quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Satchmo e Gillespie tocam "Umbrella Man" juntos

Já que estamos mostrando alguns memoráveis momentos da carreira de Satchmo, ou Louis Daniels Armstron, não poderia deixar de exibir um vídeo histórico que mostra Dizzy Gillspie e Louis Armstrong cantando e tocando juntos seus instrumentos na música "umbrella Man".

Preparam-se para assistir um verdadeiro espetáculo:



O mundo lindo de Satchmo

Um dos maiores cantores e músicos de todos os tempos foi o norte-americano Louis Daniels Armstrong.

A sua interpretação da música "What a Wasnderful World" é um desses momentos mágicos da música universal. Sua voz rouca e ao mesmo tempo harmoniosa, causa uma sensação de bem estar e paz interna para quem a escuta e observa sua emoção ao cantar.

Satchmo, como era popularmente conhecido nos Estados Unidos, nasceu em quatro de agosto de 1901 n cidade de Nova Orleans e morreu de ataque cardíaco em Nova Yorque em seis de julho de 1971, aos 69 anos.

Ele era conhecido como o rei das improvisações musicais no jazz e fazia solos incríveis com seu trompete.

Veja agora vídeo co Satchmo cantando a "What a Wonderful World":

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Confirmado segundo turno na eleição do PED/PT-MA/2009

O blogue do articulista John Cutrim postou hoje à noite a seguinte matéria:

O último boletim oficial de hoje, 24, divulgado agora à noite (22h) pela Comissão Eleitoral do PED, confirma a realização de segundo turno entre os candidatos Raimundo Monteiro (Construindo um Novo Maranhão) e Augusto Lobato (Permanecer na Luta) para a presidência do PT no Maranhão.

Com 162 municípios apurados, correspondendo a 91,52% do total, segue liderando o ex-presidente do INCRA, Raimundo Monteiro com 4.106 votos.

Praticamente consolidado na segunda colocação, Lobato já contabiliza 3.080 votos contra 2.587 obtidos por Bira, uma diferença de 493 votos, confirmando, dessa forma, a realização de segundo turno entre Monteiro e Bira.

Segundo o coordenador do PED, Silvio Bembem, a previsão é que amanhã, até ao meio dia, seja concluída a apuração dos votos. Veja os últimos resultados:

Diretório Estadual – 162 municípios

1 - Raimundo Monteiro – .4.106 votos

2 - Augusto Lobato – 3.080 votos;

3 - Bira do Pindaré – 2.587 votos;

4 - Rodrigo Comerciário – 986 votos;

5 - Edmilson Carneiro – 895 votos; e

6 -Fransuila Soares – 601 votos

Chapas Diretório Estadual:

1 - Construindo um Novo Ma (R. Monteiro): 3.670 votos;

2 - Em Defesa da Nossa História (Dutra): 2.323 votos;

3 - Unidade Petista (Bira do Pindaré): 1.909 votos;

4 - A Força que Vem da Base (E. Carneiro): 1.057 votos;

5 - Permanecer na Luta (Augusto Lobato): 1.055 votos;

6 - Renovar é Preciso (Rodrigo Comerciário): 937 votos; e

7 - Construindo a Mudança (Fransuila Soares): 570 votos

Acréscimo de Marcos Nogueira

O 2.° turno das eleições do PED/PT/MA/2009, deverá acontecer no próximo dia seis de dezembro.

Se fizermos a soma dos votos das duas posições antagônicas dentro do PT (a ala dos candidatos a presidente do PT/MA que quer apoiar Roseana Sarney e a ala dos candidatos de oposição a Sarney) teremos a seguinte situação:

1) Ala pró Sarney; Raimundo Monteiro (4.106 votos) + Edmilson Carneiro (895 votos) + Fransuíla Soares (601 votos), no total de 5.602 votos ou 45,72% do total de 12.255 votos apurados até agora.

2) Ala contra Sarney: Augusto Lobato (3.080 votos) +Bira do Pindaré (2.587 votos) + Rodrigo Comerciário (986 votos), no total de 6.653 votos ou 54,28% dos votos apurados até agora.

Já em relação da composição do novo diretório regional do PT/MA que é proporcional à votação alcançada pelas sete chapas que disputam o PED, o grupo de Rodrigo Comerciário passou a ser o fiel da balança petista.

O total dos votos das chapas de Monteiro, Carneiro e Fransuíla somados deu 5.297 votos ou 45,98% do total de 11.521 votos apurados até a noite do dia 24 de novembro.
Já a soma dos votos das chapas de Dutra, Bira, Lobato e Rodrigo deu 6.224 votos ou 54,02% dos votos.

Se a chapa de Rodrigo Comerciário fechar em alguma questão interna do PT/MA com o grupo de Monteiro, esse agrupamento teria 6.234 votos ou 54,1% dos votos.

PED/PT/MA: Augusto Lobato reassume o 2.° lugar e Bira cai para 3.°

No último boletim sobre a apuração dos votos do Processo de Eleições Diretas (PED) do PT do Maranhão, publicado no blog do petista Robert Lobato, continuava acirrada a disputa pelo segundo lugar entre Augusto Lobato e Bira do Pindaré.

Na última prévia divulgada ontem, segunda-feira, à noite, pela comissão eleitoral petista, mostrava o seguinte resultado:

1) Raimundo Monteiro: 2.842 votos para presidente e 2,594 votos para sua chapa;

2) Augusto Lobato: 1.740 votos para presidente e 522 votos para sua chapa;

3) Bira do Pindaré: 1.711 para presidente e 1.325 votos para sua chapa;

4) Rodrigo Comerciário: 821 votos pra presidente e 772 votos para sua chapa;

5) Fransuila: 394 votos para presidente e 390 votos para sua chapa;

6) Edmilson Carneiro: 65 votos para presidente e 758 votos para sua chapa;

Chapa de Domingos Dutra: 1.251 votos

Os números ratificam a realização do segundo turno para presidente do diretório estadual do PT., muito provavelmente entre Raimundo Monteiro e Augusto Lobato.

Monteiro é o candidato do deputado federal Washington Luís de Oliveira e deverá ter o apoio da deputada estadual Helena Heluy, de seu filho José Antonio Heluy, secretário estadual do Trabalho, além dos candidatos a presidente do PT Edmilson Carneiro e Fransuíla Soares.

O outro candidato que disputará o segundo turno, Augusto Lobato ou Bira do Pindaré, deverá ter o apoio de quem chegar em 3.° lugar, de Rodrigo Comerciário, do atual presidente do PT/MA, deputado federal Domingos Dutra, e do deputado estadual Valdinar Barros, além de lideranças históricas e tradicionais do PT do Maranhão, como Manoel da Conceição, o casal Jomar e Terezinha Fernandes, Silvio Bembem, Franklin Douglas, Marcio Jardim e Robert Lobato, entre outros.

É importante ressaltar que ainda não foram contabilizados os votos das principais bases de Augusto Lobato e os tão esperados votos do município de Penalva, onde o candidato da corrente Mensagem ao Partido poderá abrir larga margem de vantagem do companheiro Bira, que também ainda possui alguns votos em colégios importantes ainda não apurados.

O mesmo poderá acontecer em relação à chapa liderada pelo atual presidente do PT, deputado Domingos Dutra, que ainda pode fazer virar o jogo para cima da chapa do candidato Raimundo Monteiro.

Pelos números acima, o diretório estadual do PT deverá ser hegemonizado pelas correntes mais à esquerda do partido e com posições anti-PMDB.

Amanhã, a partir das 8 horas, recomeçará a contagem dos votos e poderá prosseguir até a próxima quarta-feira.

Vale, portanto, aguardar.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Deu no blog do Robert Lobato

11.58h - Continua a apuração dos votos da eleição interna do Partido dos Trabalhadores, na sede do diretáorio estadual do partido.

Com 28 % da urnas apuradas, Augusto Lobato lidera a eleição com 748 voto. Segue a tendência de segundo turno entre Raimundo Monteiro e Augusto Lobato, mas ainda não como garantir que esse será o resultado final do primeiro turno, já que Bira do Pindaré pode surpreender.

Além do resultado para presidente do partido, a votação recebida por cada chapa é fundamental para saber-se a configuração política do PT em relação às eleições de 2010. A chapa do deputado federal Domingos Dutra lidera com 566 votos, seguida da chapa de Raimundo Monteiro com 540 votos. A chapa liderada por Bira do Pindaré tem até agora 441 votos.

O resultado para presidente do PT até o momento é o seguinte:

Augusto Lobato - 748 votos
Bira do Pindaré 692 - votos
Edmilson Carneiro 106 - votos
Françuila - 201
Raimundo Monteiro - 715 votos
Rodrigo Comerciário 107 - votos

Honoráveis Bandidos também está em 1.° lugar na lista publicada ontem no "O Estado de São Paulo"

O que todo o mundo literário esperava foi confirmado ontem pelo jornal “O Estado de São Paulo” em sua lista dos livros mais vendidos do Brasil nesta semana que passou, publicada na edição de domingo.

Com a confirmação do Estadão o livro HB de Palmério Dória e Mylton Severiano é o livro de não ficção mais vendido do Brasil nas cinco listas de maior credibilidade do país: as revistas semanais Veja e Época e os três maiores jornais diários do Brasil: “Folha de São Paulo”, “O Globo”, e “O Estado de São Paulo”.

O livro conta a saga da família Sarney que ocupou o poder no Maranhão depois do golpe militar, em 1965. Pela primeira vez o livro HB conta a história secreta do surgimento, enriquecimento e tomada de poder regional pela família Sarney, no Maranhão, e do controle quase total, do Senado Federal, pelo patriarca que virou presidente da República por acaso, transformou o Maranhão em quintal de sua casa e beneficiou amigos e parentes.

O livro fala também do monopólio que o empresário Fernando Sarney possui no setor elétrico brasileiro e a influência nas grandes obras do país, como a Ferrovia Norte Sul, em construção no Tocantins, e até na própria Petrobrás, através do conselheiro da empresa estatal, Silas Rondeau, ligado a Fernando e indicado para o cargo pelo senador José Sarney.

O livro é imperdível e sua leitura obrigatória para quem quiser conhecer com detalhes a história recente do Brasil e do Maranhão.

HB é a melhor pedida para um presente de bom gosto neste natal. Incentiva um hábito saudável e fundamental para o desenvolvimento do Brasil, que é a educação através da leitura.

Mas dar HB de presente neste natal para a pessoa que se ama, para seu filho que está no Ensino Médio ou na Universidade, para um colega de trabalho ou de estudos, para os parentes e para seus amigos ocultos, representa também uma atitude firme na defesa das necessárias mudanças em nosso Estado.

Para a oligarquia que está incrustada no Palácio dos Leões por decisão autocrática de quatro ministros do TSE, que não respeitaram a vontade soberana de quase um milhão e quatrocentos mil eleitores que elegeram Jackson Lago em outubro de 2006, o Maranhão é tratado como um feudo particular da família que trata nossa gente como vassalos e administra o Estado tal qual uma capitania hereditária em pleno século 21.

O Maranhão é um estado com riquezas naturais exuberantes.

Banhado por rios perenes e uma terra de excelente qualidade, Maranhão possui uma malha ferroviária sem igual nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, e o porto mais bem situado do Brasil, bem mais próximo aos mercados europeu, norte-americano e asiático, via Canal do Panamá.

É um Estado rico habitado por uma gente que trabalha muito todos os dias, mas, que em sua maioria, é pobre e miserável.

O Maranhão é o campeão nacional de tudo que é negativo no Brasil: analfabetismo, desemprego, miséria, baixo padrão alimentar, saúde pública de péssima qualidade, desnutrição infantil, concentração da propriedade da terra, baixa escolaridade (tempo médio de permanência na escola), futebol abandonado e de péssima qualidade, baixíssimo número de pessoas com acesso à internet; e alto número de migrações forçadas para outros Estados, principalmente para as áreas de garimpo e trabalho escravo, devido à falta de terra para plantar e oportunidades de trabalho no interior do Estado principalmente na zona rural dos municípios.

Vamos juntos ajudar a mudar esta realidade.

Um dos primeiros passos para isso é comprar o livro “Honoráveis Bandidos – Um retrato do Brasil na era Sarney” para presentear alguém neste natal e colaborar no processo geral de conscientização e democratização da boa informação e da verdade sobre a realidade nua e crua do nosso querido Maranhão.

O livro estará à venda dentro de alguns dias na sede do Sindicato dos Bancários do Maranhão, na Rua do Sol 413, Centro de são Luís e pelo telefone 88380274.

O livro custa R$ 29,90, mas na aquisição de um número maior de exemplares de HB, acima de dez unidades, para dar de presente ou para revender em São Luís e no interior do Maranhão, será dado um desconto crescente na proporção do número de exemplares desejados.

São Paulo continua favorito para conquistar o tetracampeonato

Não adiantou nada os rubro-negros cariocas torcerem desesperadamente para o Botafogo derrotar o São Paulo, pois Adriano, Pet & Cia.ltda. não fizeram a lição de casa e só empataram em 0 a 0 com o Goiás, no Maracanã lotado de gente.

No jogo do São Paulo eu só tenho a lamentar o segundo gol botafoguense, pois o atacante que tocou para Renato empatar o jogo em 2 a 2, estava fora do campo, na linha de fundo, e voltou ao campo em flagrante impedimento que o juiz de Brasília não marcou porque não quis, pois estava perto do lance.



