terça-feira, 29 de setembro de 2009

Vidigal no PSDB

Com a filiação do ex-presidente do STJ, Edson Vidigal, ao PSDB do Maranhão fica mais bem definido o quadro eleitoral dos candidatos a cargos majoritários em 2010.

Do lado da oligarquia, a governadora Sarney deverá se candidatar á reeleição. Ela não se sente á vontade na condição de governadora biônica, imposta pela decisão autocrática de quatro ministros do TSE e contra o desejo expresso nas urnas por quase um milhão e quatrocentos mil eleitores maranhenses.

Tanto ela está desconfortável que nem mais nos palácios dos Leões e no Henrique de La Rocque ela comparece. Ela dorme, faz suas refeições, trabalha, despacha e joga um baralhinho na casa do pai, na praia do Calhau.

Ela anda tão desgostosa com a própria situação que está até desleixada e mal arrumada. Como bem lembrou hoje o jornalista Raimundo Garrone em seu blog, a governadora Sarney chegou ao ponto de receber autoridades federais em sua casa calçando chinelos de dedo.

Foto publicada no blog de Raimundo Garrone



Parece até que a via tortuosa que trilhou para voltar ao poder, sem o glamour da ”primeira mulher eleita governadora pelo voto direto”, título que ela ostentava orgulhosa em 1995, fez com que ela se recolhesse no governo estadual, abrindo espaço para seu cunhado, Ricardo Murad, assumir de fato o papel de governador biônico do Maranhão.

Triste sina esta do povo maranhense sendo obrigado a agüentar as peripécias de um melagomaníaco confesso e pseudo administrador processado pelo Ministério Público Estadual e acusado por formação de quadrilha e improbidade admistrativa á frente do Estado que tem o segundo pior IDH (índice de Desenvolvimento Humano) no Brasil, só perdendo para a combalida Alagoas.

O pior é que se lá os alagoanos convivem com gente da estirpe de Renan Calheiros e Fernando Collor de Melo, o Maranhão por sua vez, não fica em desvantagem: temos a dupla Sarney, pai e filha, presidente do Senado e governadora biônica, escudada pelos irmãos Murad.

Como disse o ex-governador José Reinaldo hoje na Assembléia Legislativa. “Sarney é Roseana e Roseana é Sarney. Não existem diferenças, pelo contrário, um complementa o outro e um não existe sem o outro”.

Para disputar o governo estadual o grupo Sarney deve montar uma ampla coligação com o PMDB, PV, DEM, PTB, PP, PR, além do PT que é noiva mais paquerada de 2010.

As oposições ao grupo Sarney devem lançar pelo menos dois candidatos a governador: o ex-governador Jackson Lago pela coligação PDT e PSDB, além do PPS, PRB e PMN; e o deputado federal Flávio Dino pela coligação PC do B/PT e PSB.

Fica a dúvida se o deputado federal Flávio Dino manterá sua candidatura a governador sem o PT/MA, caso o partido eleja Raimundo Monteiro para a presidência do diretório regional do PT no dia 22 de novembro próximo.

O PT está dividido: três chapas querem apoiar a reeleição da governadora Sarney e se coligar com o PMDB (as chapas encabeçadas por Raimundo Monteiro, Edmilson Carneiro e Fransuíla Soares); uma propõe candidatura própria do PT (a chapa presidida por Rodrigo Comerciário); e duas chapas (as lideradas por Augusto Lobato e Bira do Pindaré) não aceitam apoiar o grupo Sarney. Uma sétima chapa composta pelo deputado Domingos Dutra e seus seguidores, também é contra o apoio à governadora Sarney, mas não apresentou candidato a presidente do PT, apoiando Augusto Lobato.

Tenho dúvidas se só a coligação PC do B e PSB teria estrutura para disputar o governo do Estado e, principalmente, montar uma coligação proporcional para a Câmara de Deputados e Assembléia Legislativa em condições de disputar de igual para igual com o chapão do grupo Sarney e a chapa PDT/PSDB/PPS/PRB.

Luta por duas vagas no Senado

No grupo Sarney uma vaga ao Senado está reservada para a reeleição do ministro de Minas e Energia, Edson Lobão. A outra vaga está aberta para negociações. Tanto pode ser o próprio Ricardo Murad como o vice-governador João Alberto, que só não será candidato se a governadora Sarney se descompatibilizar do cargo em abril de 2010 para concorrer à reeleição fora do governo.

Essa hipótese está sendo considerada porque só sua descompatibilização permitiria a candidatura do irmão Fernando para deputado estadual. Sarney quer blindar o filho com imunidade parlamentar para dificultar a continuidade das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal e prolongar a tramitação dos processos na Justiça Federal.

