quinta-feira, 1 de julho de 2010

As cartas da sucessão de Roseana estão na mesa e não vale blefar

A eleição para o governo do Maranhão terá cinco candidatos; Roseana Sarney, do PMDB; Jackson Lago, do PDT; Flávio Dino, do PC do B; Marcos Silva, do PSTU; e Saulo Arcangelli, do PSOL.

Dezessete partidos estão coligados na chapa majoritária de Roseana Sarney: PMDB, PT, Democratas, PP, PR, PTB, PV, PSC, PMN, PHS, PRB, PT do B, PSL, PTN, PSDC, PRTB e PRP.

Jackson Lago terá o apoio do PDT, PSDB e PTC. Já o deputado federal Flávio Dino terá o apoio do PC do B, PPS e PSB. O PCB ainda não definiu se fará coligação com o PC do B ou com o PSOL.

Marcos Silva será o candidato do PSTU que não se coligará com outro partido e o PSOL se coligará com o PCB ou concorrerá sozinho.

Duas decisões partidárias só foram definidas anteontem; o PPS deixou a coligação de Jackson Lago para apoiar Flávio Dino e o DEM que ameaçava não apoiar Roseana para concorrer sozinho ou apoiar Jackson ou Flávio, resolveu baixar as armas e apoiar os velhos e queridos companheiros históricos de PDS e PFL no Maranhão.

Quem saiu como grande derrotado desta história foi o deputado federal Clóvis Fecury que não será candidato à reeleição e como premio de consolação ganhou um presente de grego: foi indicado para ser o 1. ° suplente do candidato a senador João Alberto de Sousa.

Triste fim do grupo político da família Fecury que elegeu um federal em 2006 (o próprio Clóvis) e tem um senador (Mauro Fecury) desde abril de 2009. Com a definição da posição do DEM os Fecury, pai e filho, se afastarão da política a partir de 31 de Janeiro de 2011.

Mauro vai encerrar sua carreira política e dificilmente Clóvis terá chances de ser senador algum dia, porque tudo indica que a situação deve eleger um senador (Edison Lobão) e a oposição o outro senador (José Reinaldo ou Roberto Rocha ou Edson Vidigal).

Clóvis Fecury apostou tudo na independência do DEM/MA, mas prevaleceu a extrema fidelidade de seu pai ao senador José Sarney. Resta à família Fecury tentar eleger o genro de Mauro, Fábio Braga, para a Assembléia Legislativa pelo PMDB.

Não consigo entender porque o PSTU, o PSOL e o PCB não se coligaram na chapa proporcional para tentar garantir a eleição de pelo menos um deputado estadual de esquerda no Maranhão.

É muito sectarismo e divisão para tão poucos votos!

O deputado Edivaldo Holanda, do PTC, disse-me hoje ao telefone que seu partido ainda não definiu se coligará na chapa proporcional com o PSDB ou com o PDT, uma vez que o acordo anterior de se coligar com o PPS foi desfeito devido à mudança de tática eleitoral do partido de Eliziane Gama, Altemar Lima, Othelino Neto e Paulo Matos que deixou a coligação de Jackson para apoiar o candidato do PC do B.

Roseana Sarney terá 52,83% (dez minutos e 34 segundos de tarde e de noite) do tempo de propaganda eleitoral gratuita na tv e no rádio; Jackson Lago terá 18,75% (três minutos e 45 segundos) do tempo; Flávio Dino terá 14,75% ( dois minutos e 57 segundos) do tempo, Saulo Arcangelli 7,00% (um minuto e 24 segundos) e Marcos Silva 6,67% (um minuto e vinte segundos) do tempo.

Com mais da metade do tempo do horário eleitoral gratuito Roseana não poderá falar muito para não mostrar seu despreparo e falta de conteúdo (como bem disse Ricardo Murad há alguns anos, ela apenas lê os textos que a mandam falar, sem entender nada do que está escrito). Soma-se a isso a falta completa de realizações e obras novas em seus 14 meses e meio de seu “novo governo”.