Agora o São Paulo permanece em 1.° lugar com 62 pontos ganhos e 17 vitórias, seguido do Flamengo com 61 pontos e 17 vitórias, do Internacional/RS com 59 pontos e 17 vitórias e do Palmeiras, também com 59 pontos e dezesseis vitórias.

Gostaria de saber o que a CBF vai inventar agora para prejudicar o São Paulo e ajudar o Flamengo a ser campeão. Até agora vejam o que já aconteceu

1 – o STJD, composto por juízes que torcem declaradamente para o Botafogo e o Flamengo, suspendeu três jogadores do tricolor do Morumbi (Borges, Dagoberto e Jean) por três jogos;

2- a CBF mudou a partida do Corinthians e Flamengo do Pacaembu (caldeirão da fiel torcida) para o Estádio Brinco de Ouro, em Campinas;

3- a CBF marcou o jogo do Flamengo com o Goiás para quase uma hora depois do fim do jogo do São Paulo, para permitir ao time carioca saber exatamente o que precisaria fazer para assumir a ponta; e

4- o STJD puniu o São Paulo com a perda do mando de campo do último jogo do São Paulo contra o Sport, que estava marcado para o Morumbi, que receberia mais de 80 mil torcedores, para um estádio a 100 km da capital.

Como o Mengão bobeou diante do Goiás, agora só muita mandinga para tirar o tetra de São Paulo. Faltam dois jogos para o tricolor: domingo que vem diante do Goiás, em Goiânia; e na última rodada diante do rebaixado Sport no interior de São Paulo.

Na parte debaixo da tabela o campeonato pegou fogo também. Santo André e Náutico venceram seus jogos e foram a 38 pontos e dez vitórias. O Fluminense venceu o Sport e foi a 42 pontos com dez vitórias. Botafogo, Coritiba e Atlético PR estão com 44 pontos, mas o time carioca tem dez vitórias enquanto os dois clubes paranaenses possuem 12 vitórias.

Na próxima rodada, no domingo que vem seis grandes partidas:

Santo André X Náutico;

Fluminense X Vitória;

Atlético PR X Botafogo;

Cruzeiro X Coritiba;

Goiás X São Paulo; e

Corinthians X Flamengo.

Na última rodada mais sete jogos eletrizantes que definirão o campeão; os quatro times que irão à Taça Libertadora da América de 2010 junto com o Corinthians, campeão da Copa do Brasil de 2009; os sete times que disputarão a Taça Sul-americana de 2010; e os outros três times que serão rebaixados para a série B junto com o Sport:

São Paulo X Sport;

Barueri X Atlético PR;

Coritiba X Fluminense;

Internacional X Santo André;

Flamengo X Grêmio RS;

Botafogo X Palmeiras; e

Náutico X Avaí.

Lamentável é a situação dos times do Nordeste. Sport e Náutico, únicos representantes da região na série A do Brasileirão 2009 devem cair para a série B.

Na série B deste ano o Vasco da Gama/RJ foi o campeão e voltará para a divisão de elite do futebol brasileiro acompanhado do Guarani/SP; Ceará/CE; e Atlético/GO.

Foram rebaixados para a série C em 2010 o Campinense (PB); ABC (RN); e Fortaleza (CE). O América (RN) também poderá ser rebaixado na últimas rodada do Brasileirão da série B, sábado que vem..

Na série C, o campeão de 2009 foi o América /MG. Junto com o coelho mineiro subiram para a série B de 2010, os times do ASA/Al; o Icasa/CE e o Guaratinguetá/SP.

Caíram da série C de 2009 para a série D de 2010 os times do Sampaio Correa/MA; Confiança/SE; Mixto/MT; e Marcílio Dias/SC.

E por fim na série D o campeão de 2009 foi o time do Macaé/RJ. Também sobem para a série C de 2010 os times do São Raimundo/AM; Chapecoense/SC; e Alecrim/RN.

Cláudio Humberto denuncia que FHC escondeu um segundo filho

há mais de uma semana o jornalista Cláudio Humberto noticiou que além do filho Tomas, nascido de uma relação de FHC com ajornalista míriam Dutra, que o tucano ex-presidente da república teria tido um segundo filho fora do casamento com Ruth Cardoso.

Dois dias depois do anúncio que FHC reconheceria Tomas como filho, outro filho-extra do ex-Presidente foi anunciado, Leonardo , agora com 20 anos. O autor da matéria foi Cláudio Humberto, ex-assessor do presidente cassado gernando Collor deMello.

Do ponto de vista familiar para FHC, um mero constrangimento.

Do ponto de vista político, um espanto, que um estadista tenha deixado ao limbo dois herdeiros por duas décadas.

Do ponto de vista geográfico, ameaçamos a liderança paraguaia.

Do ponto de vista biológico, uma performance invejável, aos sessenta.

Do ponto de vista cultural, uma boa pauta.

veja agora esta literatura de cordel enviada por um internauta, intitulada "Pés e mãos na cozinha":

- Miguezim de Princesa

I
Disse um dia Feagacê
Que tinha um pé na cozinha,
Mas enfiou foram os dois
Pra dentro da camarinha:
Sua libido fixou-se,
Com olhos de bico-doce,
Numa fruta madurinha.

II
Já p assado dos sessenta,
Temendo sair de cena,
Tomou uns dois comprimidos
Quando avistou a morena,
Esparramou-se na cama:
Foi quando a primeira-dama
Chamou-se Maria Helena

III
Na ânsia a resfolegar
Naquele momento exato,
Esqueceu a camisinha
Pra se proteger no ato,
Fez finca pra mais de dois
E nove meses depois
Nasceu o filho mulato.

IV
Um senador gordo e chato
Tratou de esconder a cria:
Fez as vezes de estafeta
E lá em Santa Maria,
Às custas de cuia de milho,
Sumiu com a mãe e o filho
No fim da periferia.

V
Numa casinha pequena,
Onde mal cabia uma cama,
Aconchambraram o chamego
Para não manchar a fama
Do sociólogo porreta
Que chama a negra de preta
Pensando que é sua mucama.

VI
E mesmo tendo amado
O chefe dos generais,
A negra com nome grego
Não vai esquecer jamais
(Essas coisas não se esquece)
Que até hoje padece
Pelos serviços gerais.

VII
Mas isso é reincidência
De quem acha que só ganha:
Namorou uma jornalista,
Numa atitude tacanha,
Outro filho que gerou
No mesmo instante exilou
Em terras lá da Espanha.

VIII
A imprensa brasileira,
Que se diz muito arretada,
Livre, forte, independente
E sem rabo preso a nada,
À exceção de Cláudio Humberto,
Nunca passou nem por perto:
Foi muda e saiu calada.

IX
Feagacê não perdoa:
Não pode ver uma gueixa.
A cor é só um detalhe.
O que passar ele “queixa”
(empregada e jornalista),
Só não papa repentista
Porque a gente não deixa.

X
Digo aos vizinhos paraguaios,
Que estavam cheios de razão,
Orgulhosos porque Lugo
Virou um bicho-papão
Devorador de donzelas,
A pátria verde e amarela
Também tem um garanhão.

domingo, 22 de novembro de 2009

Resultados parciais do PED do PT/MA apontam para a independência em relação a Sarney

Embora a apuração dos votos do Processo de Eleição Direta (PED) do PT do Maranhão ainda esteja no início, o resultado parcial apurado até há alguns minutos, às 22h55, aponta indícios de que nenhum candidato a presidente do PT terá 50% dos votos mais um, resultado que definiria o nome do novo presidente do PT/MA logo no 1.° turno.

Seis candidatos a presidente do PT foram às urnas hoje; Augusto Lobato, Bira do Pindaré, Rodrigo Comerciário, Raimundo Monteiro, Edmilson Carneiro e Fransuíla Soares.




Lobato, Bira e Rodrigo não apóiam a coligação do PT/MA com o PMDB de José Sarney nas eleições para governador do Maranhão em 2010.



Monteiro, Carneiro e Fransuíla defendem a posição da direção nacional que quer ver o PT/MA apoiando a candidatura de Roseana Sarney ao governo maranhense.



Mas essa posição de Lula e José Dirceu vem perdendo força porque já são vários Estados onde o relacionamento entre o PMDB e o PT caminha a passos largos para um divórcio nada amigável em 2010.




Se o problema acontecesse só no Maranhão a pressão da direção nacional sobre a nova direção estadual eleita no PED de hoje seria irresistível. Mas existem problemas sérios de difícil solução no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Ferais, Brasília, Bahia, Pernambuco e no Ceará, que tornam o impasse no Maranhão ser menos relevante para a direção nacional do PT.

A situação se complicou a tal ponto que a mídia nacional noticiou neste final de semana que o presidente Lula já está aceitando a montagem de dois ou até mesmo de três palanques nos estados para sua candidata Dilma Roussef nas eleições de 2010.

Até agora já consegui a informação do término da apuração em três municípios: Penalva, onde Augusto Lobato obteve 230 votos, contra 87 dados a Raimundo Monteiro e 13 obtidos por Bira do Pindaré; Viana onde Lobato teve 78 votos, Monteiro 44 e Bira do Pindaré 28 votos; e Paço do Lumiar onde Bira teve 50 votos, Monteiro 31, Lobato 23, Edmilson Carneiro 4 e Rodrigo Comerciário 1 voto.




Em São Luís já foram apurados os votos da Cidade Operária onde Monteiro teve 113 votos, Bira 48, Rodrigo Comerciário 42 e Lobato 11 votos.

A apuração de São Luís deve terminar na madrugada de amanhã e o resultado de todo o Estado só deverá ser oficialmente promulgado amanhã, durante o dia.

Pelo jeito a torcida da governadora Sarney e a oferta de empregos, benefícios e convênios com ONGs e entidades populares não surtiram muito efeito.

O maioria dos filiados do PT do Maranhão prefere manter uma posição independente do grupo Sarney, ratificando a postura defendida historicamente por Domingos Dutra na Câmara Federal, e Valdinar Barros, na Assembléia Legislativa.

Esta posição tem o apoio de petistas como Augusto Lobato, Bira do Pindaré, Rodrigo Comerciário, Manoel da Conceição, Jomar e Terezinha Fernandes, Silvio Bembem, Franklin Douglas, Márcio Jardim, Robert Lobato e Marcelo Barros, entre outras lideranças do PT/MA.





Dutra vai ganhar mais uma disputa com Washington no PT/MA



Mais uma vez a posição dos petistas que defendem uma aproximação política ao grupo Sarney devem sair derrotada em mais um Processo de Eleição Direta (PED) do PT. Os representantes mais importantes deste grupo pró-Sarney são o deputado federal Washington de Oliveira, a deputada estadual Helena Heluy e seu filho, José Antônio Heluy, secretário estadual de Trabalho do governo biônico de Roseana Sarney.

Na foto abaixo estão Antônio José (à esqueda), do PT de Chapadinha; o secretário do Trabalho, José Antônio Heluy; a Governadora Sarney; a vereadora do PT de Balsas e candidata a presidente do PT/MA, Fransuíla Soares; Mundico Teixeira; o prefeito de Balsas, Chico Coelho, do PMDB; e Edmilson Carneiro (à direita), candidato a presidente do PT/MA.

sábado, 21 de novembro de 2009

Honoráveis Bandidos em 1.° lugar na Veja, Épca, Folha de São Paulo e O Globo

O livro Honorávbeis Bandidos é o livro mais vendido do Brasil no ranking de livros de não ficção publicados hoje pelas revistas semanais Veja e Época e pelos jornais Folha de São Paulo e O Globo.

Amanhã, domingo, o jornal O Estado de São Paulo publica sua lista semanal dos livros mais vendidos de São Paulo e Honoráveis Bandidos provavelmente será o livro mais vendido nas cinco listas de maior credibilidade do Brasil.

Na próxima sexta-feira, dia 27 de novembro, o livro estará à venda no Sindicato dos Bancários, na Rua do Sol, no centro de São Luís, e pelos telefonea 88380274 e 32278239.

Desde já Honoráveis Bandidos é a melhor pedida para presente de natal. No Maranhão em particular, presentear um amigo, parente, colega de trabalho ou de estudo e o amigo oculto com o livro Honoráveis Bandidos é uma questão de bom gosto e de compromisso com as mudanças que o Maranhão necessita.

HB narra a saga da família Sarney que enriqueceu na proporção inversa que os índices sociais do estado pioraram muito, deixando o Maranhão em último lugar no ranking do analfabetismo, da menor renda per capita, da concentração da propriedade da terra, da fome e da miséria.

Enquanto a elite representada pela oligarquia Sarney enriqueceu a olhos vistos, o povo humilde e trabalhador do Maranhão ficou cada vez mais pobre e miserável.

Dar HB de presente nesta natal é uma questão de conscientização e democratização da boa informação e da verdade em nosso Estado.

Honoráveis Bandidos já está em 1.° lugar na lista publicada pela Veja

Acabei de receber uma mensagem eletrônica do jornalista Palmério Dória informando que seu livro "Honoráveis Bandidos - Um retrato do Brasil na era Sarney" já ocupa o primeiro lugar na lista de livros de não ficção mais vendidos do Brasil publicada pela revista Veja, da Editôra Abril.

A edição número 2140 da Veja que está em seu 42.° ano de circulação e é a revista de n.° 42 impressa em 2009, chega às bancas de jornais do Brasil hoje, sábado, cedo.

Honoráveis Bandidos entrou na lista da Veja há sete semanas em 9.° lugar. Depois pulou para 7.° lugar onde ficou duas semanas. Na 4.ª semana, HB pulou para 6.° lugar. Na semana seguinte ficou em 4.° lugar. Na semana passada foi para 3.° lugar e nesta semana, que se inicia amanhã, já é o livro de não ficção mais vendido do Brasil.




