quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Para Villa a oposição no Brasil teve medo de enfrentar o governo Lula

O historiador Marco Antônio Villa, da Universidade Federal de São Carlos, (UFSCar) publicou ontem na página 3 do jornal Folha de São Paulo, um artigo onde aponta a despolitização desta eleição e o marasmo do PSDB ao não ter realizado o papel de oposição ao governo Lula nos últimos anos.

Leia o artigo de Villa;

"GANHAR ELEIÇÃO é uma possibilidade, fazer política é um imperativo. O Brasil poderá com esta campanha inaugurar uma nova forma de pleito presidencial: sem debate, sem polêmica, sem divergência e sem oposição.

Nas últimas cinco eleições tivemos disputa em três delas. Mas disputa mesmo, só em 1989. Em 1994 e 1998, FHC venceu Lula facilmente, as duas no primeiro turno.

Em 2002 e 2006, Lula foi como franco favorito para o segundo turno. Eu esperava que teríamos uma eleição diferente em 2010: sem Lula e com oposição que transformasse o pleito em um momento de amplo debate nacional.

Rotundo equívoco. Lula é candidatíssimo, aparece mais que Dilma. E pior: a oposição não apareceu ao encontro marcado. Como um aluno relapso, faltou justamente no momento da avaliação, a eleição.

Na República Velha, a oposição concorria sabendo que o resultado seria fraudado. Era o momento de, ao menos, marcar posição e acumular forças para um novo embate. Agora -e de forma surpreendente- nem isso está ocorrendo. Confesso que a cada dia que assisto ao horário eleitoral fico mais estarrecido.
Este triste panorama terá efeito direto sobre o Legislativo. Tudo indica que o futuro Congresso será muito mais governista que o atual. E também com um número expressivo de "deputados cacarecos", o maior da história recente, produto direto da inexistência do debate político.
A despolitização abre campo para que ex-jogadores de futebol, comediantes, cantores e celebridades instantâneas sejam considerados puxadores de votos para partidos de todos os matizes.

Outro efeito nefasto da despolitização é a permanência (e até ampliação) dos representantes dos oligarcas. Quase todos os sobrenomes que simbolizam o que há de pior na política brasileira estão apoiando a candidata oficial. São espertos. Tratam Lula como se fosse um dos seus. E, por incrível que pareça, ele acabou se transformando em uma espécie de "capo" dessas famílias.

Parodiando Sílvio Romero, no célebre discurso de recepção a Euclides da Cunha na ABL, Lula chegou "à suprema degradação de retrogradar, dando, de novo, um sentido histórico às oligarquias locais e outorgando-lhes nova função política e social".

A apatia política tem preço. E muito alto para o país. A fuga da oposição do debate, o medo do enfrentamento, a recusa de se opor, pode abrir caminho para um longo domínio do Estado por parte de um bloco conservador, sem espírito republicano, com tinturas caudilhistas e desejos de impor sua vontade à força."

Um comentário:

  1. Caro jornalista,

    Esse Lula é o maior estelionato político-eleitoral brasileiro.

    Navegou nas ondas do crescimento econômico mundial, não fêz nada de concreto que deixasse uma marca de seu governo.

    Muito marketing, corrupção, atrelamento das organizações de classe e muitas verbas de publicidade para os orgãos midiáticos locupletarem-se.

    Mas, creio que ainda há tempo de revirar a situação.

    Serra presidente!
    Jackson governador!

    PS- Causa-me nauseas a atitude desse pessoal do PT daqui ainda pedir voto para essa senhora que se chama Dilma Lula Sarney Collor Calheiros Jucá Cabral de Argello e outros malandros.

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