sábado, 2 de outubro de 2010

Todo mundo tem opções no esporte, na religião, no sexo, na comida e na política também

Jornalista é um cidadão como outro qualquer. Tem por obrigação profissional cobrir os fatos que ocorrem ao seu redor, no bairro em que reside, na cidade em que mora, no estado em que habita, no país em que vive e no mundo.

Os profissionais de comunicação têm preferências comuns a todos, como time de futebol (o meu é o São Paulo), religião (acredito em Deus, mas não acompanho qualquer igreja ou templo),no sexo (sou heterosexual, mas respeito qualquer opção sexual) comida e bebida preferida ( arroz com cuxá e peixe frito e guaraná antártica zero) e na política também.

Até agora pouco eu só tinha uma dúvida para definir a chapa de candidatos em que vou votar amanhã: o candidato à presidência da República.

Para deputado estadual eu vou votar em Aderson Lago, do PSDB, número 45.122. Foi o deputado estadual mais brilhante e preparado que já vi atuar no plenário da Assembléia Legislativa do Maranhão. Por fazer uma oposição sem medo à oligarquia Sarney, merece o voto de todos aqueles que desejam o fim da dinastia Sarney no nosso Maranhão.

Para os amigos e leitores que não votam por princípio em um candidato tucano, proponho o voto no jovem Bira do Pindaré, número 13.100, da banda decente do PT/MA. O PT apresentou uma chapa de candidatos a deputado estadual que concorre de maneira isolada, sem se coligar com nenhum outro partido. A legenda de Lula corre o sério risco de eleger dois candidatos que não têm nada a ver com a tradição de lutas sociais do PT: Francisca Primo, política tradicional que é esposa do prefeito de Buriticupu, Antônio Primo, roseanista de quatro costados; e Zé Carlos Nunes da Caixa, ex-superintendente regional da CEF no Maranhão, que nunca foi PT na vida e só se filiou ao partido Lula por conveniência pessoal e profissional, pois sempre foi muito ligado ao grupo Sarney.

Por isso para quem não quiser votar em Aderson Lago, por ele ser um candidato tucano, proponho como segunda alternativa o voto em Bira do Pindaré, do PT do Maranhão antisarneysista.

Para deputada federal vou votar em Alexandra Tavares, número 4000, do PSB. Ex-primeira-dama do Maranhão, Alexandra teve um papel muito importante no rompimento político de seu ex-marido, o governador José Reinaldo Tavares, com o grupo Sarney em 2004.

Jovem, destemida, inteligente e carismática, Alexandra tem todos os predicados para se tornar uma referência na política maranhense e uma esperança no processo de renovação da geração de políticos que comandaram o Maranhão nos últimos 45 anos.

Meu primeiro voto de senador vai para o ex-governador José Reinaldo Tavares, número 400, do PSB. Foi o político que conduziu todo o processo eleitoral de 2006 que resultou na primeira derrota eleitoral da oligarquia Sarney no poder desde 1965.

Zé Reinaldo poderia muito bem ter se afastado do governo estadual em Abril de 2006 para se candidatar ao Senado ou à Câmara Federal, mas preferiu ficar no governo até o fim para garantir a transição pacífica e democrática de seu governo para Jackson Lago.

Pela sua coragem e firmeza política ao romper as amarras que o prendiam ao senador José Sarney, Zé Reinaldo merece o voto de confiança de todos os democratas que não agüentam mais ver o Senado Federal como um feudo dos interesses político-eleitorais de Sarney, que usa aquela casa da forma mais desavergonhada possível para proteger negócios escusos de netos e parentes, contratar namorados de netas, e para chantagear o presidente da república de plantão no poder (FHC no passado, Lula no presente e Dilma no futuro, se ela for eleita presidente).

Zé Reinaldo eleito senador é a garantia de que Sarney terá um opositor para valer de sua terra no dia a dia da casa alta legislativa do Brasil.

O meu segundo voto para senador vai para o ex-presidente do STJ, o brilhante advogado Edson Vidigal, número 455, do PSDB/MA.

Vidigal foi um verdadeiro aliado leal do ex-governador Jackson Lago em toda a campanha eleitoral de 2010. Amigo de Jackson de todas as horas, Vidigal soube se comportar de maneira ética na campanha eleitoral, se mantendo fiel a seu candidato a governador desde as convenções partidárias em Junho passado.

Se eleito for, Vidigal vai ser o advogado das causas maranhenses no Senado e se oporá aos desmandos de José Sarney naquela casa legislativa. Com a eleição de Vidigal, o Senado Federal será reforçado com a presença de um ilustre jurista que muito fará pela aprovação de leis mais justas em nosso país.

É bom citar que tanto Zé Reinaldo como Vidigal têm como suplentes nomes que participam das lutas e movimentos sociais do Maranhão há décadas e não indicaram filhos como no caso de Édison Lobão ou aliados políticos milionários para bancar sua campanha, como no caso de João Alberto de Sousa.

Para governador do Maranhão terei a honra de amanhã votar em Jackson Lago, número 12, do PDT/MA. Político experiente e tarimbado, Jackson sofreu como ninguém desde Abril de 2009 quando foi vítima de um sórdido golpe judicial engendrado pelo senador José Sarney que cassou seu mandato de governador legítimo do Maranhão eleito pela vontade soberana de quase 1,4 milhão de eleitores em 29 de Outubro de 2006.