O segundo candidato dos sonhos de Sarney para o Senado pelo Maranhão seria um candidato dos partidos de esquerda da base aliada do presidente Lula no Maranhão. Do PT ou do PC do B.

Só que tanto o deputado Flávio Dino como o petista Bira do Pindaré, com certeza, não topariam essa árdua e espinhosa missão, por incompatibilidade política e ideológica com seus ideários.

No outro lado, o das oposições, as candidaturas de José Reinaldo Tavares, pelo PSB, a de Edson Vidigal pelo PSDB e a de Clodomir Paz pelo PDT já estão praticamente definidas. Poderá até surgir um novo nome como o de Haroldo Sabóia ou de alguém do Sul do Maranhão, mas por enquanto os três nomes já citados inicialmente são os mais fortes, com um favoritismo acentuado de José Reinaldo Tavares., seguido do nome de Vidigal. Paz não tem qualquer chance de crescer na disputa, pois não possue cacife eleitoral e nem envergadura política para tamanha empreitada.

Finalizando esta matéria resta a possibilidade das chapas contrárias à coligação com a base aliada da governadora Sarney vencerem as eleições internas do PT/MA. Nesse caso a coligação PC do B/PT e PSB se viabilizaria lançando Flávio Dino para governador, José Reinaldo Tavares para o Senado e talvez Bira do Pindaré para a segunda vaga em disputa no Senado Federal.

7 comentários:

  1. Vai ser jornalista bom assim, pra eu me deliciar nessa leitura orgástica. Marquinhos eu gosto muito quando tu dizes o seguinte; que tu viu e não ouviu de ninguem Dra. Alexandra Tavares pondo o dedo na cara de Rosegrana, mandando a respeit-la. Ótimo, ótimo

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  2. Olá, comandante,
    Marcos.
    E qual a sua avaliação sobre a eleição do PED do PT e sua força na construção da disputa da eleição de 2010. O PT hoje está no Governo do Estado e também faz oposição a ele. O que mudaria em caso de vitória de cada grupo?
    Paulo Washington

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  3. Caro Paulo Washington.
    Acho que as chapas que apoiam a governadora Sarney e a coligação com o PMDB vão ganhar com uma estreita margem de vantagem.
    Se o proximo presidente do PT for o Monteiro,ligado a washington, acho que o PT irá aliar-se ao PMDB, mesmo sabendo que se o PT apoiasse a candidatura de Flávio Dino seria melhor eleitoralmente para a eleição do próprio Washington, que poderia fazer uma pacto de apoio mútuo com Flavio Dino.

    No chapão do grupo Sarney, o PT terá dificuldades para eleger seus candidatos a deputados estaduais e federais Só se Washington fechar um acordo com o próprio Ssarney para ele, Sarney, garantir sua eleição a deputado. Não podemos esquecer, que Sarney, Roseana, Lula e Zé Dirceu têm muito interesse na eleição de Washington.

    neste caso Domingos dutra e Bira do Pindaré apenas concorreriam a uma vaga na Câmara de Deputados.

    No caso das chapas de Augusto Lobato e Bira do Pindaré ganharem o PED do PT/MA, aí sim seria sacramentada a coligação do PT com o PC do B e o PSB, lançando Flávio Dino a governador, Bira do Pindaré e Zé Reinaldo a senador e , provavelmente um candidato a vice do próprio PT.

    Num provável 2.° turno entre o grupo sarney e jacson, o PT oficialmente aspoiaria Jackson (com Lobato ou Bira na presidência) e a banda sarneysista do PT (Washington, Helena, Zé Antõnio Heluy, Monteiro, Edmilson Carneiro e Fransuíla Soares) apoiaria a reeleição da governadora Sarney.

    Caso Monteiro ganhe o PED, o PT se coligará com o PMDB ainda no 1.° turno e num possível 2.° turno, Dutra, Lobato e Bira apoiariam Jackson de maneira individual.

    Mas muita água poderá rolar embaixo da ponte ainda, inclusive uma intervenção do PT nacional aqui caso Lobato ou Bira seja o próximo presidente do diretório regional do PT.

    Um grande abraço.

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  4. Marcos,

    Hoje o PSDB possui um candidato competitivo ao Senado, desponta como favorito nas eleições presidenciais, comanda as duas maiores cidades maranhenses, entre outras coisas. Qual sua análise se uma possível candidatura de Roberto Rocha?

    José Linhares Jr.

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  5. Caro José Linhares.

    Tanto o deputado federal Roberto Rocha como o ex-presidente do STJ, Edson Vidigal, são excelentes nomes para compor a chapa de candidatos a senador pelo PSDB/MA.

