domingo, 4 de outubro de 2009

PF muda o nomede operação que investiga negócios de Fernando Sarney

No último dia 25 de março o Departamento de Polícia Federal divulgou nota informando que a investigação sobre os negócios do empresário Fernando José Macieira Sarney não possui qualquer vinculação e relação com o grupo folclórico Boi Barrica.




A nota afirmou ainda que no âmbito da PF, a referida investigação passou a se chamar “Operação Faktor”.

A mudança do nome da operação da PF aconteceu em atendimento à Ação Cautelar de n.°200837000089090 impetrada pelos advogados da Cia. Barrica que consideraram, com razão, que a imagem pública do grupo cultural foi atingida pela denominação dada pela PF a uma operação de investigação conhecida de toda a mídia e opinião pública nacional.

A Companhia Boi Barrica é um grupo artístico com 24 anos de permanente atuação voltada para a valorização da cultura popular maranhense. O grupo se apresenta em praças, teatros e cantos de rua, espetáculos musicais inspirados na diversidade dos festejos e folguedos maranhenses.



A Companhia Barrica apresenta o Boizinho Barrica durante as festas de São João; o Bicho Terra, a Peleja e Folia no período carnavalesco: e a Natalina da Paixão nas folias de Natal e Quaresma. Com uma vasta produção de CDs, edições de livros, vídeos e shows realizados por todo o Brasil e no exterior.

Independente das relações e ligações de seus integrantes com grupos políticos do Maranhão, a Companhia Barrica com a diversidade de sua música, bailados e figurinos representa muito bem o universo dos batuques, sons, coreografias e indumentárias dos festejos juninos, natalinos e carnavalescos do Maranhão.

Da mesma forma que eu sou torcedor do São Paulo Futebol Clube, adoro chorinho e ter votado em Jackson Lago no 1.° e 2° turnos das eleições para governador em 2006 e ser casado com uma bela morena maranhense; o José Pereira Godão e o Roberto Brandão, podem ser espíritas kardecistas ou evangélicos, torcerem pelo Flamengo ou Vasco da Gama, terem votado em Roseana Sarney ou João Bentevi em 2006, adorarem músicas populares juninas ou marchinhas de carnaval maranhenses e serem casadas com belas mulatas ou loiras maranhense, de outros Estados ou mesmo estrangeiras..

A isto chamamos de democracia! Cada um é o que quer e tem o seu ponto de vista sobre a vida em todos seus aspectos.

O que sempre critiquei em relação à Companhia Barrica foi o fato da Governadora Sarney em seus dois períodos de poder: 1) sete anos e três meses de governo democraticamente eleito pelo voto popular (janeiro de 1995 a março de 2002) e 2) agora em seus cinco meses e meio de governo biônico (17-04-2009 a 04-10-2009) imposto por quatro ministros do TSE contra a vontade expressa de quase 1,4 milhão de eleitores maranhenses, ter sempre privilegiado com apoio e, principalmente, concedendo generosos recursos financeiros a brincadeira de Godão em detrimento de centenas de outros grupos de cultura popular de São Luís e do interior do Estado,

Com quase cinquenta integrantes entre cantores, músicos e dançarinos, a Companhia Barrica dignifica a cultura popular maranhense e é motivo de orgulho para todos nós, maranhenses ou não, que amam e moram nesta terra.

A produção cultural da Companhia Barrica é ampla e expressa muito bem a tradição e a riqueza da arte popular maranhense: desde as ladainhas e cânticos natalinos; o tradicional Bumba-meu-boi, com seus penachos e pandeirões; o Tambor de Crioula com suas coreiras e saias rodadas; o carnavalesco Bicho-Terra com suas máscaras e contratempos; até o Boizinho Barrica com suas toadas, fantasias e rastapés.

De hoje em diante farei a minha parte, denominando a ação da Polícia Federal que investiga os negócios de Fernando Sarney de “Operação Faktor”.

Sem abrir mão da minha liberdade de expressão e independência como jornalista, sou radicalmente contra todos os tipos de patrulhamenrto ideológico, que na realidade expressam posicionamentos conservadores e discriminatórios.

Considero fundamental para o fortalecimento da incipiente democracia brasileira, que se preserve a imagem e se respeite a atividade de qualquer tipo de instituição coletiva ou individual, pública ou privada.

O grupo Boi Barrica ou qualquer outro tipo de instituição jamais poderia ser título de inquérito policial da Polícia Federal.

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