia Federal, que desencadeou a Operação Pandora, para investigar denúncias de desvio de dinheiro público no Distrito Federal foram as demonstrações mais explícitas de corrupção política do Brasil.
Nunca antes nos 120 anos de história da república brasileira um peixe tão graúdo, um governador de Estado, como José Roberto Arruda, do Partido dos Democratas de Brasília, foi pego em flagrante recebendo propina.
Além de Arruda, as cenas patéticas do deputado Leonardo Prudente (DEM), presidente da Câmara Legislativa de Brasília, guardando dinheiro sujo nas meias e um secretário ou adjunto pastor orando a Deus em círculo com mais dois meliantes, todos em agradecimento ao recebimento de dinheiro público desviado para a corrupção, chocou todo o Brasil.
A primeira explicação para o recebimento do dinheiro foi hilária: o dinheiro teria sido utilizado para comprar cestas de natal e panetones para serem distribuídas no natal de 2006 para pessoas carentes do Distrito Federal.
Depois o próprio Arruda revidou no mais puro estilo mafioso: “o mensalão do DEM de Brasília distribuiu dinheiro público como propina para parlamentares do DEM de outros Estados”..
Arruda de perna quebrada no centro quebrou literalmente o discurso ético dos DEMOS
Bastou apenas citar essa questão que o alto comando nacional do DEM se dividiu na reunião de ontem e prevaleceu a posição mais conciliadora e abertamente medrosa de dar um prazo de oito dias para Arruda se explicar à opinião pública e ao partido.
Antes da reunião da cúpula nacional do DEM começar seus líderes maiores como Jorge Bornhausen, Heráclito Fortes, Marco Maciel, Agripino Maia, Ronaldo Caiado e Rodrigo Maia só falavam em expulsar Arruda do DEM e retirar o apoio do partido ao governador do DF.
Depois da chantagem explícita de Arruda e do término da reunião o que se viu foi só políticos de expressão nacional falando em “direito democrático de defesa”, num discurso claramente conciliador.
As manifestações em Brasília já começaram e a palavra de ordem é uma só: “Arruda na Papuda”. Referência direta ao presídio da Papuda, localizado no Distrito Federal.
O PDT do senador Cristovão Buarque já anunciou sua saída da base d apoio do governador Arruda e o PPS está estudando (sic) a possibilidade de deixar as duas secretarias que ocupa na administração de Arruda.
Uma das denúncias apresentadas por Durval Barbosa, ex-presidente da empresa de Planejamento do governo de Joaquim Roriz e autor intelectual de todas as denúncias e gravações mostradas pelas redes de televisão, foi feita contra o conhecido deputado federal do PPS/DF, Augusto Carvalho, que ocupa a Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Segundo Barbosa, que responde a mais de 30 processos na Justiça Federal, Carvalho teria recebido propina de empresas fornecedoras de sua secretária. O secretário e deputado negou as acusações.
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