domingo, 11 de outubro de 2009

PT/MA não se coligará com o grupo Sarney, diz Bira do Pindaré

Ubirajara do Pindaré, mais conhecido como Bira do Pindaré é candidato a presidente do diretório regional do PT do Maranhão pela chapa Unidade Petista.

Advogado formado pela UFMA, com 40 anos de idade, Bira é casado e pai de duas filhas. Foi presidente do Sindicato dos Bancários do Maranhão de 1997 a 2000; candidato a vereador pelo PT de São Luís em 2000, quando obteve cerca de 1.500 votos; e Delegado Regional do Trabalho do Maranhão de 2003 a 2006, quando se descompatibilizou do cargo para disputar uma vaga no Senado Federal.



Foi candidato a senador pela coligação PT/PSB e PC do B e chegou em 3.° lugar na disputa, com 557 mil votos. Bira foi o candidato ao Senado mais votado em 2006 nas cidades de São Luís, Imperatriz, Santa Inês e Bacabal, entre outras.

Ele é um dos seis candidatos a presidente do diretório regional do PT/MA que irá disputar o PED (Processo de Eleição Direta) no próximo dia 22 de novembro.

Os outros cinco candidatos são:

1)Raimundo Monteiro, apoiado pelo deputado federal Washington Luís de Oliveira;
2)Edmilson Carneiro, apoiado pelo secretário estadual de Trabalho do governo Roseana, José Antonio Heluy, filho da deputada estadual Helena Heluy;
3)Fransuila Soares, do diretório municipal do PT de Balsas;
4)Rodrigo Comerciário, ex-presidente do Sindicato dos Comerciários de São Luís; e
5)Augusto Lobato, ex-líder estudantil que tem o apoio do atual presidente do PT/MA, deputado federal Domingos Dutra e dos ex-deputados Jomar Fernandes e Terezinha Fernandes.

Com a agenda cheia, repleta de viagens ao interior do estado, Bira do Pindré concedeu esta entrevista ao blog respondendo as dez perguntas pela internet, nos seus raros momentos de descanso.

1) Blog Marcos Nogueira – BMN:  Quantas chapas e candidatos a presidente disputarão o comando do PT do Maranhão no dia 22 de novembro?

Bira do Pindaré (BP): São sete chapas e seis candidatos a presidente.

2) BMN: Qual a ligação das chapas maranhenses com as chapas que concorrem nas eleições nacionais?

BP:Isso é um pouco confuso. Na minha chapa, por exemplo, embora Iriny Lopes, deputada federal pelo Espírito Santo, seja minha candidata a presidente, mas há grupos que apóiam as candidaturas de Magela e José Eduardo Cardoso. Já José Eduardo Dutra, do PT de Sergipe, tem apoios em quatro chapas que concorrem ao PED/MA: a de Raimundo Monteiro, a de Fransuila Soares, a do Rodrigo Comerciário e de Edmilson Carneiro. O deputado federal do PT/SP, José Eduardo Cardoso, também tem o apoio da chapa local do Augusto Lobato. Já o Magela tem o apoio do deputado federal Domingos Dutra, atual presidente do PT/MA.

3)BMN: Quem está mais forte hoje no Maranhão; o PT pró Sarney ou o PT contra Sarney?


BP:O Partido dos Trabalhadores do Maranhão é que é contra a oligarquia. Espero que o nosso Processo de Eleição Direta (PED) que acontecerá no próximo dia 22 de novembro confirme isso novamente.

4)BMN: No caso da vitória no dia 22 de novembro no PED do PT/MA das chapas que são contra a coligação em 2010 com os partidos do grupo Sarney (PMDB, DEM, PV, PTB e outros partidos de menor expressão), você não teme a possibilidade de uma intervenção do PT nacional no Maranhão para forçar um apoio ao grupo Sarney para governador em 2010 em troca do apoio do grupo do ex-presidente do Brasil a Dilma Roussef?

