No décimo oitavo capítulo da série “Recordar è Viver” vamos relembrar juntos um dos últimos programas do horário gratuito na TV da campanha eleitoral de Roseana Sarney do 2,° turno de 1994.
No vídeo que você verá a seguir Roseana disse textualmente que; “...eu sei que você está cansado de promessas. Você tem toda a razão. Político vir aqui (na TV) prometer em época de eleição é muito fácil. Difícil é realizar o que foi prometido...Chega de promessas vazias...”.
Você, senhora Roseana, tinha toda a razão em 1994, em 1998 e agora em 2010. Suas afirmações ponderadas sobre as promessas que os políticos fazem em época de eleição foram muito bem fundamentadas e estão cobertas de razão.
Em 1994 a senhora prometeu:
1 – Instalar uma siderúrgica no Distrito Industrial de Rosário;
2 – Implantar uma ZPE –Zona de Processamento de Exportações – em Rosário;
3 – Instalar dezenas de milhares de kits sanitários para resolver o grave problema da falta de saneamento no estado. Os kits teriam fossa, caixa de água, rede elétrica, torneira, pia, vaso e chuveiro nos povoados do interior e bairros da periferia das grandes cidades maranhenses;
4 – Tornar o Maranhão no celeiro agrícola do Brasil criando o pólo de cana de açúcar no baixo e médio Parnaíba, o pólo de hortaliças na Baixada Maranhense, incentivar a pesca artesanal e a agropecuária, realizar a reformar agrária e dar total apoio ao homem do campo, sobretudo ao agricultor familiar;
5 – Descentralizar o atendimento de emergência médica para impedir a verdadeira procissão de ambulâncias por estradas maranhenses em direção a São Luís, Teresina e Belém atrás de atendimento médico, combater a mortalidade infantil e as doenças endêmicas;
6 – Realizar uma verdadeira revolução na educação, garantindo um ensino básico e médio de qualidade, combater o analfabetismo e incentivar o ensino médio profissionalizante; e
7 – garantir a geração de milhares de empregos para dar oportunidade aos jovens e desempregados.
Em 1998 a senhora prometeu construir a terceira ponte sobre o Rio Anil para melhorar o trânsito da capital maranhense.
Agora em 2010 a senhora prometeu novamente uma revolução na educação e está prometendo de novo um futuro radiante para a juventude maranhense com os duzentos mil novos empregos que serão criados nos próximos quatro anos com a instalação da refinaria da Petrobrás em Bacabeira, a exploração das reservas naturais de gás em Capinzal do Norte e com a chegada de várias grandes empresas no Maranhão que a senhora disse ter trazido.
Quem acreditou na senhora em 1994 e tinha na época entre 18 e 30 anos, hoje tem entre 34 e 46 anos, não tem qualificação profissional adequada e deve estar, em sua maioria, desempregada.
Será que a senhora Roseana acredita sinceramente que esse pessoal vai aceitar passivamente novamente suas promessas de um Maranhão próspero e um povo feliz e alegre?
A maioria das famílias maranhenses do interior do estado nesses 16 últimos anos viu seus país, irmãos e maridos migrarem para outros Estados, como Pará, Tocantins, Roraima, Rondônia e São Paulo em busca de trabalho e terra para plantar e ganhar a vida.
A maioria das famílias que conseguiu ficar reunida vai se ajeitando como pode, abrindo um pequeno comércio, vivendo da Bolsa-Família, fazendo pequenos serviços nos povoados do interior e bairros pobres das cidades.
Mas a sua família é diferente, não é senhora Roseana! Ela prosperou muito nos últimos 16 anos. O seu patrimônio, o de seu pai e, principalmente, de seu marido Jorge e de seu irmão Fernando cresceram várias vezes desde 1994, a ponto da Polícia Federal denunciar milhões de dólares seus, de seu marido e de seu irmão Fernando remetidos ilegalmente ao exterior e depositados em bancos suíços e paraísos fiscais.
Rudolf Elmer, um ex-banqueiro alemão que trabalhou no banco Julius Bar, filial das Ilhas Cayman, chegou a editar um livro onde uma ONG norte-americana que rastreia dinheiro sujo pelo mundo, afirma que a senhora e seu marido Jorge foram titulares de uma conta bancária de uma empresa chamada Coronado.
Segundo essa ONG dos EUA, a Coronado teria movimentado cerca de U$ 150 milhões (cento e cinquenta milhões de dólares) entre os anos de 1992 a 1999.
Quando eu publiquei esta matéria no Jornal Pequeno há alguns meses a senhora reagiu de forma irada, publicou um editorial na capa do jornal de sua família e prometeu entrar na justiça contra o JP, contra mim e o ex-banqueiro Rudolf Elmer.
O problema mais grave do Maranhão é que enquanto sua família, a família Sarney, enriqueceu de forma assustadora nos últimos quarenta anos de dominação oligárquica, a maioria das famílias maranhense empobreceu a olhos vistos.
A riqueza de sua família, senhora Sarney, cresceu às custas do empobrecimento da maioria das famílias maranhenses.
Nos últimos 5.781 dias, desde a campanha de 1994, Roseana quando acorda todos os dias, olha para o espelho de seu banheiro e faz sempre a mesma pergunta: “Espelho, espelho meu! Tem alguém que promete mais do que eu?”
Vamos ver juntos agora o vídeo da campanha eleitoral de 1994 em que Roseana Sarney denuncia os maus políticos que prometem mundos e fundos na TV em época eleitoral e depois de eleitos não cumprem o que prometeram:
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