Encontrei um dia desses uma senhora com mais de 70 anos que assim que me viu foi logo falando: "O livro de Palmério é excepcional. Quem conhece Sarney como eu conheço não pode negar que o livro é a cara de Sarney e o descreve com perfeição".

As prateleiras das livrarias que vendem o livro no Maranhão não conseguem repor o estoqeue de livros na mesma velocidade em que eles estão sendo vendidos. O livro já começa a faltar em toda a cidade.

Até o final desta semana, no dia 27 ou 30 de novembro, Honoráveis Bandidos estará à venda na sede do Sindicato dos Bancários, na rua do Sol 413, centro de São Luís e pelo telefone 8838-0274.

Vamos aguardar a publicação da lista da revista Época desta semana e das listas publicadas aos sábados pelos jornais "O Estado de São Paulo" e "Folha de São Paulo".

Desde já o livro "Honoráveis Bandidos - Um retrato do Brasil na era Sarney" é a melhor opção de presente de natal neste final de 2009. Amigos, parentes, vizinhos, colegas de trabalho e de escola ou faculdade e amigos ocultos, com certeza, estarão à espera de HB como presente de Papai Noel.

Mais do que em qualquer outro lugar do Brasil, dar um exemplar de Honoráveis Bandidos de presente neste natal no Maranhão é sinal de bom gosto e de compromisso com a mudança da nossa injusta realidade.

O conhecimento e a consciência dos fatos que marcaram a história maranhense nos últimos quarenta anos são armas letais e fundamentais para se acabar logo com a dominação asfixiante da oligarquia Sarney que trata o Maranhão como seu feudo privado e uma espécie de capitania hereditária em pleno século XXI.

Mário Macieira é o novo presidente da OAB do Maranhão

O advogado trabalhista Mário Macieira se elegeu ontem presidente da seccional da OAB do Maranhão. Ele obteve 1.825 votos contra 1.726 dados ao candidato da chapa 2, Roberto Feitosa e 232 votos para Isaac Dias, da chapa 3.

Na votação apurada em São Luís, Macieira obteve 1.457 votos contra 1.408 votos de Feitosa e 216 de Dias. Nos 14 municípios onde houve apuração de votos no interior do Estado, Macieira conquistou 368 votos contra 318 de Roberto Feitosa e 16 de Isaac Dias.

Macieira venceu as eleições nas regionais da OAB de Codó, Chapadinha, Pedreiras, Açailândia, Balsas, Caxias, Santa Inês e Barra do Corda. Já Feitosa foi o vencedor em Imperatriz, Bacabal, Presidente Dutra, Pinheiro, Grajaú e Estreito.

A eleição foi muita agitada na sede da OAB em São Luís com torcidas organizadas barulhentas das chapas 1 e 2. No início da noite de ontem o resultado foi promulgado e a festa da chapa de Macieira começou bem em frente à OAB e entrou noite a dentro no restaurante Cabana do Sol.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Hospitais de Ricardo não passam de "telessalas"

Quem não lembra o programa que acabou de enterrar a educação do Maranhão, há alguns anos, no governo do mesmo grupo que administra o Estado do Maranhão?

Programa esse que entregou o ensino médio à fundação Roberto Marinho implantado TELESSALAS onde deveriam ter professores concursados.

Estamos diante de absurdo semelhante, mas agora o alvo é outro, apesar de os personagens e os objetivos serem os mesmos.

A Secretaria de Saúde do Estado do Maranhão, na pessoa de seu Secretário, vem demonstrando que de saúde não entende nada ou é tão mal intencionado que não deixa mais o objetivo de fazer a coisa errada escondido por trás de justificativa alguma.



Charge de Ricardo Murad despachando na Secretaria de Saúde




O que chamo de TELESSALAS da saúde são os tais 64 “hospitais” do Secretário que devem custar 340 milhões de reais e na verdade nem hospitais serão, no máximo poderiam ser classificados como UNIDADES MISTAS.

Não há preocupação sequer de rever a legislação para saber se uma unidade, do tamanho das propostas, pode ou não ser enquadrada como hospital.

Quem conhece saúde sabe que investir em “hospitais” é a maior das demonstrações de ignorância sobre Sistema Único de Saúde que um gestor pode demonstrar.

Na verdade se o senhor Secretário e seus assessores entendessem de saúde, saberiam que os leitos que se encontram desativados no interior do Estado, e só para citar temos Grajaú, Barreirinhas e Cachoeira Grande que possuem três excelentes hospitais desativados, são suficientes para atenderem a demanda das regiões em que se encontram.



Investir em “hospitais” é negar a própria historia de construção do SUS. Ir contra a luta para diminuir as internações em função do incremento da Atenção Básica à Saúde.

Um paciente que chega a qualquer hospital com agravos provocados pelo diabetes, por exemplo, se fosse devidamente acompanhado desde o inicio por uma equipe do PSF provavelmente não chegaria a esse ponto e não precisaria de internação.

O mesmo se pode dizer de hipertensos, tuberculosos, hansenianos e aí por diante.

Quem entende de saúde investe em Atenção Básica e isso já é feito em outros Estados, inclusive do Nordeste, como é o caso do Ceará que foi um dos pioneiros nesse sentido e hoje, depois de mais de vinte anos, colhe os frutos da organização e da boa fé de seus administradores.

Não é difícil prevê o destino dos tais 64 “hospitais”, pois quem irá mantê-los após as inaugurações?

Quem vai bancar os profissionais necessários aos seus funcionamentos?

Quem vai adquirir ambulância para o deslocamento dos pacientes quando os casos não forem resolvidos?

Os laboratórios privados que estão no “esquema” aqui em São Luis irão para o interior?

O Prefeito que tivesse um mínimo de responsabilidade não aceitaria a instalação de um desses “hospitais”. 

O destino deles é, irremediavelmente, fechar deixando o prejuízo para o povo maranhense.

Tais quais as TELESSALAS, o efeito, desses 64 ”hospitais”, vai ser catastrófico, com um agravante: enquanto as TELESSALAS fabricaram milhares de analfabetos funcionais, os 64 “hospitais” fabricarão milhares de inválidos e DEFUNTOS. 

Luís Marcelo Vieira Rosa 

Presidente
Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Maranhão

Baixaria teve efeito bumerangue nas eleições da OAB/MA

Embora um pouco tarde, pois as eleições para a escolha da nova direção da OAB do Maranhão já estejam ocorrendo hoje durante todo o dia, não posso deixar de comentar a baixaria protagonizada por uma das chapas contra o candidato da Chapa 01, Mário Macieira.

Conheço Macieira há muitos anos e sei de sua postura independente e diferenciada em relação à sua própria família.

Embora primo irmão da governadora Sarney, o pai de Mário e a mãe de Roseana são irmãos (Roberto e Marli), Mario sempre foi politicamente ligado ao pessoal do PT na juventude e na universidade.

Profissional de direito na área trabalhista, sempre advogou em defesa de trabalhadores e seus sindicatos, a maioria filiada à CUT.





Mário Macieira tem uma história de vida pessoal e profissional dignificante e sempre soube separar muito bem sua família da opção política que fez ainda jovem, sem se atrelar como advogado ao grupo Sarney.

Hoje Mário é politicamente ligado ao deputado federal Flávio Dino, do PC do B/MA, de quem é amigo desde a adolescência.

Distribuir um panfleto apócrifo com o retrato de Mário Macieira com o bigode de José Sarney foi de uma burrice imensa, deixou à mostra o desespero dos detratores da chapa 01 e foi uma demonstração inequívoca da falta de estratégia eleitoral de Feitosa.

A baixaria contra Mário só causou um efeito bumerangue que isolou mais ainda a chapa 2.

Vale registrar e aplaudir o comportamento ético e democrático do advogado Isaac Dias Filho, candidato a presidente da OAB/MA da chapa 3, que mesmo sendo candidato de oposição ao grupo de Caldas Góis, Guilherme Zagalo, e Mário Macieira, soube manter um nível elevado e educado na campanha eleitoral.

Eu só poderia esperar isso de Isaac, pela sólida formação familiar que teve e pelo seu caráter idôneo.

Comentário de Luiz Pedro na Central de Notícias

Comentário lido pelo jornalista Luiz Pedro de Oliveira hoje de manhã na Rádio Capital AM de São Luís e em dezenas e dezenas de emissoras rádio do interior do Maranhão sintonizadas na Central de Notícias, do jornalista e radialista Humberto Fernandes:


"O Maranhão cresceu"



"O Maranhão foi o Estado nordestino que mais cresceu em 2007, com uma taxa real de 9,1 por cento. A revelação foi feita com a divulgação da pesquisa Contas Regionais 2007, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.

Os resultados de dois anos atrás não foram isolados. O Maranhão teve um crescimento consistente entre 2002 e 2007, segundo a mesma pesquisa. A renda por pessoa passou de 2 mil 637 reais em 2002 para 5 mil 165 reais em 2007, um salto de 95,8 por cento, ou seja, quase o dobro.

O período pesquisado corresponde ao governo de José Reinaldo e ao primeiro ano de Jackson Lago, quando o Maranhão apresentou taxas de crescimento mais elevadas do que o Brasil e do que o Nordeste.

Apesar do avanço durante cinco anos consecutivos, a renda por pessoa do maranhense é a segunda pior do Brasil, estando à frente, apenas, da do piauiense, o que mostra a necessidade de se prosseguir no caminho que vinha sendo seguido pelos dois últimos governos de José Reinaldo e Jackson Lago.

Infelizmente esse ciclo de crescimento foi interrompido com o retorno da oligarquia ao comando do Estado. A mudança nas políticas públicas deverá resultar na volta ao atraso que caracteriza o período oligárquico no Maranhão.

Os resultados da pesquisa do IBGE também desmascaram a propaganda que vem sendo feito pelo governo da senhora Roseana Sarney, que mostra na televisão de propriedade da sua família um Estado que existe apenas no mundo da fantasia.

No Maranhão real, o esforço que foi feito pelas equipes de governo de José Reinaldo e Jackson Lago está sendo destruído pelo governo nascido do golpe judiciário de abril.

Da Central de Notícias, Luiz Pedro, repórter-cidadão, dá a sua opinião."

40 anos do milésimo gol de Pelé

Há quarenta anos, em 19 de novembro de 1969, em uma partida disputada no Estádio do Maracanã, diante de 65.157 torcedores, válida pelo torneio Roberto Gomes Pedrosa contra o Vasco da Gama, Pelé, o melhor jogador de futebol do mundo de todos os tempos fazia seu milésimo gol.

Para um jogador fora de série que fez os gols mais bonitos do futebol, o destino guardou um surpresa: o milésimo gol foi de penâlti, talvez a forma mais fácil de se fazer um gol.

O goleiro do Vasco da Gama, o argentino Andrada, passou para a história do futebol como "o arqueiro do Rei". Quando o juiz pernambucano Manoel Amaro da Silva marcou o penâlti aos 33 minutos do 2.° tempo, às 23h27, Andrada se irritou e jogou a bola para o alto.

Depois dá para ver neste histórico vídeo o time do Vasco e Andrada cercando o juiz para reclamar. No vídeo Pelé conversa com alguns jogadores do Vasco e por fim o próprio Andrada conversa sózinho com Pelé, talvez pedindo para ele errar o penâlti.

Depois de Pelé marcar seu milésimo gol, o vídeo mostra Andrada possesso no chão dando socos no gramado do Maracanã.

Reveja o milésimo gol em narração do locutor de rádio Edson Rodrigues:


Filho de Sarney quer que o Supremo Tribunal Federal mantenha censura

Deu no Estadão!

O advogado Eduardo Ferrão ingressou ontem com petição junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) por meio da qual pede manutenção da decisão do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), que proibiu o Estado de publicar detalhes da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal.

A petição foi entregue no gabinete do ministro Cezar Peluso, para quem foi distribuída terça-feira reclamação do Estado contra a ordem do desembargador.

O recurso, subscrito pelo advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira, pede liminarmente a suspensão da censura ao jornal, em vigor há 111 dias.

Manuel Alceu assinala que a mordaça imposta pelo Judiciário é "certamente a mais avassaladora e lastimável delas".




O advogado sustenta que o TJ-DF, "canonicamente sob a roupagem de verdadeira Congregação para a Doutrina da Fé, aviltou a liberdade informativa, sujeitando-a à inibição prévia (...) e privilegiou, ou pensa estar privilegiando, direitos personalísticos subjacentes à privacidade e à honra, sobrepondo-se ao direito prevalecente da atividade informativa.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Apagão - Lula puxou a orelha de Lobão e disse: "No tempo da Dilma não tinha isso"

O ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, sofreu uma dura advertência do presidente Lula por conta do apagão que atingiu o país no último dia 10, afetando 18 estados brasileiros.

Segundo o blog do jornalista Josias de Souza da Folha de São Paulo, no momento do blecaute Lula estava reunido em seu gabinete com Lobão e alguns governadores quando foi informado do ocorrido.

"Ao cobrar explicações do ministro indicado por Sarney e diante das respostas não convincentes do mesmo, Lula, irritado, disparou: “no tempo da Dilma não tinha isso”; deixando Lobão bastante constrangido.

Tudo aconteceu quando Lula coordenava uma reunião para a repartição dos royalties das jazidas do pré-sal. Um ajudante de ordens entrou na sala. Entregou ao presidente uma folha de papel. Lula devorou o texto em silêncio. Depois, socializou o conteúdo aos presentes. O presidente leu em voz alta o documento que informava sobre o breu.