BP:Não acredito em intervenção. A democracia interna é uma tradição no PT e os problemas da aliança com o PMDB estão longe de ser uma exclusividade do Maranhão. Tem problemas em muitos cantos do país. Ademais, as experiências mais importantes de intervenção tiveram resultados altamente negativos (caso do Rio, com Wladimir Palmeira, e o caso de Fortaleza, com Luizianne Lins em 2004). O próprio José Dirceu refutou essa possibilidade quando veio recentemente ao Maranhão. Portanto, não vejo sentido em haver intervenção. Isso será resolvido é no voto.

5)BMN: Quais lideranças de expressão do PT maranhense apóiam seu nome para presidente do partido?


BP: Manoel da Conceição, fundador número 1 do PT no Brasil e a maior expressão da luta camponesa na história do Maranhão é um deles. Também o deputado Valdinar Barros e os ex-auxiliares do governador Jackson Lago: Silvio Bembem, Franklin Douglas, Márcio Jardim e Joãozinho Ribeiro. Outros nomes de peso e tradição de luta no PT/MA como Silvana Brito, Socorro Guterres, Nelsinho Brito, Reinaldo Silva, Joan Botelho e Natan, também me apoiam. São vários nomes de companheiros e companheiras. Citei apenas aqueles que presumo serem mais conhecidos por você.

6)BMN: Como você analisa o caminho mais apropriado para que as forças políticas anti-Sarney no Maranhão atuem na eleição para governador do Estado em 2010?

BP: Creio que somente no primeiro semestre de 2010 teremos um quadro mais claro para decidir sobre isso. Por enquanto devemos reconhecer que há duas propostas postas na mesa. A primeira é buscar uma eleição plebiscitária, com apenas um candidato das oposições, defendida por Jackson Lago. A segunda é pulverizar em duas ou três candidaturas a fim levar a eleição para o segundo turno, defendida pelo José Reinaldo Tavares. Teremos que analisar com cautela.

7)BMN: É possível que o PT, o PDT, o PSB e o PSDB estejam no mesmo palanque no 1.° turno das eleições para governador do Maranhão no ano que vem?

BP: Pelo andar da carruagem, é muito difícil. Há divergências de teses, há problemas de alinhamento nacional, há ressentimentos em razão das eleições municipais de 2008... São muitas dificuldades pelo que se percebe. 

8)BMN: Você acredita que o deputado federal Flávio Dino, do PC do B, quer mesmo ser candidato a governador em 2010? E ele poderá ser candidato a governador só pela coligação PC do B/PSB, sem o PT/MA?

BP: No congresso do PCdoB realizado no final de semana passado, ele anunciou oficialmente sua pré-candidatura. Creio que ele está buscando as condições necessárias para viabilizar esta proposta. Uma delas, ele próprio disse, é o apoio do PT. Só que isso somente será possível resolver após o nosso Processo de Eleição Direta, no dia 22 de novembro.

9)BMN: Você deverá sair candidato a governador, a senador ou a deputado federal/estadual?

BP: A meta é o Senado Federal. Entretanto, estarei sempre aberto ao diálogo. No cenário atual, nenhuma candidatura, seja de quem for, tem condições de ser imposta. Temos que conversar muito e encontrar o melhor caminho. Nada de vaidades ou caprichos. Temos que decidir, mais do que nunca, com racionalidade.

10)BMN: No caso da vitória dos grupos petistas favoráveis a uma aliança regional com o PMDB, você poderia se candidatar a uma cargo majoritário nesta chapa?

BP:Improvável. Lutaremos até a última gota de suor contra essa possibilidade. Não seria justo. O povo maranhense não merece.

2 comentários:

  1. Bela entrevista!
    Embora Bira se mostre tímido e cauteloso na visualização do cenário das eleições 2010, ele foi incisivo, enfático e aguerrido no combate a oligarquia.
    Declarações como a dele servem de estímulo a oposição.
    Com o poder do povo, nós conseguiremos!

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  2. Excelente blog. Sempre li atento a coluna PROFISSÃO REPÓRTER, uma grande alusão ao mestre Antonioni.
    Acesse notasjudiciosas.wordpress.com

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