quarta-feira, 2 de junho de 2010

Eros Grau perde eleição para imortal da Academia Brasileira de Letras

Leiam a postagem publicada hoje no blog do jornalista Manoel Santos, do Jornal Pequeno, que informa que o ex-ministro do TSE, Eros Grau, que relatou o processo de cassação do governador Jackson Lago, perdeu a eleição para ocupar a cadeira 29 de imortal da Academia Brasileira de Letras.

Na época do julgamento de Jackson, Grau foi figura determinante na cassação e relatou o processo em tempo récorde, atendendo a todos os pedidos e petições dos advogados de Roseana Sarney e praticamente negando todos os pedidos, oficios e petições elaborados pelos advogados que trabalharam na defesa de Lago.

Nos bastidores jurídicos do país, comentou-se que o senador José Sarney,um dos imortais da casa de Machado de Assis, agradecido pela atuação resoluta de Grau que acabou determinando a volta da filha dileta, Roseana, ao Governo do Maranhão, teria prometido conseguir a eleição de Grau para a academia.

De duas uma: ou Sarney não cumpriu a palavra ou teve muita dificuldade de eleger um escritor chinfrim de contos eróticos que concorreu e perdeu para o poeta, tradutor, ensaista e memoralista pernambucano Geraldo Holanda Cavalcanti. Grau obteve 10 votos contra vinte dados a Cavalcanti e oito votos do presidente da Biblioteca Nacional, Muniz Sodré,

"O ministro Eros Grau, que foi relator do processo de cassação do mandato do governador Jackson Lago, foi derrotado nesta quarta-feira (2) na eleição para escolha do novo membro da Academia Brasileira de Letras.

O vencedor foi o recifense Geraldo Holanda Cavalcanti, de 81 anos, que ganhou a eleição com 20 votos para ocupar a cadeira 29 da ABL.

Geraldo Holanda Cavalcanti concorria com o ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal, que teve 10 votos, com o presidente da Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, que recebeu 8 votos, e com o músico Martinho da Vila, que não recebeu nenhum voto.

Cavalcanti é poeta, tradutor, ensaísta e memorialista. Exerceu a carreira de diplomata por mais de 40 anos, tendo sido embaixador no México, na Unesco e na União Europeia. Estreou na poesia em 1964, com “O Mandiocal de Verdes Mãos”. O também imortal Eduardo Portella, que era dono da “Tempo Brasileiro”, editora que publicou o livro, diz que Cavalcanti lhe foi na época recomendado por Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e José Guilherme Merquior.

Em 1998, publicou “Poesia Reunida”, pelo qual conquistou o prêmio Fernando Pessoa, da União Brasileira de Escritores. Suas publicações mais recentes são “Encontro em Ouro Preto” (contos, 2007) e “As Desventuras da Graça” (memórias, 2010), ambos pela editora Record.

É especialista na obra e na tradução de poetas italianos – já verteu ao português obras de Giuseppe Ungaretti, Salvatore Quasimodo, Eugenio Montale e Umberto Saba -, mas também de autores de língua espanhola, como o colombiano Álvaro Mutis.
Recebeu, na Itália, em 1998, o prêmio Eugenio Montale, pela tradução da obra do poeta homônimo. Pela tradução de Quasimodo, ganhou, no ano seguinte, o prêmio Paulo Rónai da Fundação Biblioteca Nacional."

Um comentário:

  1. Resta ao pobre ministro Eros Grau uma última cartada: Implorar ao honorável senador José Sarney que convoque os ilustres patifes Chiquinho Escórcio e aquele advogado cafona de Goiás para montar processo e dar entrada no TSE contra a diplomação do vencedor Cavalcanti, a exemplo do que fizeram no Maranhão.
    Eros Grau, apela. Leva para o TSE e, quem sabe, para o STF e o ministro poeta Carlos Ayres de Brito ache um absurdo a eleição do Cavalcanti

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