Estava demorando um pouco para começar o festival de baixarias da campanha eleitoral de 2010, patrocinado pelo sistema Mirante/Mentira de Comunicação no Maranhão.
A bola da vez agora é o prefeito tucano de Imperatriz, Sebastião Madeira, cujo governo desfruta índices excelentes de aceitação popular no Sul do Maranhão.
Segundo denúncia publicada no blog do jornalista Decio Sá, no portal Imirante, Madeira teria dado um tapa na cara de uma mulher, filha de um paciente internado no Socorrão de Imperatriz, durante a visita do prefeito tucano realizada ontem de manhã à unidade de saúde.
Leia dois trechos da postagem de Sá, que deixam clara a armação e a baixaria do Sistema Mirante:
“...O prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), teria agredido com um tapa a autônoma Luciana Raquel Rodrigues dentro do hospital Socorrão, segundo ela própria contou ao blog agora há pouco por telefone. Luciana está se encaminhando neste momento (11h25) a um delegacia da cidade no sentido de registrar queixa contra o tucano...” ; e
“...Por volta das 11h, Luciana se deparou com Madeira, o principal aliado do pré-candidato José Serra (PSDB) no Maranhão, pelos corredores do Socorrão e foi cobrar dele uma providência: Luciana: ‘- Prefeito, meu pai está internado há 11 dias precisando fazer um ecocardiograma e eu quero saber o porquê disso! O pessoal do hospital diz que as clínicas estão paradas por falta de pagamento” – disparou ela
“Ele disse que era mentira e bateu na minha cara” – denuncia Luciana. Segundo ela, o prefeito foi contido por seguranças e assessores: - “Se ele não fosse seguro iria me bater mais” – contou.
A armação do texto é evidente quando Sá introduziu em sua narrativa:”...Luciana se deparou com Madeira, o principal aliado do pré-candidato José Serra (PSDB) no Maranhão, pelos corredores do hospital...”.
Não sei como Sá vacilou e não citou que Madeira também é o principal aliado do candidato a governador do PDT, Jackson Lago, no Sul do Maranhão. Com certeza vai levar um pito dos seus chefes e da sua sua chefa - mor.
Madeira é o principal aliado de Jackson no Sul do Maranhão
O mais interessante é que essa ópera bufa contra Madeira acontece uma semana antes da pré-convenção que o PDT e o PSDB vão realizar na sexta que vem no Rio Poty Hotel, com a provável presença do presidenciável José Serra em São Luís.
Com certeza foi apenas uma coincidência, não é?
Mas quem conhece um pouco da história política recente do Maranhão não esquece três fatos ocorridos na década de 90.
O primeiro aconteceu na eleição para governador em 1994, quando o próprio senador José Sarney utilizou seu texto dominical impresso na capa do jornal “O Estado do Maranhão” para inventar um cadáver, o do ferroviário Reis Pacheco, ex-funcionário da Companhia Vale do Rio Doce.
Segundo Sarney, Reis Pacheco teria sido assassinado por policiais civis maranhenses no final de década de 80, que cumpriam ordens supostamente dadas pelo então governador Epitácio Cafeteira. A atitude de Cafeteira teria sido um tipo de vingança pessoal porque o ferroviário atropelou e matou o sogro de Cafeteira, Hilton Rodrigues, na ponte Bandeira Tribuzi.
Sarney acusou o então candidato a governador do Maranhão às eleições de 1994, que concorria contra sua filha dileta Roseana Sarney, de assassinato e ocultação de cadáver. A campanha de Roseana distribuiu cerca de um milhão de panfletos no interior do Estado acusando Cafeteira pelo crime.
Alem disso no último dia da propaganda eleitoral gratuita na televisão no 2.° turno daquelas eleições, o sinal da TV Mirante de São Luís, empresa que gerava a transmissão dos programas para o Estado, simplesmente cortou o sinal para todo o interior maranhense.
A TV Mirante impediu que mais de dois milhões de eleitores do interior assistissem ao programa eleitoral de TV de Cafeteira que desmontava a farsa de Sarney. O principal personagem do último programa de TV da oposição ao grupo Sarney era exatamente o ferroviário Reis Pacheco, que vivia no Amapá.
O segundo episódio aconteceu na eleição para prefeito de São Luís de 1996. O jornal “O Estado do Maranhão” publicou com o maior estardalhaço possível a prisão de um piloto de avião acusado de transportar drogas em uma aeronave.
A manchete principal da capa do jornal foi; “Piloto de avião de Jackson é preso por transportar drogas”. O piloto preso e acusado tinha levado Jackson em uma viagem de avião na campanha eleitoral de 1994, quando ele foi candidato a governador pelo PDT.
