sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Jackson Lago tenta recuperar o tempo perdido

O atraso do julgamento da ação que pedia a cassação do registro da candidatura do ex-governador Jackson Lago no Tribunal Superior Eleitoral pode ter sido fatal para a campanha eleitoral do pedetista.

A ação contra Jackson estava há pelo menos vinte dias no TSE esperando pauta para ser julgada. Ninguém me tira da cabeça que essa demora na definição jurídica de Jackson Lago atendeu em cheio aos interesses de José Sarney e de sua filha Roseana em criar dificuldades para a campanha pedetista deslanchar no Maranhão.

Nunca se viu antes no nosso Estado uma campanha eleitoral de um candidato eleitoralmente forte como é o caso de Jackson Lago com tantas dificuldades financeiras para viajar, confeccionar materiais de propaganda, alugar carros de som e ter recursos suficientes para produzir um programa eleitoral gratuito de TV e Rádio de qualidade.

Além de não ter conseguido captar doações financeiras para sua campanha eleitoral que ficou meio engessada por falta de recursos, a imagem de Jackson Lago foi manchada diariamente, apresentando-o como ficha suja, desde o período das convenções partidárias em julho pelas emissoras de televisão, estações de rádios e jornais de propriedade do Sistema Mirante/Mentira de Comunicação e de aliados como Lobão e sua rede Difusora/SBT.

Além das maledicências espalhadas por Sá, D’Eça, Caio Hostílio e outros pistoleiros da caneta associados, Jackson sofreu também um ataque frontal de seu principal adversário no campo oposicionista, Flávio Dino, que o pressionou várias vezes para retirar sua candidatura e afirmou na campanha da TV do PC do B, que ele, Flávio, era ficha limpa e que se ganhasse a eleição, ninguém tomaria dele.

Faltando dois dias para as eleições, depois de ter sido considerado ficha limpa pelo TSE, Jackson Lago passou para a ofensiva dando entrevistas em rádios, organizando carreatas por todo o Maranhão, divulgando a decisão do TSE em carros de som e distribuindo milhões de panfletos por todas as regiões do Estado.

Muita gente que queria votar em Jackson Lago, passou a optar pelo nome de Flávio Dino, por achar que Jackson não conseguiria liberar sua candidatura na Justiça Eleitoral.

Outros eleitores acabaram escolhendo a própria Roseana Sarney, influenciados pela história contada pela rádio peão em todo o Maranhão que José Sarney seria invencível no tapetão da Justiça Eleitoral.

Daqui para domingo Jackson tem a missão árdua de informar à maioria dos mais de quatro milhões de eleitores maranhenses que a justiça eleitoral em Brasília decidiu que ele é ficha limpa e que os maranhenses podem votar nele sem susto, pois ele está completamente liberado para disputar as eleições de governador depois de amanhã.

A situação lembra um pouco as eleições de 1994, quando José Sarney mentiu no jornal de sua família e armou uma denúncia contra o então candidato de oposição a Roseana Sarney, Epitácio Cafeteira.

Na época Sarney acusou Cafeteira de ter assassinado o operário Reis Pacheco, da Cia. Vale do Rio Doce, por este ter atropelado e matado o genro de Cafeteira, Hilton Rodrigues. Os correligionários de Cafeteira localizaram Reis Pacheco morando no Amapá e gravaram um depoimento com ele inocentando Cafeteira.

O depoimento seria mostrado no último dia do horário gratuito na TV antes da eleição, mas simplesmente a TV Mirante, que gerava o programa naquelas eleições, cortou o sinal da TV para o interior e só a população da ilha de São Luís foi votar sabendo que Reis Pacheco estava vivo.

Na semana anterior à eleição de 1994, aviões contratados pela família Sarney distribuíram mais de dois milhões de panfletos em todo o Estado acusando Cafeteira de assassino e de ter ocultado o cadáver de Reis Pacheco, que estava vivinho da Silva no Amapá.

Será a corrida do pequeno Davi (Jackson) contra o gigante Golias (Sarney, TV Mirante, rádio peão, etc e tal).

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