E a prosa mudou de rumo.
— Que porra é essa, caralho, Lobão?

O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) não soube responder.
— Me dê um minutinho, presidente.

Lobão retirou-se da sala. Deixou atrás de si vários rostos circunspectos. Entre eles os semblantes de dois governadores: Sérgio Cabral (RJ) e Paulo Hartung (ES). Além da dupla, testemunharam a cena líderes do Congresso. Dilma Rousseff não estava. Mandara Erenice Guerra, a segunda da Casa Civil.

Decorridos menos de cinco minutos, Lobão retornou ao gabinete de Lula. Informou que havia ocorrido problemas nas linhas de transmissão. Situou a encrenca em cidades próximas a Itaipu, cujas turbinas se desligaram. Atribuiu a escuridão, já nesse primeiro momento, a intempéries climáticas.

E Lula, de bate-pronto:
– Não me venha com esse papo de clima. Não acredito nisso.

Voltando-se para o ministro, Lula pespegou:
— Ô, Lobão, no tempo da Dilma não tinha isso.

Quem testemunhou a cena conta que Lula falou em timbre jocoso. Algo que não impediu, nos dias seguintes, a troca de farpas entre petês e pemedebês. A presidenciável do PT ocupou a pasta do ministro de Sarney entre 2003 e 2005. Atribui-se a Dilma a reorganização do sistema elétrico na fase pós-apagão-FHC.

Antes de dar por encerrada a reunião, Lula dirigiu-se, de novo, a Lobão, dessa vez a sério.
— Vou pra casa dormir. Se a situação não se normalizar, quero que me telefone. Meu celular vai estar ligado. Quero essa porra resolvida logo. Caralho.

O ministro tocou para o chefe pouco antes das duas da madrugada de quarta (11). Reiterou a previsão de que, ao amanhecer, o fornecimento de luz estaria integralmente normalizado.

Grupo Sarney ameaça Aderson Lago

O ex-deputado estadual Aderson Lago ocupou uma cadeira na Assembléia Legislativa do Maranhão por quatro mandatos consecutivos.

Eleito na primeira vez em 1990, ele só deixou a AL no final de 2006 porque se candidatou a governador do Maranhão pelo PSDB.

Eu cheguei a São Luís em 16 de agosto de 1988 e passei a acompanhar as sessões da AL a partir de maio de 1992, quando passei a ser correspondente do jornal Folha de São Paulo no Maranhão, onde atuei até outubro de 1994.

Nestes dezessete anos que assisto às sessões na AL, eu não lembro de qualquer outro deputado com a capacidade intelectual e o dinamismo com que Aderson atuou naquela casa.

Profundo conhecedor do regimento interno da AL, Lago foi uma verdadeira pedra nos sapatos dos governadores Edison Lobão, José de Ribamar Fiquene e Roseana Sarney.

Fiscal implacável das ações destes três governadores, são de Aderson denúncias que passaram para a história política do Maranhão como no caso do chinês Chhai Kwo Chheng e a Cooperativa Têxtil de Rosário; o projeto Salangô, de irrigação em São Mateus; a estrada fantasma MA008, que deveria ligar Paulo Ramos a Arame; o contrato do telensino quando Roseana pagou R$ 100 milhões à Fundação Roberto Marinho para substituir professores de ensino médio; o empréstimo de R$ 333 milhões para sanear o BEM e vendê-lo ao Bradesco por R$ 78 milhões; o golpe de R$$ 44 milhões dados pela USIMAR; a privatização da CEMAR; a aplicação e perda de recursos da CAPOF no Banco Santos; o caso Lunnus; entre outros vários escândalos promovidos pela filha dileta de José Sarney e seu ambicioso marido.

Exatamente por esta atuação destacada de Aderson Lago é que em 1998 Jorge Murad tentou tirar a reeleição de Lago, financiando deputados da base aliada sarneysista para aliciar vereadores, cabos eleitorais e prefeitos que apoiavam Aderson no interior do Estado do Maranhão.




Aderson teve uma participação destacada na campanha eleitoral de 2006, quando os programas do PSDB desmitificaram e desconstruíram a imagem de Roseana como administradora pública.

Depois como chefe da Casa Civil do governo Jackson Lago. Aderson contribuiu muito para o sucesso da administração estadual, principalmente no interior do Estado.

Exatamente por causa desta atuação destacada, a governadora Sarney disse recentemente que Aderson Lago estava prestes a ser preso por supostas irregularidades cometidas no governo Jackson.

Além da ameaça de prisão, surgiram ameaças contra a integridade física de Lago de diversas fontes.

Com o que aconteceu no Sindicato dos Bancários no lançamento do livro Honoráveis Bandidos no dia 4 de novembro passado, se faz necessário protegermos a integridade física de Aderson.

No sindicato dos Bancários um grupo de jovens fascistas do PMDB de Sarney tentou impedir que dois jornalistas sexagenários lançassem uma obra admirável que conta toda a história do enriquecimento da família Sarney e a metamorfose de um político regional em presidente da República e atual avalista do presidente Lula.

Se aquele ataque idiota no sindicato na frente de cerca de 800 pessoas foi realizado, imaginem o que esses mesmos políticos podem fazer para impedir a volta de Aderson à Assembléia Legislativa.

O blog publica agora o artigo assinado por Aderson Lago e publicado ontem na edição do Jornal Pequeno, intitulado: "Prisão (ou morte) anunciada"




"Nunca  consegui  esquecer  o  segundo turno  das  eleições  de  1994. Foi  a  maior  fraude  já  feita  no  Maranhão. Fraudaram  mais de  cem  mil votos  para  inverter  o  resultado  das  eleições  e  proporcionar  à  filha  de  Sarney  uma  envergonhada vitoria  contra  Cafeteira  por  pouco  mais  de  dezoito  mil  votos.

Mas  nada  me  chocou  e  impressionou  tanto  quanto  a  tentativa  malograda   de  forjar  um  flagrante  de  porte  de  cocaína  para  a  filha  de  Cafeteira. O  objetivo  era  constranger  o  adversário  na  reta  final  da  campanha  e  influenciar  com  a  propaganda  negativa  o  resultado  da  eleição.

Para quem montou a“operação  Reis  Pacheco “ ( sequestro ,morte  e  ocultação do  cadáver de um  morto-vivo  atribuídos   à Cafeteira ) o  plano frustado  era  apenas  um  aperitivo.

  Já se  passaram  quinze  anos  e  as  práticas  políticas  do  grupo  Sarney  só pioraram. A  violência, que  não  era  utilizada  para  intimidar  e  coagir  os  adversários  passou  a  ser  ferramenta  importantíssima  para  a  consecução  desses  objetivos. Vide  a  noite  de  autógrafos  dos  “Honoráveis  Bandidos “. A  juventude  hitlerista  não  faria  melhor.   

Tenho,  desde  o  início  do  governo  Jackson  Lago  e  com  mais  intensidade  após  o  golpe  judiciário  que  o  afastou  do  poder, sido  o  alvo  preferencial  dos  achincalhes,  dos  insultos  e  das  baixarias  da  mídia  sarneysista. A  ordem  foi  dada  ao  filho  Fernando  pelo  próprio  “ honorável  mor “, José Sarney, conforme  comprovado  nas  escutas  telefonicas da  “Operação  Boi  Barrica “. Esse  é o  modo  Sarney  de  tratar  os  adversários. Portanto, não me  surpreende  a  insistente  e  feroz  tentativa  de  assassinar-me  politicamente.

Mas  parece  que  isso não  tem  sido  suficiente, daí a  necessidade  de   fazer  algo  mais  consistente, mais  definitivo  e  com  “aspecto  legal  “.   Auditorias  especiais  e  inquéritos  são  abertos  e  conduzidos  de  maneira  leviana  e  irresponsável  na  tentativa  de  fazer  de  mim  os  bandidos  que  eles  são. Periodicamente  as  manchetes  e  o  noticiário  dos seus  meios  de  comunicação  me  insultam  e  me  atribuem  crimes  que  nunca  cometi.

A  minha  castração  política, a  desmoralização  como  cidadão  e  até uma  remota, mas  possível  eliminação  física  servirão  de  exemplo  para  desestimular  aqueles  que  teimam  em  não  se  submeter  ao  seu  comando. Aí vem  a  segunda  parte  do  criminoso  plano  urdido  pela  própria  governadora Roseana  Sarney, pelo  secretário Ricardo  Murad  e  pelo  secretário  Raimundo  Cutrim.                                                                                                              




Dias  atrás  a  governadora  vazou  para  alguns  parlamentares  que  eu  seria  preso  nos    próximos  dias. O  secretário  Cutrim  avalizou  a  informação  e  garantiu  sua  execução.   A  intenção  é que  a  informação  chegasse  a  mim.

A  suposição  é de  que  diante  da  prisão  arbitrária  eu  estarei  preparado  para  reagir  com  violência  ensejando  uma  oportunidade  para  ser  espancado  ou  conforme  a  intensidade  da  reação  até ser  morto  pelos  executores  da  ação. É lógico  que  uma  arma  de  fogo  seria “ plantada “ para  justificar  a  reação  descontrolada  dos  que  forem  me  prender.

Ao  longo  dos  quatro  mandatos  exercidos  como  deputado  estadual  participei  ativa  e  intensamente  das  atividades  parlamentares  e  dos  debates  políticos  do  meu  estado. Jamais  recebi  uma  ameaça  ou  me  senti  inseguro  quanto  à minha  integridade  física, mesmo  no  auge  da  CPI  do  Crime  Organizado. Infelizmente, hoje, não  é esse  o  ambiente  que  respiro. 

As  práticas  próprias    dos  regimes  de  excessão  que  se  implantaram  no  Maranhão  desde  o  golpe  que  retornou  os  Sarney  ao poder  nos  remetem  a  dias  cada  vez  mais  sombrios. Com  muito  mais  intensidade  reimplantou-se  a  cultura  do  medo. Os  adversários  e  os  que   reagem  à cooptação  são  ameaçados  de  todos  os  modos  e  por  todos  os  meios. Ora  é a  polícia  política  que  foi  montada  pelo  Secretário  Raimundo  Cutrim,   ora  são  as  ações  que  tramitam no  Tribunal  Eleitoral,  ora  são  as  contas  dos  prefeitos  e  gestores  que  estão  no  Tribunal  de  Contas  do  Estado. Até mesmo ações  na  justiça  comum    são  utilizadas  como  instrumento  para  ameaçar,  punir  ou  cooptar.

Tudo  isso  é possível  graças, como  gostam  de  deixar  transparecer, ao  poder  e  influência  que  exercem  em  todas  as  esferas  da  Justiça  no  Maranhão  e  em  Brasília. A  par  de  todo  esse  instrumental  é,  também e  principalmente, utilizado  o  formidável  e  inescrupuloso  sistema  de  comunicação  que  possuem. Aliás , disse  o próprio  Sarney  em  entrevista, ele  existe  para  ser  usado  politicamente.

É  nesse  clima  asfixiante  que  vivemos  hoje  no  Maranhão. Onde  imperam  as  escutas  telefônicas  ilegais, as  ameaças  veladas, o  uso da  máquina  pública  em  benefício  pessoal  e  o  mais  despudorado  assalto  aos  cofres  públicos  que  se  tem  notícia. Até porque  com  direito  a  propaganda  nos  meios  de  comunicação  e  completa  blindagem com  relação  à Justiça, conforme gostam  eles  próprios  de  se  jactar. 

São  milhões  de  reais     contratados  sem  licitação  na  Educação,  na  Saúde  e  na  Segurança. É a  farra  dos  novos  Hospitais  para  empreiteiros  generosos, embora  na  contramão  do  SUS. São   estradas  licitadas  no  “combinemos “ entre  construtoras  amigas. Talvez  seja  por  isso  que  alardeiam, até com  certa  ironia : “ de volta  ao  trabalho “ e  “ mãos  à obra  “.

E  porque, mesmo  sem  mandato, nunca  calei  diante  de  tudo  isso é  que  preciso  ser  eliminado, política  ou quem  sabe, até fisicamente. É por  isso  que  chamo  a  atenção  do  Ministério  Público, da  Justiça ,da Assembleia  Legislativa ,da  clase  política  em  geral, da  sociedade  civil  organizada para  o  que  está sendo  urdido, sendo  tramado  em  nome  da  manutenção  de  um  poder  obtido  ilegitimamente. 

Ainda  assim, diante  de  todos  esses  percalços, prefiro  morrer  de  pé do  que  viver  de  joelhos. Tenho a  tranquilidade  dos  que  nada  tem  a  temer  e a paz  de  quem  tem  Deus  ao  seu  lado. Espero  que  esse  seja  o  ânimo  daqueles  que  não  perderam  a  capacidade  de  se  indignar. Portanto, que  Deus  me  proteja, que  os  amigos  me  ajudem  e  que  o  povo  me  apoie,  pois  agora,  mais  do  que  nunca,  a  luta  precisa  continuar. 
 
 
                                                                                   ADERSON  LAGO
                                                                                   Ex. Dep.Estadual"

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Caça aos trouxas já começou: IPOPE dá 79,5% a Roseana em Bacabal

O blog do jornalista Décio Sá postou recentemente uma matéria que fala sobre uma suposta pesquisa de opinião pública feita pelo IPOPE em Bacabal.

Pelos números apresentados por Sá, o Maranhão não precisaria perder tempo e dinheiro, e nem torrar a paciência de seus milhões de eleitores com a realização de eleições em outubro de 2010.

