sábado, 3 de abril de 2010

Trocar Flávio Dino por José Sarney?

Texto publicado pelo blog do jornalista Augusto Nunes, da revista Veja

A tirania dos coroneis e a ditadura dos stalinistas
1 de abril de 2010


Inconformado com o que Lula decidiu, o PT maranhense negou apoio à reeleição da governadora Roseana Sarney. Gol do Maranhão ─ e gol do Brasil que presta. Na contramão da vontade do chefe, resolveu apoiar o deputado federal Flávio Dino, candidato do PCdoB. Gol contra o Maranhão ─ e contra o Brasil que pensa.

No palanque da herdeira de Madre Superiora, a enganosa face feminina da gangue que reduziu o Convento das Mercês a templo do pecado e esconderijo da bandidagem condenada à impunidade. No palanque do jovem-velho que sonha amordaçar a internet, outra prova ambulante de que primitivismo não tem idade.

“Tem coisas que só acontecem com o Botafogo”, ouvem desde a infância torcedores de todos os times do Rio. Tem coisas que só acontecem com o Maranhão, desconfiam brasileiros de todas as paragens, perplexos com a contemplação do duelo entre a tirania dos coroneis e a ditadura dos stalinistas ─ duas velharias de outros séculos.

Os espantos que só se manifestaram no clube carioca não se associam necessariamente ao drama. Também Garrincha e Nilton Santos foram coisas que só aconteceram com o Botafogo. Aplicada ao Maranhão, a frase é o resumo da ópera ópera trágica, feia, frequentemente obscena ─ e interminável.

Trocar uma Sarney por um Flávio Dino é escapar do pântano para enfurnar-se na mata fechada. A faxina que os maranhenses não podem mais adiar exige a imediata remoção de todos os entulhos. Os maranhenses e os demais brasileiros confrontados com encruzilhadas reprimidas pelo maniqueísmo. Ninguém merece essa escolha entre o reacionarismo troglodita que mata crianças de descaso e o stalinismo farofeiro que se nomeia porta-voz do povo para, sempre em seu nome, assassinar a liberdade.

2 comentários:

  1. eu vou degolar a sua garganta

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  2. O Dino é um exemplo típico de político sarneyísta. A forma, o estilo, o conteúdo são de natureza conservadora. Só engana aos incautos e ingênuos. Só tirou a toga depois que têve a certeza de que estava na lista de candidato preferido do ex-governador Zé Reinaldo. Foi votado nos grotões, nos currais eleitorais.
    Como deputado federal, porta-voz da AMB, têve destaque mas, a rigor, esse destaque foi mais midiático que outra coisa, algo forjado. Alguma vêz o nobre deputado usou seu mandato para denunciar as mazelas sarneyístas? Ao contrário, parece ter tido algum grau de envolvimento em manobras que tiraram a proposta de anulação da posse do segundo colocado na eventualidade de cassação do mandatário eleito. Em suma, mais do mesmo.

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