O historiador Marco Antônio Villa postou hoje em seu blog texto que comenta a situação política do Maranhão.
Leiam o texto do professor da Universidade Federal de São Carlos, SP, e em seguida o comentário que enviei ao blog de Villa.
"Um comentarista destacou pontos importantes da política do Maranhão, daí a razão deste post.
Jackson Lago foi cassado em 2009. A resistência foi quase que desprezível. Foi um processo longo. Sarney foi, bem devagar, preparando a cama de Jackson. Como um esperto coronel, priorizou os contatos no centro do poder político, em Brasília.
Afinal, só é forte na província porque detem algum poder na capital federal (não gosto da expressão Distrito Federal).
Jackson acreditou, ingenuamente, que teria o apoio do seu partido, o PDT. Foi um dos seus fundadores. O PDT silenciou. Emitiu uma nota pífia, só para constar. Não ia perder os valiosíssimos cargos no Ministério do Trabalho.
Depois, Jackson imaginou que os partidos que sustentavam seu governo viriam em seu apoio. Doce ilusão. Também só fizeram declarações vagas, evitando comprometer eventuais alianças futuras com o grupo do nefasto senador do Amapá.
Caminhando para o isolamento político, com uma defesa legal ruim, sem articulações em Brasília, Jackson resolveu (até hoje não entendi) publicar anúncios (certamente caros) nos jornais de São Paulo e Rio (não sei se repetiu em Brasília) com as realizações do seu governo, como uma espécie de despedida, isto quando ainda não tinha esgotado as vias legais.
Sem saber como se defender - e enfrentando o símbolo maior do coronelismo brasileiro - resolveu dar uma guinada à esquerda, apoiando o MST que chegou até a acampar na sede do governo.
O PMST (afinal é um partido e não um "movimento social") pensou em tirar alguma vantagem. Nem passou pela cabeça dos seus dirigentes de romper com o governo Lula (que assistiu a tudo, passivamente, e, no fundo, com alegria). Deve ser recordado o apoio milionário que o MST recebe do Governo Federal via créditos a fundo perdido para assentamentos fadados ao fracasso.
O final é conhecido. Jackson perdeu na "justiça" o governo que ganhou nas urnas. Jackson e outras correntes consideradas de esquerda, lembram aquela personagem de Nelson Rodrigues: gostam de apanhar.
Continuam apoiando Lula, enquanto o presidente da República mantém sua aliança com Sarney e famiglia. Não é preciso ser uma pitonisa para saber o final: a famiglia continuará mandando e desmandando no Maranhão por mais quatro anos."
Comentário enviado por mim ao blog de Villa:
por Marcos Nogueira - 6 de junho de 2010 12:41
"Caro Villa. O PDT do Maranhão contrariando a orientação da direção nacional pedetista (leia-se Carlos Lupi) vai se coligar formalmente com o PSDB, PPS e PTC.
Jackson já declarou apoio a José Serra e disse que "não subirei em palanque de quem ajudou Sarney a me cassar", numa alusão direta a Lula.
Quanto ao restante de sua postagem, eu assino embaixo. Jackson nunca pensou que seria cassado, sua defesa local foi fraca e não conseguiu mobilizou a sociedade maranhense para garantir o resultado das urnas de 2006.
Só discordo sobre sua previsão. A possibilidade de existir um segundo turno no Maranhão é grande, pois pesquisas não publicadas apontam a liderança de Roseana com 43%, seguida de Jackson com 26% e Flávio Dino com 14%.
Pesquisas qualitativas feitas por Duda Mendonça apontam um rejeição média de 40% ao nome Roseana e de 49% ao nome Sarney.
Soma-se a esta alta rejeição o desgaste atual do governo de Roseana, uma vez que Sarney concedeu carta branca para o cunhado de Roseana, Ricardo Murad, assumir de fato o governo do Maranhão, com poderes de demitir, nomear, comprar, pagar e negociar apoios de deputados estaduais, prefeitos e lideranças municipais do interior do Maranhão.
Abraço do amigo Marcos Nogueira."
domingo, 6 de junho de 2010
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