Era só uma questão de homologação da vontade popular, na ótica deciana, ou então coroar logo a governadora como “Roseana 1.ª”, Imperatriz Perpétua do Maranhão.

Segundo os dados do IPOPE postados por Décio Sá, na pesquisa estimulada Roseana Sarney (PMDB) vem em 1.º lugar com 79,51% das preferências populares, seguida de Jackson Lago (PDT) com 4,80% e de Flávio Dino com 2,0%. Na pesquisa espontânea, a filha de Sarney está em 1.º lugar com 67%, seguida de Lago com 4,4% e de Dino com 2,3%.

Segundo Sá, o IPOPE pesquisou também as preferências populares em Bacabal para deputado estadual e federal. Para a Assembléia Legislativa desponta o nome de Fátima Vieira com 5,1%, seguida de Jura Filho com 3,05% e da ex-primeira-dama de Bacabal, Graciete Lisboa, com 1,2%.

Já para a Câmara Federal o deputado federal José Vieira se destaca com 23,08% das preferências, seguido de Alberto Filho com 5,5% e de Roberto Rocha com 1,0%.

Com certeza a pesquisa do IPOPE deve ter sido contratada pelo ex-prefeito de Bacabal, José Vieira.

Eu acho que já assisti a este filme em 2005 e 2006 quando a então candidata a governadora do Maranhão pelo PFL tinha mais de 70% de intenção de votos.

Governo Roseana rezalizou pagamentos estranhos em outubro

O blog do jornalista Luís Cardoso publicou recentemente dois pagamentos muito estranhos feitos pela Secretaria Estadual de Cultura no último mês de outubro.

Sem ter organizado recentemente qualquer evento de maior porte, o secretário Bulcão mandou pagar duas contas salgadíssimas no mês passado: R$ 1.143.185,889 à empresa São Luís, Promoções e Eventos; e R$ 834.480,00 à empresa Trapiche Eventos, totalizando pagamentos de R$ 1.962.566,00 em outubro de 2009.

O carnaval 2009 já passou há muito e o governador era Jackson; o São João aconteceu em junho passado, há quatro meses; e o carnaval 2010 só acontece daqui a três meses.

Entendo que neste período marcado pela falta de grandes eventos culturais a efetivação destes dois grandes pagamentos não se justifica!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Filho de FHC estuda nos EUA


Depois que Fernando Henrique Cardoso terminou seu mandato de presidente da República no final de 2002, ele visitou o filho Tomas algumas vezes em Madri e foi à solenidade de formatura do rapaz no ensino médio. Hoje o filho de FHC e da jornalista Mírian Dutra estuda nos Estados Unidos e tem uma convivência maior com o pai.




O fato em si de FHC possuir um filho fora do casamento com Ruth Cardoso é uma questão estritamente pessoal dele e só diz respeito às pessoas envolvidas, no caso o próprio FHC, Ruth Cardoso, Míriam Dutra e Tomas.

Como jornalista quero me solidarizar com os companheiros de profissão Palmério Dória e Mylton Severiano que há 18 anos travaram uma luta inglória para noticiar o fato.




A forma diferenciada e antagônica com que a grande imprensa nacional e a Rede Globo de Televisão, em particular, tratou a questão da existência de Lurian, filha de Luíz Inácio Lula da Silva, durante a campanha eleitoral de 1989, para favorecer a candidatura de Fernando Collor de Mello, foi uma verdadeira afronta à democracia e à liberdade de imprensa no Brasil.




Lula foi acusado de abandonar a mãe de Luriam, sem direito de se defender e uma questão pessoal que só dizia respeito a ele, Lula, à Mirian Cordeiro e à propria Lurian foi exaustivamente explorada nos noticiários da TV Globo.




Já a mesma Rede Globo de Televisão omitiu a verdade sobre o filho de FHC com a repórter Mirian Dutra e protegeu o tucano de todas as maneiras possíveis e impossíveis para que nada o desabonasse em plena campanha eleitoral de 1994.

Mais uma vez saúdo publicamente os bravos jornalistas Palmério Dória e Mylton Severiano pela coragem de produzirem uma matéria sobre o assunto que era uma espécie de tabu na imprensa brasileira.

Vejam agora a reprodução da capa da edição da revista Caros Amigos que divulgou a notícia de que FHC tinha tido um filho com uma jornalista da TV Globo.

domingo, 15 de novembro de 2009

Os bastidores da notícia do filho de Fernando Henrique Cardoso há 18 anos

Recebi esta mensagem do jornalista Palmério Dória hoje de manhã. Ela conta com detalhes a luta da revista Caros Amigos para noticiar a existência de um filho de FHC com a jornalista Mírian Dutra, da TV Globo de Brasília.

Os detalhes de como a grande imprensa protegeu FHC e boicotou de todas as maneiras possíveis a apuração das informações por parte de Palmério Dória e Mylton Severiano são impressionantes.

Destoa completamente do tratamento dado pela grande imprensa em 1989, que apoiando Fernando Collor de Mello, tratou da maneira mais aberta e ostensiva possível o fato de Lula ter tido uma filha com Mirian Cordeiro.

Lula era um simples operário que queria ser presidente do Brasil em 1989 e FHC era o princípe da intelectualidade nacional e candidato das elites brasileiras em 1994 a presidente da República contra o mesmo Lula.

Um exemplo clássico de dois pesos e duas medidas da grande imprensa nacional.

Uma grande vergonha nacional, isso sim!

Leiam agora a mensagem do amigo Dória:


"Esta reportagem começou assim: o jornalista Palmério Dória ofereceu para Caros Amigos um artigo cujo título era "Presidente, Assuma!", referindo-se ao filho gerado do romance entre Fernando Henrique Cardoso e a jornalista Miriam Dutra quando o atual presidente da República era senador.


A jornalista trabalhava, e trabalha ainda, para a Rede Globo, na ocasião como repórter em Brasília, hoje como correspondente em Barcelona, Espanha.




O artigo, depois de dizer que o casal era visto nas noites de Brasília a partir do final de 1988, contava em detalhes, revelados por testemunhas, a reação irada do então senador, com xingos à jornalista, expulsão da sala e um pontapé no circulador de ar, que foi parar longe, no dia em que ela foi ao seu gabinete participar-lhe a gravidez. Abordava em seguida a situação criada após o nascimento da criança, em 1991, quando a estrela do senador começava a brilhar na política, projetando contornos para uma candidatura à presidência da República.

Citava a participação dos amigos Sérgio Motta e José Serra, "cabeças do projeto presidencial", no episódio, primeiro conseguindo para a mãe e a criança um apartamento mais confortável na Asa Sul, onde ela já morava mais modestamente, e, depois, fazendo gestões junto ao diretor de jornalismo da Rede Globo, Alberico Souza Cruz, que é o padrinho do menino, no sentido de transferir a jornalista para Lisboa, o que se efetivou.

Dizia ainda o artigo que, a certa altura, esses três personagens foram substituídos, no que o autor chama de "corpo de bombeiros", por um conhecido lobista de Brasília, aparentado de Miriam Dutra que em determinadas rodas é chamado de "o homem que sustenta o filho do presidente". Antes de encerrar o artigo, o autor pergunta por que tanto segredo, por que a "conspiração de silêncio" da imprensa em torno da história, listando uma série de políticos e personagens públicos que em casos semelhantes viram noticiados os fatos que haviam protagonizado.

Ao entregar o texto, o jornalista sugeriu que o ilustrássemos com uma foto de Miriam Dutra. E foi aí que as coisas passaram a tomar outro rumo.

Quando procuramos, por telefone, o Departamento de Documentação (Dedoc) da Editora Abril, que vende esse tipo de material, como todas as empresas jornalísticas, ficamos sabendo que lá havia uma única foto da jornalista da Globo, tirada da tela de uma televisão por um fotógrafo da revista Veja, que em 1994 preparava uma reportagem sobre o caso Miriam Dutra/FHC, candidato à presidência da República. Para isso a revista tinha enviado a repórter Mônica Bergamo a Lisboa. O funcionário do Dedoc tratou do assunto com naturalidade, pedindo que aguardássemos um minuto na linha enquanto ultimava os trâmites rotineiros para o envio da foto.

Quando voltou ao telefone, desapontado disse que a foto não podia ser liberada, não sabia por quê. Pedimos que transferisse a ligação para a direção do Dedoc, que atendeu, se disse surpresa com o fato, que iria verificar o que estava acontecendo e nos ligaria em seguida. Depois de uma hora, ligou dizendo que realmente a foto não podia ser liberada porque era de autoria desconhecida, envolvia o nome da Globo e, assim, estava bloqueada.

Primeira providência: localizar o fotógrafo, que não estava mais em Veja, trabalha agora para o Correio Braziliense, jornal de Brasília. Ele confirma haver feito a foto para uma "matéria de gaveta", no jargão jornalístico aquela matéria que espera a ocasião oportuna para ser publicada ou fica para sempre enterrada. "Fiz a foto da televisão porque toda a imprensa tinha a matéria e, se um desse, todos davam", disse ele.

Essa informação não só já havia transpirado de Veja, por outra via, como a direção da revista dissera à repórter enviada a Lisboa que ela estava indo procurar Miriam Dutra para que não corressem o risco de ser "furados" por alguém. De qualquer forma, na volta a repórter entregou um relatório com a entrevista feita com Miriam Dutra, que não quis revelar o nome do pai, disse que o pai não merecia aquele filho, deu detalhes do parto etc. e a matéria foi para a gaveta, apesar de a direção da redação estar dividida, votos a favor e contra sua publicação, prevalecendo ao final o "não" do diretor, Mario Sergio Conti.

Sabe-se que houve ameaça à Abril, por parte da irmã de Miriam Dutra, Magrit, que por telefone disse que quebraria (financeiramente) a editora, caso a matéria fosse publicada.

As contradições apontaram definitivamente para a investigação. Íamos procurar saber como são, a partir de fatos, as relações entre o presidente da República e a mídia. Precedentes já havia, como o da época da reeleição, por exemplo, quando o presidente chamou a Brasília todos os donos dos grandes veículos para pedir uma ajuda em favor de sua candidatura quando em maio/junho de 1998 ela periclitou nas pesquisas de opinião pública.

Antes de qualquer coisa, precisaríamos ouvir Miriam Dutra, procurar confirmar o "segredo de polichinelo", como dizem jornalistas que conhecem a história. E praticamente todos os diretores de redação à época das eleições de 1994 a conhecem, embora muitos - iríamos pedir a palavra de todos eles - fossem argumentar que não publicaram a matéria porque a mãe da criança não havia procurado a imprensa nem a Justiça e só nessas circunstâncias as normas internas admitem a publicação.

O que não é verdadeiro, sabe-se de pelo menos um fato semelhante a esse em que houve até exploração tendenciosa por parte da mídia, fato revelado também em época de campanha presidencial, a de 1990, envolvendo a filha do candidato Lula, trazido a público por um repórter do Jornal do Brasil que foi investigar a história e não porque algum dos envolvidos tivesse procurado a imprensa ou a Justiça.

Outro argumento de diretores de redação em defesa da não publicação da história que resolvemos contar é o de ela não ser um fato jornalístico. Esquisito não considerar fato jornalístico um presidente da República ter um filho fora do casamento com uma jornalista da Rede Globo.

Fomos, então, procurar Miriam Dutra, por intermédio de um jornalista brasileiro, João Rocha, que está morando em Barcelona. Eis o seu relato, de 30 de janeiro deste ano:

"Descobri um Colegiado de Jornalistas onde havia um Centro Internacional de Jornalistas. Consegui achar Miriam Dutra em uma lista absolutamente equivocada - a de Madri, mas com um endereço de Barcelona.

Fui até lá. É um bairro de classe média alta, na parte mais moderna da cidade. Achei a rua, mas penei para achar o prédio. Enquanto pedia informações na rua para localizar o número que buscava, encontrei acidentalmente um brasileiro. Um homem de seus sessenta e poucos anos, artista plástico paraibano. Havia deixado o Brasil em 1963, mas conservava intato o sotaque, mesmo falando catalão ou espanhol.

Seu nome é Oto Cavalcanti, figura interessante, também se confundiu muito para achar o prédio que supostamente era no quarteirão em que ele morava. Quando falei que procurava uma jornalista brasileira, ele lembrou que a moça da banca de jornal havia lhe falado de uma jornalista brasileira da Globo vivendo por perto. Fomos até a banca. A moça se mostrou muito simpática até eu perguntar sobre Miriam Dutra. Aí ela mudou de expressão, de tom de voz e falou que Miriam já se havia mudado e que nunca mais a tinha visto. Perguntei outra coisa e ela simplesmente me ignorou, como se eu não pudesse saber de mais nada.

Essa moça, eu soubera um pouco antes pela sua ajudante, tornara-se amiga de Miriam em suas compras diárias de jornais e revistas. Saí da banca com mais algumas informações, porém achando que o endereço que eu tinha estava errado e, além disso, sabendo que Miriam havia se mudado. Mas continuei procurando e perguntando para as pessoas. Todos desconheciam o número, exceto seu Manuel, porteiro português que trabalha há anos na região: 'Esse prédio fica naquele bulevar atrás do muro do Gaudí, todo mundo se perde'. Já era noite e o muro estava iluminado. Lindo! E atrás dele estava o número 61 da rua Manoel Girona. Visivelmente um prédio de classe média alta. O porteiro não estava, mas a caixa de correio mostrava que Miriam não morava mais ali.