A aeronave tinha sido alugada para uma viagem ao interior do estado, pois Jackson nunca possuiu qualquer avião em sua vida, nem mesmo quando foi governador por dois anos e três meses.
Quem viu a capa do jornal entendeu que o piloto preso trabalhava só para Jackson, em uma aeronave pertencente ao líder pedetista que acobertava um empregado que transportava e mesmo traficava drogas pelo Maranhão.
Se houvesse um “Oscar” da sutileza, com certeza receberia a estatueta dourada em votação unânime.
A terceira grande armação teve como alvo o próprio Sebastião Madeira em 1996. O atual prefeito de Imperatriz era deputado federal do PSDB e virtual candidato a prefeito de Imperatriz nas eleições de 1996.
A cidade era administrada pelo interventor Ildon Marques (à esquerda), dono da rede de lojas Liliane. Indicado pela então governadora Roseana para um mandato tampão até 1996.
Marques substituía o prefeito Salvador Fernandes, afastado do cargo, acusado de ter sido o mandante da morte do ex-prefeito Renato Moreira, eleito em 1992 e assassinado em setembro de 1993.
Fernandes tinha sido vaqueiro de uma fazenda do ex-prefeito de Imperatriz, Davi Alves Silva (1989 a 1992) e tinha sido eleito vice-prefeito da cidade em 1992 na chapa de Renato Moreira.
Aí sem mais, sem menos, em certo domingo de 1996, o programa Fantástico, apresentado à noite no horário mais nobre da Rede Globo, retransmitido pelo Sistema Mirante no Maranhão, inclusive pela TV Mirante de Imperatriz, veiculou uma reportagem estranhíssima.
Um homem não identificado, mostrado como se fosse um pistoleiro arrependido, deu uma entrevista ao repórter do Fantástico denunciando que tinha sido contratado por um “deputado federal” da região para assassinar o interventor de Imperatriz.
Com imagens tomadas num ambiente escuro, onde o rosto do pistoleiro arrependido não era identificado, o malfeitor começou a descrever a trama do assassinato que teria sido encomendado e deu todas as dicas possíveis para identificar quem lhe tinha contratado.
O alvo era o deputado federal tucano Sebastião Madeira, que fazia oposição cerrada a Ildon Marques e ao governo Roseana Sarney na região.
Tempos depois de muitas investigações, soube-se que tudo não passava de uma grosseira armação patrocinada por um assessor de comunicação do próprio interventor da cidade.
O próprio Fantástico veiculou depois uma matéria isentando Madeira de qualquer responsabilidade sobre a mentirosa denúncia da farsa do pistoleiro arrependido.
A armação do Fantástico e essa nova mentira veiculada ontem pelo portal Imirante carecem de qualquer indício de veracidade, exatamente pelo fato de Madeira caracterizar-se como um homem extremamente educado, de fino trato e incapaz de tratar qualquer pessoa desta forma.
Madeira é muito educado e a armação contra ele não cola
Leia agora a nota de esclarecimento divulgada pelo jornalista Élson Araújo, principal assessor de comunicação do prefeito Sebastião Madeira:
"A Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Imperatriz esclarece sobre fato ocorrido na manhã do dia 21 de maio de 2010, nas dependências do Hospital Municipal, envolvendo o prefeito Sebastião Torres Madeira e a senhora Luciana Raquel Rodrigues.
O prefeito Madeira visitava o Hospital Municipal na manhã desta sexta feira, ocasião em que foi abordado pela Senhora Luciana Raquel Rodrigues, que está com seu pai internado no Hospital Municipal, e falou com o Prefeito sobre um exame que ele precisava realizar, e que tal exame não fora feito em razão de atraso com a Clínica Médica.
Ao fim desta conversa, o Prefeito tentou abraçá-la. Tal atitude foi interpretada como agressão, quando na verdade o Prefeito pretendeu restabelecer o bom diálogo.
Estranhamente, a Senhora Luciana Raquel Rodrigues saiu correndo pelos corredores do hospital gritando que acabara de ser agredida pelo Prefeito e também tratou de informar a várias emissoras de televisão, rádio e jornal, inclusive da Capital do Estado.
O prefeito compreende a apreensão da senhorita Raquel quanto à situação de saúde do pai, mas se mostra surpreso com a acusação já que é um homem reconhecidamente cordato, defensor da cultura da paz.
Imperatriz/MA, 21 de maio de 2010.
Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Imperatriz
Elson Araújo/Assessor-Chefe"
sábado, 22 de maio de 2010
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