    Só que montagem de uma coligação majoritária entre o PDT/MA e o PSDB/MA em torno da candidatura de Jackson ao Governo do Estado, o PSDB naturalmente indicaria um nome para concorrer ao Senado Federal e outro para ser candidato a Vice-Governador, restando a segunda vaga ao Senado para o PDT ou outro partido.

    Acho que temos que respeitar a opinião da cada liderança importante da oposição ao grupo Sarney. Por isso entendo que uma das vagas ao Senado Federal das oposições a Sarney deverá ser garantida para o ex-governador José Reinaldo Tavares. Ele tem o direito de reivindicar uma das duas candidaturas, inclusive porque se ele não tivesse rompido com o grupo Sarney em 2004, a história recente do Maranhão seria outra.

    Dentro das minhas possibilidades, vou realizar tudo que estiver no meu alcance para que a unidade das oposições ao grupo Sarney aconteça em 2010 no Maranhão. Se não for no 1.° turno, que seja no 2.° turno. O importante é derrotar o grupo Sarney.

    Além de Zé Reinaldo, Vidigal e Rocha, ainda existem os nomes de Clodomir Paz e Haroldo Sabóia do PDT e de Bira do Pindaré e de Domingos Dutra do PT antiSarney que poderiam concorrer ao Senado.

    Acho que as oposições ao grupo Sarney têm que sentar para debater a conjuntura e democraticamente escolher os dois nomes com maiores chances de disputar o Senado. São só duas vagas em disputa e se a oposição lançar mais de dois nomes, quaisquer que sejam eles, correremos o sério perigo do Maranhão eleger mais uma vez, dois candidatos do grupo Sarney.

    Não podemos nos dispersar e não temos o direito de errar e não renovar o Senado Federal. Se tomarmos a decisão correta e mais adequada, acredito até que poderemos eleger os dois senadores pela oposição.

    Entendo que o ministro Edison Lobão é o favorito para uma das vagas ao Senado. A oposição fará o outro senador desde que tenha juízo, espírito público e não se divida lançando mais de dois candidatos.

    Um abraço de Marcos Nogueira

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  6. De Marcos Nogueira
    Caro José Linhares.

    Tanto o deputado federal Roberto Rocha como o ex-presidente do STJ, Edson Vidigal, são excelentes nomes para compor a chapa de candidatos a senador pelo PSDB/MA.

    Só que montagem de uma coligação majoritária entre o PDT/MA e o PSDB/MA em torno da candidatura de Jackson ao Governo do Estado, o PSDB naturalmente indicaria um nome para concorrer ao Senado Federal e outro para ser candidato a Vice-Governador, restando a segunda vaga ao Senado para o PDT ou outro partido.

    Acho que temos que respeitar a opinião da cada liderança importante da oposição ao grupo Sarney. Por isso entendo que uma das vagas ao Senado Federal das oposições a Sarney deverá ser garantida para o ex-governador José Reinaldo Tavares. Ele tem o direito de reivindicar uma das duas candidaturas, inclusive porque se ele não tivesse rompido com o grupo Sarney em 2004, a história recente do Maranhão seria outra.

    Dentro das minhas possibilidades, vou realizar tudo que estiver no meu alcance para que a unidade das oposições ao grupo Sarney aconteça em 2010 no Maranhão. Se não for no 1.° turno, que seja no 2.° turno. O importante é derrotar o grupo Sarney.

    Além de Zé Reinaldo, Vidigal e Rocha, ainda existem os nomes de Clodomir Paz e Haroldo Sabóia do PDT e de Bira do Pindaré e de Domingos Dutra do PT antiSarney que poderiam concorrer ao Senado.

    Acho que as oposições ao grupo Sarney têm que sentar para debater a conjuntura e democraticamente escolher os dois nomes com maiores chances de disputar o Senado. São só duas vagas em disputa e se a oposição lançar mais de dois nomes, quaisquer que sejam eles, correremos o sério perigo do Maranhão eleger mais uma vez, dois candidatos do grupo Sarney.

    Não podemos nos dispersar e não temos o direito de errar e não renovar o Senado Federal. Se tomarmos a decisão correta e mais adequada, acredito até que poderemos eleger os dois senadores pela oposição.

    Entendo que o ministro Edison Lobão é o favorito para uma das vagas ao Senado. A oposição fará o outro senador desde que tenha juízo, espírito público e não se divida lançando mais de dois candidatos.

    Um abraço de Marcos Nogueira

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  7. Marcos, estou gostando muito do blog!
    Admiro pessoas como você que lutam
    pelo que acreditam.
    Um abraço

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