Esperei que algum morador ou o porteiro aparecesse. Foi o tempo de um cigarro. Lá vinha ele, um típico catalão de uns sessenta anos. Foi dele que pude conseguir a mais rica descrição da nossa personagem. Me descreveu seus hábitos, jeito etc., coisas que um porteiro sabe como ninguém. Falou que ela mudara havia uns seis meses, para perto, e que não a via desde o Natal, quando tiveram uma ligeira discussão sobre as cor-respondências que ainda chegavam para ela e que já não queria receber. Foi aí que ele completou o perfil que eu estava montando desde que comecei a pensar na personagem: 'É uma pessoa muito fechada, apesar de ter sido sempre correta comigo. O que eu vou fazer se uma pessoa não quer deixar seus rastros?...'

"Chegando em casa, organizei as anotações e quase joguei fora o número do telefone que supostamente seria o de Miriam, já que o porteiro me havia assegurado que a linha tinha ficado com o novo inquilino. Mas resolvi tentar: 'Alô', eu ouvi, tomando um susto tremendo, e então perguntei em espanhol se era da casa de Miriam Dutra. 'Si, un momento.' E ao longe: 'Mãããe!' Era ele, Tomás. Com o coração disparado de quem busca algo durante tempos e encontra por acaso, não tive rapidez para fazer outra coisa que não esperar por Miriam. E ela atendeu: 'Hola'. 'É a Miriam Dutra?' 'Sim'. 'Oi, Miriam, meu nome é João Rocha. Sou um jornalista brasileiro que está vivendo em Barcelona.

A revista Caros Amigos está fazendo uma reportagem em que cita o seu nome e pediram que a procurasse para ouvi-la'. E ela, meio transtornada: 'Cita meu nome? Em quê?' 'Olha, fala de um suposto caso que você teria tido com o nosso presidente da República, Fernando Henrique, e de um filho que teria resultado desse relacionamento'. Pelo silêncio que se fez, esperava ouvir o telefone dela batendo no gancho, mas não. Veio a resposta: 'Olha, João, eu não vou falar nada sobre essa história. Eu não sou uma pessoa pública. Se vocês têm algo para perguntar, não é para mim. Perguntem para a pessoa pública'."

A afirmação de Miriam Dutra era definitiva e, no mínimo, removia de vez a argumentação de jornalistas que não contam o que sabem escudando-se em manuais de redação. Seguiríamos sua sugestão de procurar a pessoa pública dessa história, mas só depois de ouvir todos os diretores de redação da época em que o caso aflorou mais fortemente, 1994, FHC candidato. Devíamos começar por Veja, de onde a lebre foi levantada a partir da foto proibida.

Palmério Dória conta sua tentativa:

"Liguei para Mario Sergio Conti, que durante a primeira eleição de FHC era diretor de redação de Veja. Previa certa animosidade, porque naquela semana tinha saído em Caros Amigos um quadro comparativo que fiz entre famosos de ontem e de hoje - 'Portrait du Brésil: décadence avec desélégance'. Entre as quarenta comparações (por exemplo: JK/FHC; bossa nova/pagode; Ataulfo Alves/Alexandre Pires; mar de lama/Proer; Marta Rocha/Adriane Galisteu), sobrou para o autor do best-seller Notícias do Planalto: David Nasser/Mario Sergio Conti. Quer dizer, esperava animosidade mas não a tempestade que desabou: 'Mario Sergio, estou fazendo uma matéria sobre aquela história que todo mundo fala mas ninguém conta, o suposto filho do Fernando Henrique...'. 'Palmério, você acha que eu vou mover uma agulha por você?' (ainda contendo a fúria) 'Você me comparou com o... David Nasser...' Tentei dizer algo em meio ao atropelo de impropérios que se seguiu: 'Mario, estou ligando para o cargo, você tinha a função de diretor de redação...'. 'Eu não sou da sua laia. (berrando) Leve a sua calhordice até o fim!' Berrando, desligou o telefone."

Em seguida, Palmério falou com mais três jornalistas que ocupavam posto de comando nas publicações em que trabalhavam durante a campanha presidencial de 1994:

"Augusto Nunes, hoje dirigindo a revista Época, era diretor de redação do jornal Zero Hora, de Porto Alegre. Temos uma considerável convivência, começamos juntos no Estadão: "

"- Augusto, falam que todos os jornalões e revistas tinham essa matéria e que, se um desse, todos dariam. Vocês tinham também, para a eventualidade? "

"- Não chegamos a ter. Claro que a questão foi levantada na redação: 'Fizeram uma sacanagem com o Lula, e agora como é que é?' Mas quem fez a sacanagem com o Lula foi a Miriam Cordeiro. No caso do Fernando Henrique, a suposta mãe diz que não é. O filho tem um pai no papel, e ela não fala que Fernando Henrique é o pai. A Zero Hora nem partiu para levantar o assunto, que circulava realmente em todas as redações. "

"Aluízio Maranhão, diretor de redação do Estadão naquele tempo, hoje também na revista Época, garante que o jornal dos Mesquita não tinha matéria de gaveta sobre o caso: "

"- Havia um obstáculo intransponível: ela nega. O rapaz - o registro do menino: ele tem um pai legal. Você vê o caso do Lula. A filha existe, a mãe assumiu, se deixou usar como munição política. Tem que ter algum BO (não Bom para Otário, mas Boletim de Ocorrência). Sendo verdade, termina servindo de munição. Isso vale para um suposto filho de um presidente e para um suposto consumo de drogas de um presidente. Você tem que ter provas e testemunhas com um mínimo de credibilidade. Não tem nada a ver com status social. Por todas essas razões, não chegou a ser tema de discussão, por absoluta falta de provas. Houve um momento em que o site do PDT fez circular uma matéria do Diário de Notícias, de Portugal, com a história. Foi malandragem com interesses político-partidários e decidimos não noticiar. E essa foi a decisão de todos os órgãos. "

"Hélio Campos Mello, diretor de redação de IstoÉ, comigo foi sempre de uma afabilidade total. Mas, toquei no assunto, adotou o chamado distanciamento crítico, tornou-se seco e objetivo: 'Não tenho uma história, não tenho a certidão de nascimento, não tenho uma mãe dizendo que o garoto é filho dele (o presidente). Alguém pode dizer: 'Ah, ele é parecido'. O filho do Collor é quase um teste de DNA'!"

Palmério não perguntou, e o diretor de redação de IstoÉ talvez não tenha tomado conhecimento, mas sabe-se que um repórter da revista fez a matéria e ela foi engavetada, por instância do proprietário da editora, que disse:





"Não sou louco, tenho negócios". Esse mesmo empresário já disse, em tom de brincadeira, para quem quisesse ouvir: "Sou mesmo um bandoleiro da imprensa; os outros também são, mas não dizem".

Como estivéssemos entrevistando jornalistas, rapidamente a matéria passou a ser comentada nas redações, obviamente indo parar nos corredores do poder federal. Combinamos um jantar, numa churrascaria em São Paulo, com um jornalista que está trabalhando para o governo. Ele disse que havia uma preocupação com a matéria nos altos escalões, amigavelmente desaconselhando-nos a publicá-la.

Fez ver que a editora, caso Caros Amigos saísse com a reportagem, podia enterrar a pretensão de conquistar anúncios ou qualquer serviço editorial da área governamental, que abertamente havíamos pleiteado com ele como pleiteamos junto a todo o tipo de empresas insti-tucionais. Ao contrário, acenou, não saindo a matéria eram muito boas as chances de obtermos no futuro algum tipo de serviço editorial para órgãos públicos.

Em um almoço, numa cantina, também em São Paulo, Palmério Dória, que julgavam ser o único autor da reportagem, receberia, por intermédio de um amigo jornalista, convite para ir trabalhar na assessoria de imprensa da Petrobrás, no Rio. Perguntou ao amigo de quem partira o convite, o amigo declinou o nome do lobista aparentado de Miriam Dutra. Os lobbies em favor do silêncio começavam a convergir.

Um deputado federal da oposição liga para a redação pedindo o telefone particular de José Arbex Jr., editor especial de Caros Amigos. O telefone é fornecido. Arbex conta o diálogo ocorrido depois das saudações de praxe:

"- E aí, o que você manda?"

"- Rapaz, eu queria te dar um toque, mas é em caráter pessoal."

"- Pode dizer."

"- Pois é, eu estava conversando outro dia com um cara que é muito ligado ao governo, e ele me disse que o pessoal estava preocupado com uma reportagem que a Caros Amigos está fazendo, o cara até me perguntou se eu sabia qual era a da Caros Amigos, se ela é do PT..."

"- Do PT?"

"- Pois é, rapaz, do PT. Eu falei que não, disse que não sabia nada sobre a Caros Amigos, até que passei numa banca de jornal e li o expediente da revista, e vi que conhecia algumas pessoas da redação. Por isso resolvi te ligar."

"- Sei, mas qual é a preocupação do governo? "

"- Eles acham que vocês estão fazendo uma matéria escandalosa envolvendo o presidente. Eu acho que não é o caso, pois, conhecendo vocês, eu acho que não iriam por essa linha de sensacionalismo barato."

"- Ih, não é nada disso. Os caras, pra variar, estão mal informados. A reportagem não é sobre a vida do FHC, mas sim sobre a relação da mídia com o FHC, o silêncio cúmplice, essas coisas..."

"- Ah, bom, eu sabia..."

"- Mas eu não entendi muito bem qual é o toque que você disse que ia me dar."

"- É que eu vi que os caras estão preocupados, e como te conheço há muito tempo, e tem uma relação de confiança, apesar de talvez existirem divergências políticas, então resolvi conversar com você em caráter pessoal. Os caras estão muito preocupados, rapaz... "

"- Eu te agradeço a confiança, mas a gente não vai promover nenhum sensacionalismo."

Nesse mesmo mês, fevereiro, liga para Sérgio de Souza, editor de Caros Amigos, o diretor de redação da revista Imprensa, Tão Gomes Pinto. Diz estar intercedendo em nome de Miriam Dutra, que lhe telefonara de Barcelona cheia de preocupação em relação à matéria e que ela queria falar com Sérgio. "Pois não", respondeu Sérgio, dando ao interlocutor todos os seus números de telefone. O diretor da revista Imprensa, antes de desligar e depois de muito insistir sobre a preocupação de Miriam, disse que qualquer dia iria fazer uma visita à redação de Caros Amigos, que não conhecia ainda.

Antes que se passasse meia-hora, anunciam que Tão Gomes Pinto está na recepção, quer falar com Sérgio. Desce, cumprimentam-se, Tão vai repetir que Miriam está preocupadíssima mas que resolveu não telefonar para Caros Amigos. O tom resvala à dramaticidade. Sérgio pergunta se são amigos, Tão responde que conheceu Miriam nos tempos de Brasília, não chega a dizer que eram amigos. No meio da conversa, Sérgio, que tinha a informação de que Tão e o lobista aparentado de Miriam estavam naquele momento esgrimindo conjuntamente um lobby junto a uma empresa brasileira, pergunta se o diretor de redação da revista Imprensa conhece fulano de tal (dá o nome do lobista).

Tão olha para o alto, como se buscasse na memória o personagem, até que, no timing certinho, diz que sim, mas que não vê o homem faz muito tempo, mais de ano. A pergunta faz com que a conversa se dilua, Tão chega a comentar, em tom cúmplice, que a nossa matéria devia ser feita pela revista Imprensa e despede-se fraternalmente, levando alguns livros da editora de Caros Amigos, a Casa Amarela, para divulgar em sua revista.

Diante disso, embora convictos de que se tratava de uma mentira encomendada pelo lobista, pedimos ao repórter de Barcelona que perguntasse a Miriam Dutra se ela havia pedido a intercessão do diretor de redação da revista Imprensa. O pedido a João Rocha, como o primeiro, foi feito por Mylton Severiano, que participava também da reportagem e é amigo do jornalista que vive em Barcelona. Mylton recebeu então o seguinte e-mail:

"Logo depois de receber sua mensagem, encontrei um amigo brasileiro para ir almoçar. Na fila do restaurante, falávamos nosso portuguesinho despreocupado quando uma moça atrás de nós me cutucou no ombro: 'Vocês são brasileiros, não?' E se apresentou:

'Me chamo Tânia, sou de Brasília, estou fazendo doutorado aqui na faculdade...'. Foi justo no momento em que me deu o estalo e, com aquele tipo de palavras que você não sente sair da boca, perguntei: 'Você é amiga da Miriam Dutra, não?' E ela, surpresa: 'Ah, a Miriam, sou, como você sabe?' E eu, ainda naquele estado: 'É que ela me falou de você, que havia chegado há pouco tempo e que estava procurando apartamento para alugar'.

'Procurando apartamento? Não, imagina! Moro aqui há três anos!' Nesse momento, o mundo se contorce e já não se entende mais nada. Mas, como eu, ela também fazia doutorado e, momentos depois, coincidências esclarecidas, resolvo puxar o assunto do filho do presidente e explico minha relação com Miriam: o interesse no suposto caso que Miriam supostamente teria tido com o presidente, do qual supostamente teria nascido um suposto filho, supostamente presidencial. 'Suposto?', me interrompe a moça. 'Suposto, não! É do Fernando Henrique. Ela não te contou? É a cara do presidente!'

