segunda-feira, 10 de maio de 2010

Jackson dá show de coerência política em entrevista à radio Capital AM

O blog do amigo John Cutrim publicou hoje um resumo da entrevista concedida pelo governador deposto do Maranhão, Jackson Lago (PDT), á rádio Capital AM, no programa do competente radialista Djalma Rodrigues. Foi,de longe, a melhor entrevista
de Jackson dos últimos tempos.

A oposição ao grupo Sarney no Maranhão está num processo avançado de união de todos para disputar um eventual segundo turno contra Roseana Sarney.

Anteontem à noite o governador Jackson Lago recebeu em sua casa em São Luís, o candidato do PC do B/MA ao governo do Maranhão, deputado federal Flávio Dino, que estava acompanhadodo do ex-governador e candidato a senador pelo PSB, José Reinaldo Tavares.

A conversa foi amistosa e ficou claro que tanto Jackson quanto Flávio Dino vão estar juntos num eventual segundo turno contra Roseana, seja lá quem disputá-lo.

Leia agora a íntegra da postagem do blog de John Cutrim:

"O governador deposto Jackson Lago (PDT) declarou, na manhã de ontem (09), em entrevista ao programa do radialista Djalma Rodrigues, na Rádio Capital AM, que espera contar com o apoio do PSDB á sua candidatura ao governo do Estado. O pedetista revelou que deseja ter o deputado federal Roberto Rocha (PSDB) como companheiro de chapa - na condição de vice - e falou de temas polêmicos como o seu estado de saúde, os erros cometidos nos dois anos e três meses de governo, o desempenho de seus secretários, a união das oposições e o palanque presidenciável no estado.


Jackso Lago dá entrevista a Dajalma Rodrigues da Rádio Capital AM

“Eu torço e desejo ter o apoio do PSDB, pela sua importância, pelo seu tamanho, pelas grandes lideranças que tem”, disse Jackson. Ele confirmou sua candidatura ao governo do Maranhão e revelou que ficaria “feliz se o deputado Roberto Rocha com sua juventude, com a grande experiência política que tem, com seu talento, pudesse ser meu companheiro de chapa, pois compensaria algumas das minhas limitações”.

De acordo com Lago, as conversações entre o PDT e o PSDB estão num patamar avançado, próximo, segundo ele, de um desfecho decisivo. “As conversações estão boas, mas a decisão vai ser tomada pelo PSDB. No entanto, faço questão de ressaltar que no segundo turno estaremos todos unidos. Se eu não for para o segundo turno, aquele que for terá o meu apoio”, afirmou ao jornalista Djalma Rodrigues, apresentador do programa Redação 1.180, e ao titular deste blog.

Por duas horas e meia o ex-governador - deposto por meio de um golpe via judicial tramado por seus adversários - teve um bate-papo sincero, bastante honesto e descontraído com ouvintes. Político decidido e protagonista da luta pela libertação do estado, Jackson demonstrou ser um cidadão de hábito simples, humilde e jeito manso de se expressar, mesmo quando fala do seu estado de saúde, fragilizado depois que foi deixou o governo.

“Há seis anos venho controlando e tratando o meu câncer de próstata, e isso não tem alterado meu ritmo de vida. Quando saí do governo, devido ao ritmo intenso que ele exigia de mim, não tinha tempo de cuidar da minha saúde. Por conta disso estive bem doente. Enquanto os adversários viviam me caluniando através de seus meios de comunicação, eu estava procurando me recuperar. Graças a Deus, nos últimos meses, a doença normalizou e estou com a energia renovada para dedicar mais ainda ao estado do Maranhão”, assinalou.

Jackson abordou também um dos temas mais questionados pela população maranhense em relação à sua passagem interrompida pelo Palácio dos Leões: à crítica ao desempenho dos seus secretários de Estado. “Quando nós saímos do governo foi aquele massacre da mídia, e muitas coisas que aconteciam não chegavam ao nosso conhecimento, assim também como muitas coisas chegavam a população as vezes de maneira distorcida”, contou.

