Ninguém em sã consciência pode afirmar que o técnico Dunga seja incoerente.
Dentro de suas conhecidas limitações intelectuais e de falta de inteligência mesmo, ele comprovou ontem à tarde na entrevista coletiva que deu após o anúncio oficial dos 23 jogadores convocados para a Copa da África do Sul, que o seu compromisso é com o futebol de resultados, taticamente conservador, sem brilho e sem arte.
Quando ele se arriscou a falar de outras coisas, só disse besteiras do tipo “não sei se viver na escravidão ou na ditadura era ruim, pois não vivi naquela época!”. Sem comentários e típico do portador de um discurso pseudo-patriótico, característico dos direitistas mais empedernidos do Brasil.
Em relação à convocação propriamente dita, poucos acertos e muitos erros: a convocação de Gomes e a não convocação de Adriano foram acertadas.
O primeiro porque é o melhor goleiro em atividade no futebol inglês e o segundo porque não queria mesmo ir para a Copa: irresponsável, gordo e fora de forma, não fazendo jus ao altíssimo salário pago pelo Flamengo.
O pior de tudo foi observar a convocação dos jogadores do meio campo: Gilberto Silva, Josué, Kleberson, Felipe Melo, Elano, Ramires, Kaká e Júlio Batista.
A exceção honrosa de Kaká o resto é japonês, como dizia o saudoso João Saldanha. Como o meia direita do Real Madri não está em forma e vem de uma séria contusão no púbis, quem Dunga escalará em seu lugar caso necessite?
Quem seria o criador deste time? Júlio Batista, Elano, Ramires ou Kleberson? Nenhum deles é craque e não tem a categoria de um Ganso ou mesmo Ronaldinho Gaúcho.
Já sobre a não convocação de Neymar é um desperdício não aproveitar na seleção o excelente futebol que o garoto vem jogando no Santos.
Pelé antes da copa de 1958 não era ninguém e o fato de Neymar não ter ido bem na seleção sub-17 não tem nada a ver.
Lembro-me como se fosse hoje de Gilmar Popoca e Giovane, baixinho do Vasco, campeões mundiais sub-20 de forma brilhante e nunca vingaram na seleção adulta.
O que deveria valer também para Dunga é o momento atual do futebol. Respeitar quem tem amor pela camisa amarela e já mostrou garra e determinação em campo, mas ele nunca poderia ter esquecido o craque.
Só que hoje Neymar e Ganso são os dois maiores jogadores brasileiros de futebol em atividade e Dunga os ignorou solenemente.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
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O Pacto da Mediocridade - Presbítero Marcos BeneditoO recente fracasso da seleção brasileira de futebol na África do Sul permite que façamos algumas reflexões em torno da nossa concepção organizativa.
ResponderExcluirDunga o técnico, optou por convocar os jogadores que de acordo com os seus argumentos eram de total confiança. O mesmo não acontecia com Nilmar e Ganso do Santos e Ronaldinho Gaúcho.
A imprensa, os críticos e grande parte da nação brasileira, concordaram com este modelo. No caso dos jogadores convocados, sentindo – se altamente valorizados, reafirmavam nas entrelinhas a total concordância com o modelo do treinador.
Com a derrota para a Holanda. A psicologia de grupo de Dunga de valorização dos atletas de confiança, em detrimento da criatividade e da ousadia, resultou numa derrota vergonhosa para o Brasil.
O navio de Dunga afundou com todos os seus homens de confiança abrasados no mastro da embarcação. A nação brasileira, entristecida, assistiu ao deprimente fracasso da panelinha verde e amarela.
Qual é a lição que devemos aprender desta derrota do Brasil?
Vale a pena se investir em uma psicologia de grupo que é respaldada por um acordo tácito de confiança mútua, em detrimento da qualidade, abrindo - se mão de se conquistar possíveis aliados em busca de um objetivo comum?
O fracasso atingido pela seleção brasileira demonstra claramente que a arrogância de Dunga, a sua teimosia, o seu egoísmo e a sua falta de humildade eram muito mais importantes do que o objetivo final, que era a conquista da copa e a satisfação de milhões de brasileiros e brasileiras.
Infelizmente esta filosofia de grupo está enraizada na sociedade brasileira. Dunga pagará um preço alto por não abrir mão dos seus princípios equivocados.
O técnico da seleção apostou alto na mediocridade, apostando em atletas de qualidade mediana, abrindo mão de convocar aqueles atletas que verdadeiramente estavam em melhores condições físicas e técnicas. Dunga no seu egoísmo deixou de convocar jogadores criativos e ousados, apenas pelo fato de não serem merecedores da sua confiança. Dunga apostou errado, perdeu. Perdeu o Brasil e todos os brasileiros que acreditaram que pela primeira vez o maquiavelismo predominaria sobre a justiça dos homens e de Deus.
Joelmir Beting, economista, afirmou:
“O mundo inteiro convocou a sua força máxima para a copa, o Brasil é o único pais que convocou a sua força média!”
É por esta razão que o Brasil poderia estar bastante avançado em matéria de desenvolvimento e crescimento econômico. O pacto da mediocridade oficializado por Dunga no futebol, expressa veladamente aquilo que acontece em todas as áreas da sociedade brasileira (igreja, escola, emprego etc.).
Vamos esperar que esta lição sirva para abrir os nossos olhos e que possamos entender que a mediocridade não pode comprometer a capacidade criativa do povo brasileiro. A nossa aliança deve ser feita em torno de objetivos comuns. E para isto é necessário que possamos abrir mão da nossa arrogância centralizadora.