Depoimento gravado de Ricardo Murad na campanha eleitoral de 2002



Duda Mendonça vai ter que rebolar muito e inventar muita lorota nova pra tentar enganar os mais de três milhões de leitores maranhenses no tempo ocioso que terá três vezes por semana na TV.

Deverá usar depoimentos de Lula em apoio à candidatura de Roseana para tentar superar a grande rejeição que o nome Roseana e o sobrenome Sarney possuem no estado.

E não adianta sair prometendo mundos e fundos e transformar o Maranhão num Eldorado, que essa cantilena já está surrada devido às promessas não cumpridas em 1994 e 1998.

Duda Mendonça não pode esquecer que o verdadeiro eldorado daqui é o massacre de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, quando policiais militares daquele estado assassinaram dezenove trabalhadores sem terra que protestavam em uma estrada. A maioria dos sem terra assassinados era maranhense que tinha fugido do latifúndio. Eles tinham saído daqui à procura de terra para trabalhar no Pará.

O mais hilariante nesta história de “novo governo” do Maranhão é que os protagonistas principais são os mesmos da década perdida de 90: Roseana, Lobão, João Alberto, Gastão Vieira, Nice Lobão, Luciano Moreira, Olga Simão, Jorge Murad (hoje atuando nos bastidores) e outros.

As diferenças são poucas: Ricardo Murad parou de enganar a oposição e voltou à casa paterna; Cafeteira mudou de lado e a ala sarneysista do PT que enfim saiu do armário ideológico e assumiu a defesa da oligarquia mais atrasada e conservadora do Brasil.

Caberá a Jackson Lago e a Flávio Dino a exibição de um programa pedagógico que alerte os eleitores e narre a verdadeira história política do Maranhão nos últimos 45 anos e ao mesmo tempo apresente propostas políticas concretas para tirar o Maranhão e seu povo desta situação de miséria e de alarmantes e péssimos índices de qualidade de vida (analfabetismo, falta de terra para trabalhar, abandono do incentivo à agricultura familiar, baixa escolaridade, saúde pública sucateada e desemprego)

Não podemos esquecer também da crítica contundente à centralização excessiva do poder político, característica marcante dos três mandatos da governadora Roseana Sarney, que tira poder e enfraquece os municípios maranhenses.

Roseana conseguiu se coligar com o PT/MA e adicionou ao seu tempo de tv e rádio preciosos dois minutos e 29 segundos diários à tarde e à noite, além de privatizar o palanque de Dilma e monopolizar as mensagens de apoio do presidente Lula.

Mas a militância engajada do PT continua apoiando Flávio Dino. Nomes como Domingos Dutra, Valdinar Barros, Manoel da Conceição, Bira do Pindaré, Jomar e Terezinha Fernandes, Augusto Lobato, Silvio Bembem, Márcio Jardim, Ed Wilson, Franklin Douglas, Ricardo Ferro e centenas de petistas da capital e do interior estão engajados na campanha de Flávio Dino.

Jackson Lago conta também com uma militância pedetista muito aguerrida e tem o apoio de prefeitos importantes como João Castelo, Sebastião Madeira, Ildemar Gonçalves e Deoclides Macedo.

Tem também a seu favor a realização de obras de grande importância como a ponte sobre o Rio Tocantins, em Imperatriz, o Socorrão de Presidente Dutra, a estrada MA -014 que interliga dez municípios da Baixada, a construção de quase duas centenas de escolas novas de ensino médio, a reforma de quase 400 escolas e a implantação de 69 bibliotecas das 104 que o Maranhão possue em apenas dois anos e três meses de governo.

Jackson também inovou na forma de governar ao fortalecer os municipios maranhenses, descentralizando recursos públicos através da assinatura de quase 900 convênios; e no incentivo à participação popular nos Fóruns da Sociedade Civil, onde se debatiam e se decidiam as ações governamentais prioritárias para serem implementadas em cada região do estado.

As cartas estão na mesa. Roseana tem a verba e Jackson, Flavio, Saulo e Marcos têm o verbo. Jackson tem o que mostrar e Roseana não tem. Ela gosta muito de blefar no pano verde. Mas o povo maranhense está atento e não vai deixar se enganar tão facilmente.

Vamos ver o que vai dar!

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