Jackson Lago foi cassado principalmente pelos acertos de seu governo na construção de 173 escolas; de ter alfabetizado dezenas de milhares de maranhenses; de ter construído quase 70 bibliotecas; de ter cumprido com a palavra empenhada em 2006 e construir o primeiro hospital de urgência e emergência do interior do Estado (em Presidente Dutra); de ter dado continuidade à obra iniciada por Zé Reinaldo e ter finalizado a ponte sobre o Rio Tocantins, em Imperatriz; de ter construído estradas como MA -014 que interliga a Baixada Maranhense; de ter tirado do isolamento secular a cidade de Turiaçu; de ter fomentado a produção agrícola familiar; de ter facilitado a chegada de grandes empresas ao Maranhão como a Suzano Celulose; de ter dado voz e poder de decisão à sociedade civil na definição das ações prioritária de seu governo através dos fóruns específicos; de ter instituído uma moderna política de segurança pública através do conceito de segurança cidadã, com grande participação popular; e de ter descentralizado as ações governamentais através de centenas de convênios assinados com prefeituras municipais.

Mais do que cassá-lo, o sistema Mirante/Mentira de Comunicação, de propriedade da família Sarney, perseguiu implacavelmente o doutor Jackson, espalhando por todo o Maranhão a pecha dele ser um ficha suja perante à opinião pública.

O processo que pedia a cassação do registro da candidatura de Jackson dormiu nas gavetas do TSE por mais de 20 dias, atendendo aos interesses político-eleitorais do grupo Sarney no Maranhão.

Esta demora do TSE dificultou em muito sua campanha eleitoral, as doações de recursos financeiros foram poucas (um pouco mais de R$ 100 mil), enquanto Ricardo Murad e Francisco Scórcio candidatos do PMDB a deputado estadual e a federal realizaram uma campanha eleitoral riquíssima com centenas de milhares de reais doados para suas campanhas eleitorais.

Mas mesmo assim, Jackson Lago resistiu a todos os tipos de pressão para que renunciasse e se manteve decidido a enfrentar a oligarquia Sarney nas urnas pela quarta vez.

A dois dias das eleições o TSE se reuniu e decidiu que Jackson Lago é ficha limpa, liberando sua candidatura ao governo maranhense.

Seu desempenho eleitoral no interior maranhense é excelente e se a maioria do eleitorado conseguir ser informado que Jackson pode concorrer normalmente amanhã, a chance dele disputar o segundo turno com Roseana Sarney é muito grande.

Se for eleito em 2010 este será o último mandato de governador de Jackson Lago, pois como ele governou o Maranhão de Janeiro de 2007 a Abril de 2009, ele não poderá se reeleger em 2014.

Eleger Jackson Lago é, acima de tudo, o resgate democrático do Maranhão. É uma questão de justiça que o povo maranhense julgue Jackson Lago apenas depois dele cumprir um mandato completo.

E o sucessor natural de Jackson em 2014 é, sem dúvida nenhuma, o atual deputado federal Flávio Dino. Jackson agora e com Flávio em 2014 o Maranhão completaria seu ciclo da transferência do poder oligárquico para um novo momento democrático da história do nosso Estado.

E para presidente da República eu vou votar em Marina Silva, número 43, do Partido Verde. Estava em dúvida entre ela e José Serra, do PSDB.

Ele foi um excelente ministro da Saúde e tem fama de bom administrador como prefeito da capital paulista e governador de São Paulo. Mas Serra tem um problema grave que o estigmatiza: embora seja de origem humilde, filho de um pai trabalhador que vivia de uma banca de verduras no mercado central de São Paulo, Serra tem cara de quem não gosta de pobre e dos nortistas e nordestinos em geral.

Por mais que ele se esforce, ele não consegue superar esse perfil conservador que os opositores conseguiram associar à sua imagem carrancuda nos últimos anos.

A novidade da eleição de 2010 é, sem dúvida nenhuma, Marina Silva.

Pobre, analfabeta até os 16 anos, foi empregada doméstica e seringueira junto com Chico Mendes no Acre, Marina teve uma oportunidade na vida de se alfabetizar e de estudar e aproveitou como ninguém.

Formada em História pela Universidade Federal do Acre, foi professora, militou em comunidades eclesiais de base, foi vereadora duas vezes em Rio Branco e se elegeu senadora duas vezes pelo Acre, todos os mandatos pelo PT.

Foi ministra do Meio Ambiente de Lula e considerado por jornais de todo o mundo como participante de um seleto grupo das cem personalidades mundiais mais importantes do planeta Terra.

Além de todos esses predicados, para o eleitorado Marina Silva em 2010, representa o mesmo papel que Lula representou em 2002: o migrante nordestino pobre que se tornou operário e líder sindical e mudou o Brasil.

Oito anos depois surge a Marina, que também é Silva, o sobrenome de família mais popular do Brasil, ambientalista e politicamente correta por estar antenada nas causas da modernidade e defender propostas de preservação da natureza e de desenvolvimento sustentável.

Tanto para governador do Maranhão como para presidente do Brasil, o mais importante é que as duas eleições só sejam decididas no segundo turno onde com tempos iguais na TV e no rádio, os eleitores maranhenses e brasileiros possam ter condições de comparar propostas e os programas eleitorais dos candidatos.

Por isso é válido que para governador se vote em Jackson, Flavio, Marcos, Saulo ou Josivaldo.

E para presidente é correto votar em Marina, Serra, Plínio, Eymael, Levir Fidélix, Rui Pimenta, Ivan Pinheiro, ou Zé Maria.

Contra a mesmice na política só não vale votar em Roseana Sarney ou em Dilma Rousseff.

Um abraço para todos de,

Marcos Nogueira

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