“Mas sempre é bom que nós tenhamos todas as informações e que a gente as tenha para corrigirmos os erros e para melhorar os acertos. É de grande importância qualquer advertência, essa chamada de atenção por parte da população”, lembrou Jackson Lago, ao reconhecer que uma das baixas da sua gestão foram marcadas pelo movimento grevista dos professores e a política de subsídio implantada para os servidores estaduais.

“Cometi muitos acertos no governo e cometi também muitos erros, mas acho que o erro maior foi ter tido um governo convencional. Se chegarmos ao governo novamente, teremos uma participação popular mais ampla, forte e orgânica”, admitiu Lago. Ao final da entrevista, Jackson garantiu que dará no estado palanque ao pré-candidato a presidência José Serra, do PSDB.

“Eles se juntaram e nos cassaram o mandato, de forma que nós achamos que em respeito ao povo do Maranhão eu não posso estar no palanque de quem cassou não apenas o meu mandato como cassou a vontade de quase 1 milhão e 400 mil maranhenses. Então o nosso palanque não poderá ser de quem tiver o apoio da família Sarney”, finalizou.

Confira a seguir os principais pontos da entrevista:

Estado de Saúde

O importante é que exista diagnóstico e tratamento. Eu tenho a felicidade de estar há seis anos controlando, tratando o meu câncer de próstata e isso não tem alterado meu ritmo de vida. Quando saí do governo, devido ao ritmo intenso que o mesmo exigia de mim, não tinha tempo de cuidar da minha saúde, eu estava bem doente e passei quase um ano tratando de uma anemia muito severa. Enquanto os adversários viviam me caluniando através de seus meios de comunicação, eu estava procurando recuperar minha saúde. Graças a Deus nos últimos meses ela normalizou e essa fase foi superada. Nós vamos continuar tratando o nosso câncer de próstata com os modernos métodos que a medicina oferece a todos de forma que não tem por que esconder as coisas. Eu convivo com ele desde 2004 e isso não tem impedido de ter a minha ação de trabalho, a minha ação política e espero em Deus que muitos anos pela frente nós possamos dedicar ao estado do Maranhão.

Crítica ao desempenho de Secretários

Quando nós saímos do governo foi aquele massacre da mídia e muitas coisas também que aconteciam no governo não chegavam ao nosso conhecimento, assim também como muitas coisas chegaram a população as vezes de maneira distorcida. Mas sempre é bom que nós tenhamos todas as informações e que a gente as tenha para corrigirmos os erros e para melhorar os acertos. É muito fácil ás vezes se dizer que todos os secretários foram ruins, nós respeitamos a posição de todos, das pessoas que nos fazem restrição ou de maneira direta a minha pessoa ou de maneira indireta por meio de todos os que foram os nossos secretários. É sempre importante qualquer advertência, chamada de atenção por parte da população.


Professores e política de subsídios


Talvez nós não tenhamos tido a competência de conduzir aquela questão com os professores. Na realidade, nós fizemos o que os professores estavam querendo desde o início, mas só que tardiamente. O movimento começou com postulações corretíssimas que nós a atendemos depois. Fomos mais além, oferecemos e implantamos gratificações mais dignas para os diretores de escolas. Se tirarmos todo o quadro emocional daquele momento pressionado pela mídia do grupo dominante e toda a conduta incorreta que tivemos na condução do processo na luta dos professores, nós vamos ver que as relações teriam sido muito boas assim como foi nos meus três mandatos de prefeitos de São Luís com todo o professorado. A mesma coisa ocorreu também em determinado momento com os policiais militares.