"Chegando em casa, ligo para Miriam. Quem atende novamente é Tomás: 'Péra um pouquinho. Maãããnhê!' Longa conversa, como havia sido a primeira, dessa vez contabilizada pelo cronômetro do telefone: uma hora e dez minutos. Quanto ao movimento de sugestão de silêncio, ela diz não ter a menor idéia de onde saiu. Fala que não tem nada a ver com isso e que a última pessoa com quem havia conversado sobre o assunto fui eu. Tão Gomes Pinto ela diz conhecer apenas profissionalmente, como jornalista respeitado, e que não tem nem sequer o telefone dele. Comenta o contrato dela com a Globo, anual, de prestação de serviços no exterior, 'como há uns quarenta mais', acrescentando que veio por razões profissionais e por sua própria conta. Fala, também, em tom ameaçador mas brando: 'Se a revista publica uma coisa dessas, vai ter que provar. Sei dos meus direitos e conheço os meios jurídicos. Vai ter que provar'. E, enfim, depois de eu muito cutucar, saiu: 'Tomás Dutra Schmidt, nascido no dia 26 de setembro de 1991 à zero hora e quinze minutos em uma maternidade de Brasília, batizado pela avó materna e registrado na mesma cidade somente no nome da progenitora'. Levando portanto sobrenomes iguais aos dela."

A repórter e editora executiva de Caros Amigos, Marina Amaral, iria a Brasília para, além de solicitar uma audiência com a "pessoa pública", tirar uma cópia, no respectivo cartório, da certidão de nascimento do menino. Antes, porém, como estava pautado, trataria de colher os depoimentos utilizados pelos grandes veículos para justificar o fato de nunca terem tratado do assunto.

Começa por Alberico Souza Cruz, atualmente na Rede TV!. A telefonista atende, Marina diz que deseja falar com ele, a ligação é transferida, atende voz masculina, Marina pede:

"- Por favor, o Alberico. '

"- Quem gostaria de falar? '

"- É Marina, da Caros Amigos. '

"- Oi, Marina, tudo bem? É o Alberico. '

"- Que bom, nem pensei que seria tão fácil falar com você... (risos) '

"- Com prazer, pode falar.'

"- É um assunto meio delicado, mas, como vamos dar a reportagem na próxima edição, tenho de perguntar. A reportagem fala do filho da Miriam Dutra com...'

"- Me desculpe, mas, sobre esse assunto eu não falo. '

"- Mas a reportagem até diz que você é o padrinho do menino... '

"- É, mas sobre esse assunto eu realmente não falo. Me desculpe. Até logo."




O sucessor de Alberico na direção de jornalismo da Rede Globo é Evandro Carlos de Andrade, ex-diretor de redação do jornal O Globo, função que exerceu de 1972 a 1995. Autoridade máxima e palavra final do jornal, seu depoimento para uma reportagem que põe em discussão as atitudes da imprensa diante de determinados fatos era de grande importância.


No caso, principalmente porque foi na sua gestão que O Globo publicou, em 14 de dezembro de 1989, data em que a televisão transmitiria, à noite, o debate que decidiria a eleição presidencial em favor de Fernando Collor, o seguinte editorial, destacado na primeira página:

"O direito de saber '

"O povo brasileiro não está acostumado a ver desnudar-se a seus olhos a vida particular dos homens públicos. "O povo brasileiro também não está acostumado à prática da Democracia.'

"A prática da Democracia recomenda que o povo saiba tudo o que for possível saber sobre seus homens públicos, para poder julgar melhor na hora de elegê-los. '

"Nos Estados Unidos, por exemplo, com freqüência homens públicos vêem truncada a carreira pela revelação de fatos desabonadores do seu comportamento privado. Não raro, a simples divulgação de tais fatos os dissuade de continuarem a pleitear a preferência do eleitor. Um nebuloso acidente de carro em que morreu uma secretária que o acompanhava barrou, provavelmente para sempre, a brilhante caminhada do senador Ted Kennedy para a Casa Branca - para lembrar apenas o mais escandaloso desses tropeços. Coisa parecida aconteceu com o senador Gary Hart; por divulgar-se uma relação que comprometia o seu casamento, ele nem sequer pôde apresentar-se à Convenção do Partido Democrata, na última eleição americana. '

"Na presente campanha, ninguém negará que, em todo o seu desenrolar, houve uma obsessiva preocupação dos responsáveis pelo programa do horário eleitoral gratuito da Frente Brasil Popular de esquadrinhar o passado do candidato Fernando Collor de Mello. Não apenas a sua atividade anterior em cargos públicos, mas sua infância e adolescência, suas relações de família, seus casamentos, suas amizades. Presume-se que tenham divulgado tudo de que dispunham a respeito. '

"O adversário vinha agindo de modo diferente. A estratégia dos propagandistas de Collor não incluía intromissão no passado de Luís Inácio Lula da Silva nem como líder sindical nem muito menos remontou aos seus tempos de operário-torneiro, tão insistentemente lembrados pelo candidato do PT.'

"Até que anteontem à noite surgiu nas telas, no horário do PRN, a figura da ex-mulher de Lula, Miriam Cordeiro, acusando o candidato de ter tentado induzi-la a abortar uma criança filha de ambos, para isso oferecendo-lhe dinheiro, e também de alimentar preconceitos contra a raça negra.'

"A primeira reação do público terá sido de choque, a segunda é a discussão do direito de trazer-se a público o que, quase por toda parte, se classificava imediatamente de 'baixaria'.

"É chocante mesmo, é lamentável que o confronto desça a esse nível, mas nem por isso deve-se deixar de perguntar se é verdadeiro. E se for verdadeiro, cabe indagar se o eleitor deve ou não receber um testemunho que concorre para aprofundar o seu conhecimento sobre aquela personalidade que lhe pede o voto para eleger-se Presidente da República, o mais alto posto da Nação.'

"É de esperar que o debate desta noite não se macule por excessos no confronto democrático, e que se concentre na discussão dos problemas nacionais.

"Mas a acusação está no ar. Houve distorção? Ou aconteceu tal como narra a personagem apresentada no vídeo? Não cabe submeter o caso a inquérito. A sensibilidade do eleitor poderá ajudá-lo a discernir onde está a verdade - e se ela deve influenciar-lhe o voto, domingo próximo, quando estiver consultando apenas a sua consciência."






Marina Amaral procurou o atual diretor de jornalismo da Rede Globo, sendo informada pela secretária que ele só responde perguntas por escrito. Assim foi feito, seguiram quatro perguntas: 1. se havia chegado ao jornal O Globo, por ocasião das eleições de 1994, a informação de que grandes veículos estavam preparando matéria sobre o filho gerado de um romance entre Fernando Henrique Cardoso e Miriam Dutra; 2. se o jornal discutiu o assunto; 3. se cogitou de também preparar uma matéria a respeito; 4. e se o editorial "O direito de saber" havia sido escrito por ele, Evandro Carlos de Andrade. A resposta veio no dia seguinte, por fax, manuscrita e assinada:


"1. Não chegou ao meu conhecimento. As perguntas 2 e 3 estão prejudicadas."

"4. Não me recordo - provavelmente não fui eu o autor, uma vez que escrevi poucos editoriais durante minha permanência no Globo."

No mesmo dia, 20 de março último, Marina Amaral procurou, por telefone, outro diretor de redação, Otávio Frias Filho, da Folha de S. Paulo. Depois de explicar em detalhes a origem da reportagem - do artigo de Palmério Dória à foto interditada -, Marina perguntou a Otávio se a Folha cogitara fazer a matéria em 1994. Resposta:

"- Vou ter muita dificuldade em responder a contento porque a Folha considera que esse não é um assunto de interesse público, é um assunto de ordem afetiva, e a Folha não publica assuntos de ordem afetiva enquanto pelo menos uma das partes interessadas não se manifestar. Essa moça não se manifestou."

"- Mas e o caso da namorada do Pitta, que vocês publicaram recentemente? Havia interesse público? "

"- A Folha não publica assuntos de ordem afetiva enquanto uma das partes não toma alguma providência jurídica ou não se manifesta publicamente, quando consideramos que o assunto não tem interesse jornalístico. No caso dessa moça que você está citando, não lembro o nome dela..."

"- Marlene Beteguelli, a secretária. E a Marina de Sabrit, que vocês também publicaram, com ela desmentindo..."

"- Pois é. Houve insinuações, mas não publicamos nada até que ela própria deu uma entrevista ao Jornal do Brasil, se deixou fotografar."

"- Mas a notícia do filho do Fernando Henrique chegou à redação da Folha? Vocês pensaram em investigar, em procurar os dois?"

"- Havia fofocas de redação que circulam há muito tempo, mas não tivemos condições de investigar porque não tínhamos nem condições de afirmar se essas histórias eram verdadeiras."

"- Posso dizer que a história do filho é verdadeira pelas investigações que fizemos. Inclusive falamos com a moça, que nos aconselhou a procurar a pessoa pública dessa história."

"- Se você está me dizendo que é verdade, acredito, porque não tenho motivo para duvidar de você."

"- Independentemente desse fato, você acha que a mídia tem tratado o presidente Fernando Henrique Cardoso com, digamos, condescendência? "

"- Independentemente disso? Sim."

"- De que forma se manifesta essa condescendência? "

"- Acho que a mídia tem sido de todas as formas condescendente. Quando um presidente tem taxas de popularidade altas, a mídia acaba refletindo essa tendência. Foi assim com o presidente Sarney, com o Collor no primeiro ano de mandato, vem sendo assim com o Fernando Henrique pelo menos até o segundo semestre do ano passado quando suas taxas de popularidade caíram."

"- A Folha acompanhou essa tendência? "

"- A Folha, salvo melhor juízo em contrário, tem se mantido numa posição mais autônoma, mais inquisitiva, mais incômoda mesmo. A Folha tem uma série de colunistas que manifestam uma posição contrária a essa simpatia da mídia. Essa simpatia é clara, tanto que ele próprio (o presidente) fez uma boutade no episódio dos grampos do BNDES dizendo que a mídia estava até exagerando no apoio. Agora, com relação a esse episódio desse suposto envolvimento de ordem afetiva, não é nossa política investigar. Isso envolve outros casos, há diversos precedentes, mas não consideramos esse um assunto jornalístico, de interesse público. É isso."

Marina Amaral transcreveu o diálogo telefônico e enviou-o a Otávio, como pedira o jornalista. E acrescentou novas perguntas, que foram respondidas via e-mail pelo diretor de redação da Folha: "

"1. A Folha foi procurada pelo presidente ou por algum de seus assessores com o pedido de não dar ouvido a boatos a respeito do filho com a jornalista Miriam Dutra? "

" Não."

"2. A Folha foi convidada a participar, juntamente com outros grandes veículos, de uma reunião com o presidente durante a campanha eleitoral de 1994? "

" Não. Embora tenha havido vários encontros jornalísticos entre representantes do jornal e o então candidato, alguns deles, possivelmente, com a participação de jornalistas de outros veículos. "

"3. A Folha sofreu alguma pressão no governo FHC em função de sua posição de independência?"

"Não, exceto queixas e reclamações, aliás freqüentes, de auxiliares do presidente, mas sempre dentro dos limites do que me parece legítimo numa democracia."

Nesse mesmo e-mail em que dá resposta às perguntas complementares de Marina, Otávio comenta a transcrição do telefonema:

"A transcrição me parece OK, exceto pelo fato de que o discurso oral, quando transposto para o texto, sempre parece truncado e repetitivo. Imagino que você fará um copy para eliminar ou reduzir essa dissonância. "

"Dois detalhes: há uma resposta em que eu digo que 'Havia fofocas de redação que circulam há muito tempo mas não tivemos condições de investigar porque não tínhamos nem condições de afirmar se essas histórias eram verdadeiras'. Devo ter me expressado mal. Quis dizer que não investigamos por não vermos legitimidade na pauta, conforme dito anteriormente. E que não sabemos sequer se esses fatos são verdadeiros. O porque não tem sentido na frase. "

"Outro detalhe: Sarney desfrutou de grande popularidade enquanto durou o Plano Cruzado. "

"É isso. Um abraço."

Mylton Severiano também está empenhado na coleta de depoimentos. Marca uma conversa com Mino Carta na redação da Carta Capital, revista da qual Mino é o diretor. Começa com a mesma pergunta feita a todos: por que falam do filho deste e daquele, menos do filho de FHC com Miriam Dutra. Mino faz uma colocação e lembra de um episódio:

"A questão é pertinente. Eu saí da IstoÉ em agosto de 1993. Dois anos antes, o Fernando Henrique me liga na redação: "

'Olha, Mino, está correndo uma história cabeluda, que enxovalha a mim e a minha família, por favor, se isso chegar aí, não dá nada, não publica não'. Eu disse 'tá bom', que esse tipo de coisa não me interessava mesmo. Eu nem sabia o que era."

E conta a Mylton Severiano que perguntou ao pessoal da redação de IstoÉ, "Mas que história é essa que o Fernando Henrique me liga pra pedir que não publique?" E lhe disseram que vários jornalistas da IstoÉ tinham visto "os dois" no Piantella, nesses restaurantes de Brasília, às vezes em turma, às vezes a sós. E acrescenta:

"Eu, pessoalmente, Mino jornalista, tenho receio de tocar nesses assuntos. Mas, em relação a Pelé, Lula... Jesus Cristo, é legítimo, é pertinente propor a questão. Pelo fato em si. O caso do Lula era diferente. Estava viúvo, solteiro. E o Fernando Henrique é casado."

Mylton cita o editorial do Globo sobre o direito de saber. Mino diz: "Uma das obrigações da mídia é fiscalizar o poder, inclusive a vida privada, particular. O perfil: tantos anos, é homossexual; se é grosseiro, quero saber. Se espancou a mulher, quero saber. Se dá em cima de mulher fora do casamento, quero saber. Agora, eu, como repórter, não me sinto bem com esse tipo de assunto."

Mylton pede que Mino explique melhor por que disse ser pertinente a questão que estamos levantando. Resposta:

"Sim, a história do filho do Fernando Henrique você pode até perguntar se é verdade. Mas, sendo verdade, é pertinente querer saber por que não publicam. Como foi possível levantar aquela do Lula? Aquilo foi terrível. Completamente diferente. Ele estava solteiro, viúvo. Saía com a moça e, naturalmente, quando um homem sai com uma mulher, acabam fazendo o que todos sabemos. Ele não queria o filho. Foi uma desgraça. Agora, por que Lula e não Fernando Henrique? Por que Pelé e não Fernando Henrique? Existe? Então, por que não falar? Se é figura pública e dá em cima das mulheres, não sabe se portar. Vai envergonhar o país mais cedo ou mais tarde, se se torna figura representativa do país dele. Eu não estou falando dele, estou falando de qualquer um."

Mylton lhe diz:

"Mas isto se aplica a ele, depois de tudo o que apuramos e todo mundo sabe."

"Então...", falou Mino, rindo irônico.

Depois de falar com Mino Carta, Mylton Severiano ia telefonar para outros dois jornalistas de publicações importantes. Conversas velozes. Primeiro com Celso Kinjô, editor-chefe do Jornal da Tarde, do qual Mino foi o fundador. Celso lhe disse que nunca pensaram em fazer matéria no JT. A posição da "casa" é não tocar em assuntos pessoais.

Uma ocasião um repórter levou uma foto do filho de Orestes Quércia e ela ficou na gaveta. A "casa" é escrupulosa em relação a esse tipo de assunto, não está escrito mas nem merece tratamento editorial. Disse também não lembrar qual foi o tratamento da "casa" com relação a Miriam Cordeiro, em 1989.

Depois, com Marcelo Pontes, alto escalão no Jornal do Brasil em 1994, fazia o "Informe JB". Trabalha hoje no gabinete do Ministério da Fazenda. Mylton conta:

"- Foi perceptível ao telefone seu desconforto quando anunciei o assunto. Eu havia dito à secretária que falava em nome da Caros Amigos. Mas atendeu logo. Ficou repetindo: '94, 94, 94, que que eu fazia no JB? 94, 94, 94...'. Lembrou-se então de que fazia o "Informe". Mas o jornal fez matéria?

- Mas eu não posso falar pelo jornal. Ouvi boatos - boatos, estou dizendo -, não tinha nenhuma prova. Nem considerei que esse assunto de vida pessoal fosse publicável.

"- Mas nós sabemos que outras publicações foram atrás."

"- Ah, me parece que o JB publicou algo sim, feito pelo Maklouf. Tá bom? (louco para se livrar de mim)"

"Agradeci, um abraço, desliguei."

Na penúltima semana de março, Palmério Dória foi ao Rio de Janeiro, tratar de outros assuntos profissionais com um grupo de jornalistas, do qual faz parte um colunista muito importante da imprensa carioca. Era uma sexta-feira, "dia do chamado 'pescoção' nos jornalões, quando os colunistas caçam notas a grito". O colunista queria saber de Palmério se Miriam Dutra "abriu ou não abriu" (sobre a paternidade do menino), dizendo, depois de uma longa conversa, que ia dar uma nota em sua coluna no final de semana. Voltou a ligar mais tarde, perguntando quantos anos a Caros Amigos ia fazer.

Palmério procurou no jornal do sábado, do domingo e da segunda. Nada. Na tarde da própria segunda encontraram-se em mais uma reunião do grupo, à qual o colunista chegou dizendo, na frente de dois outros jornalistas: "Em dez anos de coluna, nunca passei por uma situação como essa!" E contou que alguém do alto escalão do jornal chegou a ele com a nota na mão e disse que ela só poderia sair com autorização do primeiro homem da empresa.

Faltavam poucos nomes para completar a lista de depoimentos de jornalistas, antes de Marina Amaral solicitar a audiência com a "pessoa pública", com o que encerraríamos a reportagem.

Faltava falar com quem em 1994 dirigia o Diário Popular, de São Paulo, Miranda Jordão; com Ricardo Noblat, do Correio Braziliense; e com o chefe da sucursal da Folha de S. Paulo em Brasília, Josias de Souza.

Mylton Severiano liga para Miranda Jordão, hoje no jornal O Dia, Rio de Janeiro. O diálogo:

"- Alô. "

"- (Me identifico como da Caros Amigos, tudo bem? Tudo bem.) Estou trabalhando numa matéria sobre o filho do Fernando Henrique com a Miriam Dutra... "

"- Filho o quê? "

"- O Tomás Schmidt, filho do Fernando Henrique e da nossa colega Miriam Dutra. "

"- Não estou sabendo de nada. "

"- Bem, nós temos a informação de que o Diário Popular, em 1994, você estava lá, teria feito ou tentou fazer a matéria, através do Cláudio Humberto. "

"- Nunca. Não tínhamos relação alguma com o Cláudio Humberto. "

"- Bem, pode ser uma informação furada, mas você sabe da história, não? "

"- Não, nunca soube de nada. (cortante) "

"- Que interessante. Bom, se você nunca soube, está bem. Muito obrigado."

Marina Amaral vai a Brasília, já telefonara de São Paulo cinco dias antes à procura de Ana Tavares, assessora da presidência da República. Tinha sido atendida por um dos membros da assessoria, Geraldo Moura. Sem adiantar o assunto, Marina disse que queria marcar uma entrevista com Ana. Geraldo se mostrou surpreso: "Entrevista com ela?" Mas respondeu que provavelmente não haveria problema e que daria um retorno.

Não deu. Assim que chegou em Brasília, no dia 22 de março, Marina localizou o cartório - o Marcelo Ribas, no Edifício Venâncio 2000 - em que fora registrado Tomás. Tinha o nome completo do menino, da mãe e a data e horário do nascimento, que a própria Miriam Dutra dera a João Rocha em Barcelona. Tirou a cópia, que é um documento público, pagando por ela 1,90 real.

Por telefone, depois entrevistou Josias de Souza, diretor da sucursal da Folha em Brasília.

"- Na matéria que estamos fazendo, percebemos que há um tabu referente ao assunto do filho do presidente Fernando Henrique com a jornalista Miriam Dutra. Argumenta-se que o assunto é privado, que não tem interesse jornalístico. Me chamou a atenção que você e o Gilberto Dimenstein tenham tratado disso no livro que escreveram sobre a campanha de 1994 (A História Real - Trama de uma Sucessão, editora Ática-Folha de S. Paulo). O assunto tem interesse jornalístico? "

"- Abordei esse assunto em ocasiões em que me pareceu claro o interesse jornalístico. Uma vez foi na própria Folha, na coluna da página 2, durante a campanha eleitoral de 1998. O PDT havia explorado o fato de forma eleitoreira no site do partido. Aquilo me pareceu jogo sujo de campanha. Fiz, então, uma analogia com outros casos, envolvendo inclusive chefes de Estado, como o Mitterrand. Fiz uma comparação com a cultura jornalística brasileira, a meu ver mais evoluída nessa matéria. Nos Estados Unidos, por exemplo, qualquer bobagem sexual relacionada a presidentes e candidatos é supervalorizada pela mídia. Acho que esse tipo de assunto só deve ser abordado quando há relevância jornalística. Como no caso do PDT, que decerto tentou reeditar procedimento sujo utilizado antes por Collor, na disputa contra o Lula. No livro que escrevi com o Gilberto, o assunto veio à tona porque descobrimos que a dona Ruth Cardoso havia se isolado em Nova York pouco antes de Fernando Henrique decidir se seria ou não candidato à presidência. Um dos motivos que fizeram com que ela se isolasse foi o receio de que esse caso fosse explorado durante a campanha eleitoral. Entendemos que não havia por que evitar o assunto. Decidimos dar a ele o tratamento jornalístico que julgamos adequado. "

"- Mas a Folha diz que não trata de assuntos de ordem privada... "

"- Veja, a posição da Folha é que essas questões têm de ser tratadas à luz do interesse jornalístico. Um bom exemplo é o caso do namoro do Bernardo Cabral e da Zélia, dois ministros de Estado, em que um liberava verba para o outro, ou seja é assunto de interesse público. A vida privada de um político tem relevância se de algum modo passar a interferir na sua atividade como homem público. "

"- Mas e a filha do Maluf, as namoradas do Pitta? "

"- Não há uma fórmula. Há uma linha geral, um princípio a ser observado. A publicação depende da análise de caso a caso. A filha do Lula foi transformada em assunto jornalístico pelo Collor. O tema dos supostos relacionamentos extra-conjugais do Pitta vieram à tona graças ao rompante de Nicéa. "

"- No caso da Miriam Dutra, vocês investigaram, falaram com ela? "

"- Falamos com várias pessoas que tinham relação com o fato. Para nós, era relevante checar a veracidade da história. "

"- E vocês conseguiram apurar? "

"- Isso foi apurado, sim."

Marina só conseguiria falar com Ricardo Noblat, o último da lista, depois da volta a São Paulo. Por telefone.

"- Estamos fazendo uma reportagem sobre as relações da mídia com o presidente Fernando Henrique Cardoso... "

"- Eu soube. É boa reportagem. Me diz uma coisa, a moça confirmou? "

"- Nós falamos com ela e tentamos falar com o presidente. Você assumiu a direção do Correio em fevereiro de 1994? "

"- É, fevereiro de 94. "

"- E nunca ouviu falar de um filho de Fernando Henrique fora do casamento?"

"- Eu ouvi esse assunto por aí. Depois fiquei sabendo que a Veja tinha ido conversar com o presidente e com a jornalista, apurado nas duas pontas, e que ambos negaram. Aí, como não tinha prova, não tinha por que apurar, tanto que a matéria da Veja não foi publicada. Se você tivesse uma outra prova, poderia ser. Em mesa de bar, jornalista comenta... "

"- Você leu o livro publicado no final de 1994 pelos jornalistas Josias de Souza e Gilberto Dimenstein? "

"- Confesso que não. Por quê? Ali conta? "

"- Conta. Na parte em que comenta que dona Ruth se isolou em Nova York, lembra? "

"- Acho que lembro, sim, o Fernando Henrique foi falar com ela. Mas conta mesmo? Não estou me fazendo de bobo, é que eu não sabia mesmo. Você falou com eles? "

"- Falei com o Josias, ele confirma o que escreveu. "

"- Confirma? E por que a Folha não publicou? "

"- Porque considera assunto de vida privada. Você publicaria? "

"- Mas eles falaram da filha do Maluf, das namoradas do Pitta... Aqui em Brasília, um jornal evita muito entrar na vida pessoal, a não ser que vire um fato supercomentado. A gente não publica nem fitas, aqui temos um código de ética muito rigoroso. Mesmo aquelas fitas grampeadas que todo mundo deu, a gente só deu depois de uns dias para explicar para o leitor 'está ocorrendo uma crise por causa de umas fitas'... e diz o teor; nós nem publicamos aquelas transcrições que todo mundo publicou. Mas a Folha disse o quê? "

"- Nada muito diferente do que você disse, assunto de vida privada. Você acha que o fato de um presidente ter um filho fora do casamento é um assunto jornalístico? "

"- Mas aí você está fazendo uma afirmação que eu não posso comentar. "

"- Não estou fazendo uma afirmação, estou fazendo uma pergunta. "

"- Não, eu não posso responder isso em tese porque sei de que tese você está partindo. Não posso falar de um fato que eu não apurei, não que esteja duvidando de você, mas aí eu não posso. "

"- Está bom, Noblat, muito obrigada. "

"- Obrigado, eu. Boa noite." "

Marina não conseguira uma entrevista com Ana Tavares, muito menos uma audiência com o presidente. Eis o esperado mas curioso anticlímax da reportagem, narrado por ela:

"No dia 22 de março, já em Brasília, liguei novamente para Ana Tavares e novamente Geraldo Moura me atendeu. 'Marina, fui eu que falei com você a outra vez. Você queria conversar com a Ana, né? Infelizmente não vai ser possível porque a agenda dela está uma loucura, ela nem tem vindo aqui, porque está preparando uma viagem do presidente'. 'Mas nem por telefone, dez minutinhos?' 'Não, está impossível mesmo. Mas você pode falar comigo, eu também faço parte da assessoria da presidência'.

"Explico então que estamos dando uma matéria que fala das relações do presidente Fernando Henrique com a mídia analisando o episódio do filho dele com a jornalista da Globo, Miriam Dutra, e acrescento que estou cumprindo minha obrigação como jornalista, já que a própria Miriam havia nos dito que procurássemos a pessoa pública dessa história. E explico: 'É por isso que preferia falar com a Ana Tavares pessoalmente, é um assunto delicado'. Ele responde, efusivo: 'Não, nem tem problema, essa história surge periodicamente desde 1983...' Pondero que em 1983 o garoto nem tinha nascido. Ele corrige: 'Não, 1993, desde que entrei aqui. Nós temos uma orientação sobre isso, mas nesse caso vou falar com o presidente e depois telefono para você', diz, simpático.

"Uma hora depois ele me liga, o tom de voz completamente mudado. Bastante seco, diz: 'Nós desconhecemos esse assunto'. Pergunto se essa é a resposta da assessoria ou do presidente. Ele: 'Não se pode falar com o presidente sobre esses assuntos através da assessoria porque a assessoria só trata de assuntos institucionais da presidência'. Pergunto então com quem devo falar para que minha pergunta chegue ao presidente. A resposta: 'Cabe a você, como repórter, encontrar uma maneira de falar com o presidente. Até logo'."