Aliança com o PSDB/Roberto Rocha vice


Em primeiro lugar eu tenho dito que o deputado Roberto Rocha é o presidente de um grande partido no estado que é o PSDB. Ele tem toda uma história, tem reconhecido a sua competência, seu talento, seu tirocínio, e que naturalmente ele tem toda a legitimidade para postular qualquer cargo na função pública do estado: governo, senador, vice-governador e não falar deputado que ele já exerce há vários mandatos. Acho que ele tem legitimidade pessoal como também em função da dimensão do seu partido, inclusive tendo um candidato competitivo a presidente da república, então por todas essas razões eu acho que ele tem legitimidade para essas postulações. Mas o que eu posso fazer é torcer, desejar ter o apoio do PSDB, pela sua importância, pelo seu tamanho, pelas grandes lideranças que tem. Eu não posso deixar de dizer que eu ficaria muito feliz se o doutor Roberto Rocha com sua juventude, apesar de jovem com a grande experiência política que tem, com seu talento, pudesse ser meu companheiro de chapa como vice, ele compensaria algumas das minhas limitações. É apenas um desejo, e não pode passar de um desejo, por que essa decisão ela vai ser tomada pelo seu partido, do qual é presidente. As conversações com o PSDB estão boas.

Palanque presidenciável

Todos me conhecem aqui no Estado, sabem as minhas posições doutrinárias, ideológicas, não há um movimento social no qual eu não tenha dado a minha modesta contribuição e assim foi ao longo de décadas. Depois, quando nós olhamos este grupo que ajudamos, quando ele não tinha força, ele se une ao Sarney para me tomar o mandato, não apenas do Jackson Lago, mas para desrespeitar o voto de quase 1 milhão e 400 mil pessoas. Então nós temos que olhar com profundidade o que significou o golpe judiciário, o qual foi seu significado - além do administrativo que colocou no governo quem perdeu a eleição, mas também com implicação política disso. Ora, se nós ganhamos a última eleição, fomos para o segundo turno e vencemos, eles não só tiveram a formação democrática para aceitar mas se valeram da força que tem lá em Brasília como tem há 50 anos. Se juntaram e nos cassaram o mandato, de forma que nós achamos que em respeito ao povo do Maranhão, eu não posso estar no palanque de quem cassou não apenas o meu mandato como cassou a vontade de quase 1 milhão e 400 mil maranhenses. Então o nosso palanque não pode ser de quem tiver o apoio da família Sarney.

Candidatura ao governo

Eu fiquei fora do embate da vida pública praticamente um ano, agora estou retornando, quando começo a recolher informações de que boa parte da população do estado, apesar de toda a pancadaria, difamações e calúnias, ela saber o que quer, como a conclusão de muitas estradas que começamos, de um projeto de saúde e educacional sério que fizemos para o Estado. Nós últimos meses começou a renascer a confiança de que a saúde me permitiria me unir a tantos maranhenses que querem outra realidade para o estado. Não só estou com a energia renovada através da melhoria da saúde como também estou muito animado com as conversões que mostram que nós e o PSDB e outras legendas importantes marcharemos juntos.

União das oposições no segundo turno


No primeiro turno teremos vários candidatos, mas no segundo turno nos uniremos. Se eu não for para o segundo turno, aquele que for terá o meu apoio para combater a família Sarney e tenho certeza que a recíproca será verdadeira.

Principais erros no governo

Cometi muitos acertos no governo e cometi também muitos erros, mas acho que o erro maior foi ter tido um governo convencional. Se chegarmos ao governo novamente teremos uma participação popular maior, forte, orgânica. O amplo leque de partidos no meu governo teve suas contradições internas, e nós olhamos mais para o leque de partidos do que com os compromissos históricos, com a imensa esperança que a população depositou em nós, e isso não colocamos na frente de nossos partidos, as nossas composições. Eu creio que se o povo do Maranhão nos der uma segunda oportunidade, todos nós, a começar por mim, temos que ter a grandeza de estar a altura das expectativas da população. É importante que aprendamos com nossos erros."

4 comentários:

  1. Espero que ele esteja ciente que dessa vez esse nõa tem grana do governo para comprar votos nem para burlar leis eleitorais, como fez em 2006.

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  2. todo mundo se esforça pra na hora H quem vai comer é o Aziz, pôrra!

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  3. Muito boa essa entrevista. O Jackson tem que continuar com esse discurso na campanha. parabéns marco

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  4. Sou Jackson, quero JUSTIÇA!!!

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